Órgão transportado
De modo inédito, médicos transplantam coração que viajou em voo de 12h
A viagem que cruzou o Atlântico mostra ser possível transportar órgãos por longo tempo; operação salvou a vida de um homem de 70 anos, que passa bem três meses depois
Saúde | 16 de Abril de 2024 as 17h 09min
Fonte: Redação Galileu

Pela primeira vez, um coração de um doador foi transplantado com sucesso após o órgão atravessar o Atlântico em um voo comercial de 12 horas. A viagem aconteceu em janeiro de 2024, partindo das Antilhas Francesas até Paris, na França. O resultado foi divulgado em 28 de fevereiro no periódico The Lancet.
O doador do coração foi um homem de 48 anos nas Antilhas Francesas, declarado com morte cerebral 3 dias depois de sofrer uma hemorragia no cérebro. Seu órgão foi removido cirurgicamente.
Após a cirurgia de retirada, o coração foi transportado na cabine de um voo comercial da Air France destinado a um receptor, um homem de 70 anos com dois problemas de saúde: cardiomiopatia isquêmica terminal (doença causada por obstrução nas artérias coronárias) e insuficiência renal crônica, que é caracterizada pela diminuição da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue.
O estudo, que utilizou uma máquina de perfusão especial, visa aumentar os tempos de preservação de órgãos para melhorar o acesso a transplantes cardíacos. O resultado mostrou ser possível a preservação do órgão cardíaco além das 4 horas habituais para até 12 ou 14 horas.
A iniciativa faz parte de um estudo piloto onde corações de doadores de Guadalupe e Martinica são preservados “numa máquina de perfusão, uma espécie de refrigerador especial com uma bomba no interior que injeta sangue e oxigênio no coração”, conforme explica Guillaume Lebreton, cirurgião do Hospital La Pitié-Salpêtrière em Paris, à Euronews Health.
Junto de Pascal Leprince, do Departamento de Cirurgia Cardiovascular e Torácica do Hospital Pitié-Salpêtrière, o médico usou para a viagem do coração até Paris um dispositivo de transporte de assistência cardíaca chamado XVIVO sueco, que ainda aguarda a aprovação de agências reguladoras.
"O objetivo de nosso projeto não é realizar uma façanha, mas estabelecer um programa sustentável de doadores cardíacos nas Antilhas Francesas. Além da prova de conceito da preservação prolongada de enxertos cardíacos, queríamos tornar essa operação reproduzível e manter os custos de transporte suportáveis", escreveram os autores.
O projeto terá continuidade nos próximos 36 meses com a realização de sete transplantes cardíacos conservados da mesma maneira. Lebreton contou à Euronews Health que após três meses o paciente transplantado com o coração que atravessou o Atlântico está em casa e leva uma vida normal.
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