Adversidades na safra
Com queda da safra, produtores de MT cobram socorro e ministro anuncia repactuação de dívidas
Carlos Fávaro disse que o Governo Federal articula implementar a linha dolarizada pelo BNDES e anunciou as perspectivas para repactuação de dívidas de produtores
Rural | 21 de Março de 2024 as 13h 23min
Fonte: O documento
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O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, voltou a cobrar medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ajudar os agricultores, que não vão conseguir fechar as contas, já que a produtividade caiu cerca de 20%, enquanto os agricultores viram a cotação da soja despencar.
A produtividade desta safra, para muitos produtores, é inferior até mesmo para cobrir os custos da lavoura. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção da atual safra é de 62 sacas, contudo, a produtividade esperada deve ser de 52,85 sacas. Por outro lado, o preço da saca de soja caiu de R$ 118, no início do plantio, para a casa dos R$ 100, uma queda de cerca de 15%. Se comparado com a cotação do início de 2023, a queda é ainda maior: mais de 35%.
O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, elencou as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais de Mato Groso
“Essa crise, somada a queda de produção e os preços baixos, fez com que acontecesse algo atípico. Os números do Imea falam em custos de produção em 62 a 63 sacas por hectare. E, tivemos produtores acostumados a colher 70 sacas, que colheram 10, 20, 30 sacas. Diante desses números do Imea, a ‘conta não fecha’, por isso fizemos essa carta ao Mapa”, disse Lucas durante a Show Safra, em Lucas do Rio Verde.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que o Governo Federal articula implementar a linha dolarizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES e anunciou as perspectivas para repactuação de dívidas de produtores que enfrentaram adversidades na safra. De maio a dezembro, foram disponibilizados mais de R$ 3 bilhões em cerca de 2 mil operações.
“Os investimentos que vencem no ano de 2024 serão prorrogados de acordo com os contratos. Vamos também criar uma normatização para que os custeios dos bancos públicos cumpram as normativas do crédito rural e sejam todos prorrogados de acordo com a necessidade do produtor brasileiro”, completou.
Nos ofícios encaminhados à Secretaria de Política Agrícola do Mapa no dia 26 de janeiro de 2024, e ao Ministro da Agricultura no dia 28 de fevereiro deste ano, a Aprosoja-MT pediu a destinação de R$ 500 milhões para alongamento de dívidas, com taxa de 5,5% ao ano; uma linha de crédito de 1,95 bilhão de dólares, a uma taxa de 5,5% ao ano e outra linha de crédito de R$ 1,05 bilhão para equalização de juros agrícolas.
“Isso colocaria no mercado mais de R$ 40 bilhões e ajudaria nesse crédito, para que esse produtor consiga salvar o seu negócio”, destacou Lucas Costa Beber.
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