Prefeito lista avanços dos primeiros 9 meses de gestão

Roberto Dorner falou das escolas em construção, obras de infraestrutura e da batalha com a Águas de Sinop

Prestes a completar seus primeiros 9 meses de mandato, o prefeito de Sinop, Roberto Dorner, fez um balanço da sua gestão frente à prefeitura municipal. Em entrevista ao vivo, transmitida pela Real TV nesta sexta-feira (24), Dorner listou algumas ações efetivadas em seu governo e apresentou projetos que foram iniciados.

A entrevista conduzida pelo apresentador Anderson de Oliveira começou abordando as ações voltadas na educação. Dorner falou do projeto que deve ser um dos cartões de visita da sua gestão: a escola em tempo integral. Esse projeto prevê um investimento na ordem de R$ 18 milhões para construção de uma escola modelo, na “região dos Vilas” – uma das áreas mais carentes da cidade, que concentra 7 projetos habitacionais populares. A proposta de Dorner é dar um fim útil ao “elefante branco” erguido pelo governo federal durante a gestão do PT, que deveria ser um complexo esportivo que ficaria como legado das Olímpiadas. A obra parou muito antes de ser concluída. Desde 2017 o que deveria ser um centro de iniciação esportiva está abandonado e até então não havia nenhuma expectativa de retomar e concluir a obra.

O projeto de Dorner pretende utilizar o local e parte da estrutura erguida para implantar a escola de tempo integral. Serão 12,1 mil metros quadrados de área total, sendo 5,2 mil metros de área verde. Todo esse espaço é para que a escola abrigue diversas atividades extracurriculares, como aulas de esporte, dança, artesanato e outras, que serão praticadas no contraturno. De manhã os alunos frequentam a sala de aula normal e na parte da tarde fazem essas atividades complementares. “Será uma referência do modelo de educação que queremos”, comentou Dorner.

O prefeito também comentou sobre a implantação da Escola Militar Tiradentes – instalada pelo Governo do Estado com a colaboração do município, que arcou com o aluguel do prédio. Segundo Dorner, sua gestão já está buscando uma Escola do Corpo de Bombeiros.

Ainda no assunto escola, Dorner informou que pactuou com o Governo do Estado para construir mais duas escolas em Sinop: no Residencial Nico Baracat e no Jardim Terra Rica, cada uma com 16 salas de aula. “Quando os apartamentos forem entregues e as pessoas se mudarem para o Nico Baracat, já vai ter uma escola lá para atender as famílias”, explicou.

Sobre os avanços na rede municipal de Educação, o prefeito falou da compra de mil notebooks que foram doados para os professores – investimento de R$ 4 milhões. O gestor também falou do aumento no valor repassado para as escolas fazerem a gestão, de R$ 12,00 por aluno para R$ 24,00 por aluno.

Infraestrutura

Dorner também comentou a polêmica recente envolvendo as obras de drenagem e pavimentação no Alto da Glória. Durante a semana a empresa responsável pelo serviço paralisou as obras, exigindo um reequilíbrio financeiro do contrato. Dorner afirmou que a revisão foi acompanhada pelos engenheiros da prefeitura, com a determinação de que o valor reajustado fosse correto. “No final deu uma diferença grande [entre o que a empresa pediu e o que a prefeitura concedeu]. Baixou R$ 1 milhão. Quase um milhão e meio. É dinheiro que dá para fazer uma UBS”, comentou.

Sobre a pavimentação do lado esquerdo do Alto da Glória (sentido Cuiabá), Dorner informou que o recurso na ordem de R$ 4 milhões, destinado via emenda pelo deputado federal Juarez Costa, teve que ser remanejado para outro local. O prefeito explicou que o trecho faz parte da área de domínio do contrato de concessão da BR-163. Portanto, é uma obra que deve ser executada pela Rota do Oeste. “Não podemos pavimentar essa parte sob risco de cometer um crime de responsabilidade”, afirmou.

O recurso será aplicado na pavimentação no bairro São Cristóvão e algumas outras ruas (pequenos trechos), que acabaram não sendo pavimentadas em diversos bairros.

Sobre a pavimentação do setor industrial, Dorner garantiu que a obra continuará no seu ritmo normal. Quanto ao asfalto no Recanto dos Pássaros e no Residencial Brasília, as obras já foram entregues. “Conseguimos um recurso com Neri Geller para recapar 900 mil metros quadrados de asfalto, na parte mais velha da cidade. Esse asfalto velho será recapado. São R$ 18 milhões. Licita ainda este ano e executa no ano que vem”, informou o prefeito.

Dorner também disse que a sua gestão vai iniciar o processo de fechar os valetões da cidade. Essas valas, abertas nos canteiros centrais das principais avenidas da cidade, por anos foram a solução para drenagem da área central. A estratégia, afirmou o prefeito, é reativar a fábrica de tubos do município e iniciar a produção em grande escala de aduelas (grandes peças de concreto armado utilizadas para redes de drenagem pesada). Com aduelas, explicou Dorner, será possível fazer a limpeza dessas redes, algo que não seria possível com tubos. “Quero que seja bem feito para funcionar por muitos anos”, destacou.

Ainda na parte de infraestrutura pesada, Dorner disse que há um projeto em andamento para construção de um viaduto no cruzamento da Avenida André Maggi com a Bruno Martini. O viaduto vai substituir a rotatória, que costuma estrangular o trânsito nessa região da cidade.

Na mesma medida, o Prodeurbes já trabalha na elaboração de um projeto para construção de um hospital municipal – que deve atender a promessa de campanha de construir uma espécie de UPA 24h na região do Grande São Cristóvão.

O prefeito também falou do Parque Jardim Botânico, um projeto de revitalização e construção de um ponto turístico nas reservas R-1. R-2 e R-3, com um investimento de R$ 13,6 milhões. “Já foi para licitação”, informou o gestor.

Briga com a Águas de Sinop

Na eleição de 2016, Dorner disse que se ganhasse iria acabar com o contrato da Águas de Sinop. Acabou perdendo para Rosana Martinelli. Em 2020, Dorner repetiu a fala, embora de forma mais branda. A promessa da última eleição foi para resolver o problema da Águas de Sinop – empresa que detém a concessão dos serviços de água e esgoto no município.

Na entrevista desta sexta-feira, Dorner disse que tomou um revés quando começou a cobrar a Águas de Sinop. “A empresa disse, primeiro pague o que nos deve. Eu disse que não devia nada. Mas a questão é que a prefeitura devia”, declarou o prefeito.

Dorner se referia as pendências no atual contrato de concessão. Pelos termos, a prefeitura precisava doar terrenos para que a Águas de Sinop ampliasse seu sistema. Os terrenos foram doados. A segunda “dívida” da gestão é o Plano Municipal de Saneamento Urbano. Conforme o GC Notícias já noticiou (clique aqui para ver), sem a elaboração de um novo Plano Municipal, a prefeitura não pode propor a revisão do contrato de concessão. Ou seja, não é possível sequer falar em diminuição no valor da tarifa.

Segundo Dorner, a construção do Plano Municipal de Saneamento Básico já está em fase de contratação. Uma vez pronto, o prefeito pretende convocar os poderes do município e a sociedade para discutir os termos do que deve ser feito com a Águas de Sinop. “Não tenho nenhum tipo de acerto com a Águas de Sinop. Não quero esquema. Vamos fazer uma conversa com todos, para deixar bem transparente essa questão”, afirmou.

Dorner não deu uma data de quando o Plano de Saneamento será concluído. Normalmente, esse tipo de processo demora cerca de 12 meses para ser concluído.