Reunião extraordinária
Comissão de Saúde discute situação de hospitais regionais durante pandemia
O avanço da Covid-19 no estado, o represamento de exames no Lacen e as condições de hospitais de pequeno porte também foram debatidos
Saúde | 11 de Agosto de 2020 as 11h 28min
Fonte: Renata Neves - Assessoria Núcleo Social ALMT

A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso discutiu, nesta segunda-feira (10), a situação dos Hospitais Regionais de Sorriso, Sinop e Colíder durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems-MT), Marcos Antônio Felipe, e o presidente do Consórcio de Saúde do Vale do Teles Pires, Edu Pascoski, defenderam que os dois leitos de UTI-Covid existentes no Hospital Regional de Sorriso sejam transferidos para o hospital de Sinop, para que a unidade possa atender pacientes da região com outras comorbidades.
“Hoje estamos focados só em Covid e a nossa população está ficando desassistida em relação a outras comorbidades [...] Não temos para onde encaminhar pacientes com outras comorbidades e isso é um problema seríssimo”, afirmou Marcos.
O consórcio de saúde é formado por 15 municípios da região médio-norte e, conforme Pascoski, a população atendida é de aproximadamente 500 mil habitantes. “A saúde precisa começar a voltar à normalidade para atendimento de outras doenças preexistentes”, disse.
A diretora do Hospital Regional de Sorriso, Ione de Carvalho, explicou que foi feito um reordenamento dos 10 leitos de UTI adulto da unidade, sendo destinados dois para atendimento de pacientes de Covid-19. Disse ainda que a demanda de pacientes de UTI sempre foi alta e que “as outras patologias não deixaram de acontecer em função da Covid”.
Conforme relatou, a ocupação dos 20 leitos clínicos disponíveis para atendimento de pacientes de Covid-19 vem se mantendo em aproximadamente 55%. A diretora informou ainda que o hospital está conseguindo se manter abastecido com insumos; que teve problemas pontuais com falta de medicamentos, mas já foram resolvidos pela SES; e que enfrenta problemas com a falta de médicos e enfermeiros.
Jean Carlos Silva, diretor do Hospital Regional de Sinop, apresentou as medidas que estão sendo adotadas para enfrentamento à pandemia da Covid-19. O hospital conta atualmente com 23 leitos de enfermaria para atendimento de pacientes com Covid-19 e, nos próximos dias, passará a contar com mais nove. Além disso, possui 29 leitos de UTI para atendimento de Covid-19 e mais 10 leitos de UTI que continuam em funcionamento.
Devido à pandemia, a unidade foi dividida em duas, sendo uma parte destinada ao atendimento de pacientes em geral e outra específica para pacientes de Covid-19. Em relação às dificuldades enfrentadas, Jean Carlo citou a falta de profissionais, como médicos e enfermeiros, e de alguns medicamentos que, segundo ele, foi resolvida pela Secretaria de Estado de Saúde.
Diretora do Hospital Regional de Colíder, Mirian Alves Moreira disse que, dentro das possibilidades, conseguiram remanejar 16 leitos clínicos para atendimento de pacientes com Covid-19, sendo seis equipados para funcionarem como leitos de estabilização.
A vereadora do município Edna Martins (PT) denunciou a situação enfrentada por um primo seu, que faleceu no último final de semana. Segundo ela, no hospital de Colíder teriam dito que o paciente se encontrava em situação estável, mas seu estado de saúde evidenciava o contrário. A parlamentar pediu que o caso seja investigado e também afirmou que pessoas estão morrendo na unidade por falta de atendimento, de UTI e de remédios.
O secretário de estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, pediu que a vereadora encaminhe documentos para que ele possa verificar a denúncia. Sobre a sugestão feita pelos presidentes do Cosems e do Consórcio de Saúde do Vale do Teles Pires, o secretário pediu prudência. “Ainda não temos a clareza absoluta se estamos no platô ou em um declínio e se sairmos por aí desligando esses leitos, corre o risco de ainda não termos chegado ao platô, termos uma segunda onda e estrangularmos de novo”.
O gestor garantiu que não faltam medicamentos nos hospitais e destacou as medidas adotadas pelo governo estadual para enfrentamento da pandemia, como a pactuação de 404 leitos de Covid-19 no estado e o esforço que está sendo realizado para criação de mais 133 leitos de UTI no estado.
Covid-19 em MT
O deputado e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) apresentou levantamento acerca do avanço da Covid-19 e levantou a possibilidade de o estado ter atingido o “platô”, ou seja, quando os novos casos chegam a um patamar estável. “O platô não é sinal de que a pandemia está chegando ao fim. Ao contrário, é sinal que chegou ao topo e não desceu”, alertou.
Exames represados
Levantamento feito pelo Cosems junto aos municípios mato-grossenses nos dias 29 e 30 de julho apontou a existência de pouco mais de 11.800 exames represados no Laboratório Central de Saúde (Lacen). Os números foram contestados pelo secretário de saúde Gilberto Figueiredo e o presidente do Cosems informou que um novo levantamento será feito nesta semana.
Hospitais de pequeno porte
O deputado Paulo Araújo (PP) destacou a importância do Projeto de Lei nº 321/2020, de sua autoria, que institui a Política Estadual para os Hospitais de Pequeno Porte de Mato Grosso. O parlamentar afirmou que a maioria desses hospitais está sob gestão das prefeituras e enfrentam dificuldades de financiamento e defendeu a realização de um amplo debate sobre o assunto.
O secretário Gilberto Figueiredo disse que há atualmente em Mato Grosso 50 hospitais de pequeno porte e que 12 deles – chamados hospitais de referência - recebem recursos de auxílio fundo a fundo que somam cerca de R$ 9 milhões. No entanto, conforme o gestor, a escolha das unidades ocorreu com base em critérios políticos. Para mudar essa realidade, informou que está sendo discutida com o governador a implementação de uma metodologia que irá utilizar indicadores técnicos.
Projetos de lei
Foram aprovados pareceres favoráveis aos Projetos de Lei nº 321/2020, 560/2020, 523/2020, 610/2020, 498/2020, 538/2019 e 519/2020. O Projeto de Lei nº 520/2020 foi prejudicado devido à existência de lei anterior.
Também participaram da reunião os deputados Dr. Gimenez (PV) e Dr. João (MDB).
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