Potencial farmacêutico
Pesquisa da UFMT explora benefícios do óleo de jacaré-do-pantanal para tratar feridas, acne e até depressão
Tradicionalmente utilizado pelas comunidades ribeirinhas e indígenas, produto tem potencial farmacêutico, cosmético e nutracêutico
Saúde | 30 de Setembro de 2025 as 11h 46min
Fonte: Widson Ovando | Fapemat

Um projeto de pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), propõe aliar o saber ancestral das comunidades ribeirinhas e indígenas no uso do óleo de jacaré-do-Pantanal (Caiman yacare) para as práticas medicinais. A investigação científica busca desenvolver remédios, cosméticos e até suplementos (mais conhecidos como nutracêuticos) para o tratamento de lesões, acnes e até depressão.
Tradicionalmente utilizado pelas comunidades ribeirinhas e indígenas, o óleo de jacaré-do-Pantanal tem propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias usadas no tratamento de feridas, contusões musculares (rasgaduras) e lesões ósseas.
O projeto de pesquisa é coordenado pelo Dr. Fabricio Rios-Santos, da UFMT, especialista em farmacologia e imunofarmacologia, e apoiado pelo Dr. Leandro Nogueira Pressinotti, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), cuja expertise em cicatrização e biologia celular complementa a abordagem multidisciplinar do projeto.
Juntos, eles lideram uma equipe empenhada em transformar um conhecimento empírico milenar em soluções científicas com alto valor agregado para a saúde humana.
“Uma demonstração concreta de como a ciência pode se beneficiar da biodiversidade brasileira de forma ética e sustentável. Ao valorizar as tradições locais e, ao mesmo tempo, aplicar modernos métodos laboratoriais, o projeto reforça o potencial do Pantanal como uma fonte inesgotável de inovação”, afirma Fabricio.
Segundo os pesquisadores, o óleo de jacaré tem uma composição única de ácidos graxos essenciais, como o ômega-9 (ácido oleico), o ômega-6 (ácido linoleico) e o ômega-7 (ácido palmitoleico). "Esses componentes são responsáveis por promover a regeneração celular, fortalecer a barreira cutânea [pele] e combater processos inflamatórios", explicam.
Estudos recentes, conduzidos pelo grupo de pesquisa, demonstram que esses ácidos atuam em sinergia, conferindo ao óleo propriedades de reparo profundo de lesões, hidratação e proteção contra o estresse oxidativo em nível celular.
Além de suas aplicações sobre feridas, há evidências promissoras de seus efeitos como nutracêutico, com potencial para melhorar condições como depressão, síndrome metabólica, doenças inflamatórias e até ajudar na regulação do colesterol.
Com uma composição que supera outros óleos consagrados, como o de abacate e o de rosa mosqueta, o óleo de jacaré-do-Pantanal também apresenta um forte potencial na formulação de produtos cosméticos. Sua alta concentração de ácido palmitoleico (19%) é uma vantagem única, especialmente no tratamento de acne, feridas e queimaduras, graças à sua ação aceleradora na cicatrização e na redução de inflamações.
“Com o reconhecimento crescente da importância de soluções naturais e sustentáveis na medicina e na cosmética, o óleo de jacaré-do-Pantanal desponta como um exemplo de sucesso na valorização da biodiversidade tropical do Brasil, posicionando o Estado na vanguarda da biotecnologia ambiental”, destacou o pesquisador Leandro Pressinotti.
Além da Fapemat, o projeto de pesquisa recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU).
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