Agro
Entenda como produtores têm enfrentado o aumento dos defensivos
Alta dos custos dos defensivos tem elevado valor final da produção; produtores procuram por alternativas para minimizar gastos e garantir produção
Rural | 10 de Março de 2023 as 10h 05min
Fonte: Davi Vittorazzi - Redação PP

O preço dos defensivos agrícolas tem aumentado nas últimas safras, o que tem ocasionado uma elevação constante no custo geral da produção, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária). Para superar isso, produtores estão buscado alternativas para lidar com a situação e manter a produção.
O custo da produção de soja transgênica tem aumentado em Mato Grosso. Só nas últimas três safras, de 2020/21 a 2022/23, o valor gasto em reais das safras por hectares teve um crescimento de 49,07%, de acordo com dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Aumentou, mudou
O vice presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), Lucas Costa Beber, avalia que, além da Guerra entre Rússia e Ucrânia, que causou instabilidade no fornecimento dos agrotóxicos, o banimento de alguns produtos e a dificuldade de substituição tem feito que os custos subam.“O glifosato teve um aumento de mais de 300% nos últimos 5 anos. Quando se pega o Diquat, chegou a ter um aumento de mais de 400% – nesse caso, é a parte porque, além de ser afetado pela pandemia, nós tivemos o banimento do Paraquat no Brasil”, exemplifica Lucas.
“Ou seja, o produtor tem que usar outros herbicidas combinados para pensar a falta do princípio ativo”, completa. Conforme o vice-presidente da Aprosoja, quando há esse aumento, o produtor tenta ajustar ao máximo o uso em sua lavoura. Usar menos aplicações ou usar a dose mínima são as opções utilizadas.
Lucas explica que no caso dos herbicidas, acaba sobrando mais ervas daninhas e, às vezes, no primeiro ano diretamente não é tão notado, mas em anos seguintes tem um aumento da população das ervas, o que exige um uso maior dos defensivos. No caso dos inseticidas, o produtor não tem opção. Com custo alto ou barato, ele tem que aplicar, já que a ação dos insetos é muito mais rápida e o prejuízo geralmente também.
Insumos biológicos como alternativas
Desenvolvidos a partir de enzimas ou extratos, de plantas ou microoganismos, os insumos biológicos podem ser usados para nutrir o solo e ajudar no controle de pragas. Esse tipo de produto é considerado de baixo impacto ao meio ambiente.
Segundo o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, os produtores de Mato Grosso já tem usado essa alternativa na produção, através da multiplicação On Farm.
“Alguns produtores fazem isso há mais de 20 anos no Brasil, usando àquilo que a natureza já nos provem – essas bactérias, fungos. Nos últimos 5 anos, temos notado um aumento no uso desses defensivos. Principalmente na multiplicação On Farm dentro da fazenda, onde o produtor consegue reduzir bastante o custo”, destaca o vice-presidente da entidade.
O pesquisador Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), explica que os insumos biológicos podem ser considerados como uma ferramenta para ajudar a planta a lidar com situações adversas.
No entanto, o pesquisador alerta que os insumos biológicos, em sua maioria, não conseguem substituir o total uso dos defensivos convencionais. Por outro lado, é possível fazer uma complementação entre os dois tipos de produtos e, assim, obter mais efetividade na segurança da lavoura. “Depende da situação que o produtor vai enfrentar naquele momento”, diz.
“Os insumos biológicos na agricultura vem crescendo no Brasil na casa dos dois dígitos anualmente. E é uma tendência mundial. Então, existe uma disponibilidade crescente, na linha de bioinseticidas, biofungicidas e também dos inoculastes no mercado”, relata Nogueira
A vantagem foi vista e é usada pelo produtor Osvaldo Pasqualotto. O empresário prevê que a tendência é aumentar o uso dessa tecnologia alternativa e sustentável. “Eu acho que vai permanecer [a redução de uso de agrotóxicos]. Cada vez mais os produtores estão em busca de tecnologias, estabilizando mais as fazendas também, isso tudo vai trazer uma economia e incremento, até mesmo na produção, com a diminuição dos custos finais”.
À frente do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), o ministro Carlos Fávaro aponta que a política do novo governo será voltado para sustentabilidade.
Fávaro destaca que o uso de produtos biológicos são alternativas mais viáveis para frear os preços e buscar o desenvolvimento sustentável no campo. O chefe do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) destaca está preparando uma plano ampliação da Embrapa, para que seja possível investir em novas tecnologias.
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