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Mercado

Oferta de gado deve começar a se reduzir em 2026, prevê consultoria

Produção de frango e de suínos deve aumentar no próximo ano

Rural | 28 de Novembro de 2025 as 11h 24min
Fonte: Globo Rural

Foto: Tony Oliveira/CNA

A oferta de gado devem começar a se reduzir em 2026, fortalecendo o movimento de alta nos preços do boi gordo, de acordo com a Consultoria Agro do Itaú BBA.

“A gente vê produtores com dificuldade de comprar boi magro para reposição. O setor deve terminar este ano com abate 5% maior em número de cabeças e produção de carne 3% maior. A diferença se dá porque houve muito abate de fêmeas”, afirmou Cesar Castro Alves, gerente da consultoria agro do Itaú BBA.

A consultoria espera redução no percentual de fêmeas abatidas em 2026 e volume de gado terminado ligeiramente menor em relação a este ano.

Alves destacou o crescimento da exportação em 2025, em torno de 15%, o que ajudou a impulsionar preços. Ele ponderou que a retirada da sobretaxa à carne bovina pelos Estados Unidos neste mês deve favorecer a retomada dos embarques para aquele país, mas o crescimento das exportações brasileiras virá sobretudo da China, destino de mais de 40% da carne bovina brasileira exportada.

Salvaguarda chinesa

Alves disse que a investigação pelo governo chinês de medidas de salvaguarda sobre a importação de carne bovina é um ponto de atenção para o setor.

A China anunciou na terça-feira (25/11) que postergou o prazo de encerramento da investigação para janeiro de 2026. A investigação avalia se as importações de carne bovina tiveram efeito negativo para a indústria local na China.

No setor, há preocupações sobre o risco do país impor restrições à carne brasileira, como cotas para importação. Mas, em linhas gerais, a perspectiva é de preços aquecidos no exterior, dado o quadro de restrição na oferta de gado para abate nos principais países concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Austrália e Argentina.

Boi X bezerro

Alves destacou que os preços do boi não têm acompanhado a valorização nas cotações do bezerro, com a relação de troca se deteriorando para o terminador.

“Os preços do bezerro apresentam tendência mais clara para subir. A cria tende a manter seu curso de valorização, em virtude da redução dos nascimentos, após anos de descarte de fêmeas”, disse Alves.

Já o preço do boi gordo dependerá não apenas de uma redução efetiva nos abates, mas também da manutenção de uma demanda externa consistente, segundo o analista.

Frango

O setor brasileiro de carne de frango entrará em 2026 com um cenário mais favorável em relação a este ano, quando o setor sofreu o impacto do episódio de gripe aviária no Rio Grande do Sul. A Consultoria Agro do Itaú BBA prevê um aumento de 2% na produção de carne de frango no país em 2026, após crescimento de 3% em 2025.

Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, disse que o cenário de custos segue favorável, com perspectiva de aumento da produção de milho em relação a este ano, embora haja preocupações com o atraso no plantio.

“As proteínas mais intensivas em ração vão ser muito favorecidas pela questão da infraestrutura de custos mais baixa”, afirmou o analista.

Ele acrescentou que o surto de gripe aviária ficou restrito a uma única granja comercial no Rio Grande do Sul, passando credibilidade ao mercado externo em relação às ações de biossegurança adotadas no Brasil.

Após quatro meses de restrições às exportações, entre maio e agosto, os países retomaram as compras gradualmente. Mais recentemente, China e União Europeia suspenderam embargos, abrindo espaço para a normalização das exportações no curto prazo.

“Para o ano que vem a expectativa é de um bom desempenho da exportação”, disse Alves.

Crescimento em suínos

A suinocultura também dá sinais de crescimento para 2026, após um aumento na produção nacional de 5% neste ano, acompanhada de uma elevação de 15% nas exportações.

Alves observou que o setor vivencia um momento favorável, com aumento nas margens de vendas e custos reduzidos pela queda nos preços dos grãos.

“Continuamos prevendo custos de produção baixos para o ano que vem, mas os preços da carne vão depender da evolução da demanda. Em 2025, o país expandiu as exportações de carne suína. Os mercados asiáticos, responsáveis por 65% do total embarcado, continua impulsionando as exportações, com destaque para Filipinas, Japão e Vietnã, cujas compras mais que compensaram a queda das vendas para a China.