Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Quarta Feira 30 de Abril de 2025

Menu

Mercado agro

Preço do milho no mercado brasileiro deve ter acomodação nos próximos meses

A colheita da safra de verão, o clima no curto prazo para a segunda safra e o movimento negativo em Chicago ajudam a ditar o rumo no momento

Rural | 27 de Março de 2025 as 15h 55min
Fonte: Globo Rural

Foto: Wenderson Araújo/CNA

O preço do milho acumula alta na maior parte das praças de comercialização do Brasil, entre os meses de fevereiro e março. Mas o mercado futuro brasileiro indica uma expectativa de acomodação nos próximos meses.

Somente em março, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) chegou a superar os R$ 90 a saca de 60 quilos, com base em Campinas (SP). A valorização acumulada é de 1,66% até a quarta-feira (26/3), quando a referência para a saca de 60 quilos ficou em R$ 88,94.

Em outras praças do país, o cenário não é diferente, apontam os indicadores da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), com base em informações das corretoras parceiras. Em Sorriso e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, a alta acumulada nos últimos 30 dias até a quarta-feira (26/3) é de 14,61%, com a saca a R$ 77,35.

Na região do Triângulo Mineiro, a BBM aponta a saca de milho valendo R$ 86,70, aumento de 15,60% em 30 dias. No oeste da Bahia, o cereal vale R$ 80 a saca, com uma valorização de 13,48% em 30 dias. Em Cascavel (PR), elevação de 2,6% em um mês, com a saca de 60 quilos chegando a valer R$ 79.

Na B3, onde mercado futuro de milho adota a base Campinas como referência para a liquidação de contratos, os principais vencimentos operam abaixo dos R$ 80 a saca. Na quarta-feira, os lotes para maio ajustaram para R$ 76,98 a saca de 60 quilos. De acordo com o Valor Data, a baixa em uma semana é de 6,17% e, em um mês, de 4,9%.

O contrato para julho fechou em R$ 71,84 a saca na quarta-feira, acumulando queda de 2,88% em uma semana e de 2,45% no intervalo de um mês.

“A colheita da safra de verão, o clima no curto prazo para a segunda safra e o movimento negativo em Chicago ajudam a ditar o rumo no momento”, avalia a consultoria Agrifatto, em boletim divulgado nesta quinta-feira (27/3).

A produção de milho no Brasil deve aumentar 6,1%, estimou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 6º Levantamento para a Safra de Grãos 2024/25. A colheita total – considerando os três ciclos anuais – deve ser de 122,76 milhões de toneladas. A segunda safra, a principal, deve aumentar 5,8% em comparação com a temporada 2023/24, para 95,51 milhões de toneladas.

 

Custos de produção de aves

Se confirmada, uma queda nos preços do milho nos próximos meses poderia seria um importante alívio nas contas dos criadores de aves de corte e postura. O cereal é o principal componente dos custos de produção do segmento, por ser o principal ingrediente da ração dos plantéis.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor avícola, coloca o aumento desses custos, principalmente com a ração, como um dos principais fatores da disparada recente dos preços do ovo no Brasil. Os outros são o calor excessivo, que provocou mortalidade de galinhas poedeiras e fatores sazonais, com a chegada do tradicional período da Quaresma, quando a demanda aumenta.

Em entrevista à Rádio CBN na quarta-feira, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, reconheceu que o preço do ovo “subiu mais que o normal”, por causa do que chamou de “confluência de fatores”. Por outro lado, disse esperar em uma acomodação no mercado, em meio a uma boa expectativa de produção de milho no país.

“O milho passou dos R$ 65 reais (a saca) para R$ 90, o que reflete em regiões produtoras. O clima influenciou na perda das galinhas, especialmente as mais velhas, e essa reposição leva 18 semanas”, explicou o executivo.