Soja
Ministro vai buscar medidas para quebra de safra em função da seca
Em algumas lavouras de Mato Grosso, produção tem ficado na casa das 20 sacas por hectare
Rural | 18 de Dezembro de 2023 as 11h 24min
Fonte: Jamerson Miléski
![]( http://www.gcnoticias.com.br/files/fotos/mega_noticias/full/37700.jpg )
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Favaro, enviou, na manhã desta segunda-feira (18), uma mensagem dirigida aos produtores de soja de Mato Grosso. O ministro disse que recebeu informações de que já foi iniciada a colheita no Estado, em função de um ciclo anormal de maturação provocado pela falta de chuvas. Segundo Favaro, em alguns casos a produção ficou na casa de 10 a 20 sacas por hectare, o que ele classificou como “muito grave” e “preocupante”.
Favaro disse que vai acionar a equipe técnica do Ministério, para que levante a situação junto aos produtores. A ação visa gerar informações mais sólidas para que medidas sejam adotadas. “Em momentos de excepcionalidade, precisamos de medidas excepcionais”, pontuou.
O ministro afirmou que é uma determinação do presidente Lula não deixar que os produtores passem maiores dificuldades em função das mudanças climáticas.
A “excepcionalidade” da qual Favaro se refere foi um ciclo de chuvas bem adverso, que bagunçou o calendário da soja. Em geral, o plantio inicia em setembro e se encerra em novembro. Mas nesse ano, dias depois das últimas sementes serem plantadas, já tinha produtor colhendo.
Em Ipiranga do Norte, o produtor Valcir Batista Gheno começou a colher no dia 29 de novembro. Pelo ciclo do material que semeou, a colheita era prevista para o dia 22 de dezembro. “Infelizmente por ter dado um veranico no enchimento de grão ela antecipou o ciclo dela. Um grão muito chocho”, explica o produtor, que registrou cerca de 30 sacas por hectare, volume bem abaixo da média de 80 sacas na safra anterior, na mesma propriedade e com a mesma semente.
Em Nova Ubiratã, o produtor Clovis Antônio Cenedese, plantou a soja no fim de setembro e começo de outubro, em sua propriedade de 2,6 mil hectares. Logo sofreu uma estiagem de 12 dias que comprometeu os primeiros grãos plantados. Ele acabou fazendo o replantio em várias áreas. “No dia 18 de outubro tivemos chuvas generalizadas, que ajudaram a terminarmos o plantio. Mas após disso, uma nova estiagem”, conta.
Cadê a chuva?
De acordo com Luiza Cardoso, porta-voz na Climatempo, a onda de calor no Centro do Brasil deve se manter até o dia 20 de dezembro.
“Muitas lavouras vão enfrentar essa nova fase de floração sob uma nova onda de calor, com muitas regiões realizando o replantio. Essa onda de calor deve reduzir ainda mais o potencial produtivo da soja, e os produtores precisam ficar mais atentos”, analisa.
Assim, segundo Cardoso, o clima seco também não deve favorecer aos produtores que optaram pelo cultivo do algodão no lugar da soja.
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