Piloto de Pablo Escobar dá primeira entrevista sobre vida de luxo com 30 Lamborghinis e frota de aviões

Segundo TJ, a relação com o narcotráfico começou após negócios em usinas de açúcar no Haiti. O negócio deu errado. Segundo ele, por culpa de banqueiros de Miami que lhe aplicaram um golpe. Após o episódio, TJ afirma ter voltado às aulas de aviação por hobby em Miami, onde vivia com a família.

Logo, foi recrutado por traficantes do Caribe para o transporte de maconha até os Estados Unidos, mas um erro em uma das entregas o manteve subordinado à quadrilha e as encomendas passaram a envolver cocaína. E foi aí que TJ se envolveu com um dos maiores traficantes da história da América do Sul.

“Eu nunca quis envolvimento com cocaína. Os traficantes de cocaína eram bandidos responsáveis por muitas mortes”, afirma em entrevista ao podcast. “Nunca usei drogas. Fui vítima de um golpe que me levou a fazer o que eu fazia”, tenta se justificar.

Escobar dobrou a aposta. Após conhecê-lo, prometeu pagar quase cinco vezes mais do que ganhava para o transporte da droga até os Estados Unidos em quatro voos mensais. Ele aceitou a oferta tentadora que, no futuro, o levaria à prisão por mais de uma década.

“Eu tinha 30 Lamborghinis”, disse. Fã de moda, combinava as cores da roupa que usava no dia com uma das Lamborghinis que mantinha na garagem. Além de carros, o dinheiro era levado em uma empresa de aluguéis de aviões, barcos e uma concessionária. Assim, compôs uma frota de 30 aviões particulares para traficar cocaína.

“De dia, eu operava a maior concessionária de Lamborghinis do mundo. À noite, transportava toneladas de cocaína para Pablo Escobar”, afirma. Assim como todo os membros sanguinários do cartel colombiano, a vida luxuosa tinha prazo de validade.

A violência e a vida ruidosa de Escobar - capaz de derrubar até aviões para matar inimigos e ter uma exótica coleção de hipopótamos - tornavam o cartel como inimigo número um na Colômbia e entre as autoridades norte-americanas de repressão ao tráfico.

Em 1988, uma operação colombiana confiscou fuzis e helicópteros. Cinco aviões, mais de 20 Lamborghinis e Ferraris avaliados em R$ 16 milhões. Mais importante, prestaram uma acusação formal: apenas entre 1984 e 1985, TJ traficou o equivalente a cinco toneladas de maconha e cocaína entre a América do Sul e o sul da Flórida.

Em 1991, TJ se declarou culpado, confinado em uma solitária na Colômbia onde cogitou usar um helicóptero para arquitetar a própria fuga frustrada. A ideia também deu errado e TJ ficou preso por 12 anos por acusações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para o cartel. Escobar foi baleado e morto por agentes colombianos em 19993.

O podcast com a história completa de TJ vai ao ar a partir de julho em plataformas de streaming, em episódios semanais sobre um dos personagens mais instigantes da quadrilha.