Sugere estudo
Jejum intermitente pode estar associado a maior risco de doença cardíaca
É o que sugere uma nova pesquisa, que analisou os hábitos alimentares de 20 mil adultos
Saúde | 20 de Março de 2024 as 07h 40min
Fonte: Caio César Pereira - Super ABril
Dentre técnicas de emagrecimento que surgem de tempos em tempos, talvez uma das mais famosas seja a do jejum intermitente: passar longos períodos sem se alimentar.
Adeptos do jejum intermitente, a princípio, podem comer de tudo – desde que se alimentem durante um intervalo de tempo reduzido. Os métodos variam. No chamado ” 5/2″, o indivíduo come por cinco dias e jejua por dois. Já no “16/8”, há uma janela de oito horas em que é permitido bater um rango; no restante do dia, boca fechada.
Algumas pesquisas já mostraram que o jejum intermitente pode até ser benéfico para controlar a pressão arterial e os níveis de glicose no sangue de pacientes com diabetes. Mas a técnica ainda não é consenso científico, sobretudo em relação aos efeitos de longo prazo.
O que nos leva à uma recente pesquisa, feita por pesquisadores da Universidade Jiao Tong de Xangai, na China, que analisaram a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA, que reúne dados de 20 mil adultos entre 2003 e 2018. Os cientistas estudaram a dieta dos participantes e, depois, cruzaram essas informações com os registros de óbito coletados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (o CDC).
A equipe descobriu que, apesar do jejum intermitente estar associado com benefícios para a longevidade, aqueles que comiam apenas durante uma janela diária de 8 horas não viveram mais do que os que seguiam um estilo mais tradicional de alimentação, comendo durante um intervalo de 12 a 16 horas.
Não só: eles descobriram que aqueles que seguiam um cronograma de alimentação do tipo 16/8, apresentaram 91% mais chance de morrer de alguma doença cardíaca.
Para um dos líderes do estudo, Wenze Zhong, apesar do resultado, o estudo não é necessariamente uma prova de que a restrição de alimentação causou as mortes. Como as dietas dos pacientes eram autodeclaradas (ou seja, nenhum cientista pôde ir lá e conferir que os voluntários se alimentavam de fato da forma que descreveram), as informações podem ter algum nível de imprecisão.
Vários outros motivos precisam ser considerados para essa avaliação, como quais as condições de saúde das pessoas, os tipos de jejum intermitente que adotaram, ou até mesmo algum tipo de restrição no acesso aos alimentos.
Além disso, outro fator importante para a análise é o hábito alimentar e o estilo de vida de cada indivíduo. Cada vez mais pesquisas mostram que o consumo de alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde, e que podem influenciar no resultado nesse tipo de estudo.
Ainda faltam mais estudos sobre os possíveis benefícios e malefícios do jejum intermitente. Então fica a dica: se você estiver pensando em adotar essa técnica (ou qualquer outro método de emagrecimento), fale com um nutricionista e mantenha acompanhamento médico. O seu corpo agradece.
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