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Modernização

Empresa de MT investe R$ 35 milhões para duplicar produção de tilápia

Rural | 07 de Abril de 2025 as 07h 53min
Fonte: Globo Rural

Foto: Divulgação

Com foco em duplicar a produção anual e exportar, o grupo mato-grossense Natter está investindo R$ 20 milhões na modernização do seu frigorífico de processamento de tilápia no município de Campo Verde (MT). A planta, que já foi ampliada no ano passado com investimento de outros R$ 15 milhões, acaba de se tornar a primeira credenciada do Estado para exportar a tilápia para os Estados Unidos, principal mercado da espécie.

Há 15 anos atuando no agronegócio, o Natter tem produção de soja, milho e algodão em cerca de 60 mil hectares em três regiões do Estado, além de pecuária de corte. Desde 2018, passou a apostar na piscicultura, com destaque para a produção própria de tilápias em tanques escavados, com capacidade de produzir 4.800 toneladas de peixe bruto por ano, e também em tanques-rede no rio São Lourenço, em Juscimeira, com capacidade de 2.400 toneladas.

Ainda este mês, o frigorífico Saciatta, que produz 4 mil toneladas de tilápia por ano, deve fazer sua primeira exportação de 20 toneladas do peixe eviscerado para a Argentina, mas já está negociando também com clientes dos Estados Unidos.

Rafael Bortoli, CEO da Natter, disse à Globo Rural que o plano é triplicar o volume exportado em breve com os embarques para o mercado americano. Com os novos investimentos em maquinário e automação, a expectativa é dobrar a produção para 8 mil toneladas em dois anos.

A ideia de exportar surgiu recentemente por conta da volatilidade dos preços da tilápia no mercado interno, que tem margens apertadas. Ainda estamos entendendo o mercado externo e estudando a logística para colocar o filé de tilápia fresco nos Estados Unidos com bom tempo de prateleira”, explica Bortoli, que é filho de José Carlos, o Zeca Bortoli, um dos fundadores da Bom Futuro e conselheiro do Natter.

Sede do grupo Natter — Foto: Divulgação
Sede do grupo Natter — Foto: Divulgação

A logística para essa exportação demanda embarcar o peixe no máximo dois dias após o processamento em São Paulo, já que não há voos de Cuiabá para os EUA. Bortoli diz que o produto congelado teria uma logística melhor, mas preço menor.

O gerente de operações do Saciatta, João Manzoli, diz que a planta de Campo Verde possui tecnologia de controle de todo o ciclo produtivo, desde a criação dos alevinos até a produção da ração, assegurando a qualidade em todas as etapas, e segue os mais rigorosos padrões de sustentabilidade ambiental, minimizando impactos ao meio ambiente.

Segundo Manzoli, foram comprados equipamentos de última geração, como máquinas de filetagem e classificação de alta precisão, máquinas de remoção de couro com tecnologia avançada e um giro freezer para congelamento instantâneo. O frigorífico investiu também na qualificação e capacitação dos 120 funcionários.

O Natter, que já trabalha com agricultura regenerativa para redução de custos e cuidado ambiental, adotou o processo de economia circular na piscicultura, visando uma melhoria da produtividade, além de ganhos ambientais.

A carcaça da tilápia vira matéria-prima em outra empresa da Natter, a Ambios, com sede em Juscimeira (MT). Lá as sobras de peixe se tornam um fertilizante orgânico rico em aminoácidos para a nutrição das plantas, que é usado na produção de grãos do grupo e também é vendido para outros Estados. Os grãos, por sua vez, formam a base da ração dos peixes.

Está na estratégia de crescimento da piscicultura do Grupo Natter, que também cultiva peixe redondo ao norte do Mato Grosso em tanques escavados e vende a produção sem processamento no mercado local, ampliar o mercado local com a tilápia fresca e trabalhar o filé congelado para entregas em São Paulo.

 

Criação de peixes em MT

Segundo dados do anuário 2025 da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixes BR), a piscicultura de cultivo no Mato Grosso ocupa a 7ª posição no ranking nacional, com uma produção de 44,5 mil toneladas, sendo 4.700 toneladas de tilápia e 39.700 de peixes nativos.

Além do Saciatta, segundo a Peixe BR, o frigorífico Delicious Fish também está credenciado para exportar aos EUA, mas a planta de Cuiabá é especializada no processamento de cortes de tambaqui e pintado.

No ano passado, os americanos receberam 10.514 toneladas de tilápia do Brasil, o correspondente a 84% do total exportado da espécie. A tilápia representa 94% das 12.463 toneladas embarcadas pela piscicultura nacional, com receita de US$ 55,6 milhões. O Paraná lidera o ranking de exportações de tilápias, com receita de US$ 35,7 milhões, seguido por São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás.