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Decisão

Cade suspende processos sobre Moratória da Soja, incluindo inquérito sobre diretores

Decisão atende a decisão liminar concedida pelo ministro Flávio Dino, do STF, na última semana

Rural | 13 de Novembro de 2025 as 08h 31min
Fonte: Globo Rural

Foto: Divulgação

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspendeu seus dois processos que tratam da Moratória da Soja, acordo entre empresas do setor que proíbe a compra de soja cultivada em áreas desmatadas na Amazônia Legal após julho de 2008. A decisão atende a decisão liminar concedida pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana.

A liminar determina a suspensão de ações judiciais e administrativas sobre a legalidade da Moratória da Soja até o julgamento definitivo do tema pelo STF, inclusive inquérito que investigaria os diretores de algumas empresas. A decisão ainda será submetida ao Plenário, mas já tem validade.

A “Moratória da Soja” reúne grandes tradings concorrentes e entidades representativas empresariais em um grupo de trabalho que teve como objetivo desvincular a produção agrícola do desmatamento. Quando uma propriedade é considerada irregular, seu proprietário é incluído em uma lista de embargo compartilhada entre as signatárias do acordo. Os produtores incluídos ficam impedidos de comercializar soja com as empresas aderentes.

No Cade foi verificado indício de infração concorrencial. Em setembro, o Tribunal confirmou medida preventiva que havia sido imposta pela área técnica do órgão às tradings e entidades do Grupo de Trabalho da Soja com aplicação a partir de 1º de janeiro de 2026. Posteriormente foi aberto inquérito para apurar a atuação de pessoas físicas em eventual cartel na Moratória da Soja.

Na liminar, Dino afirma ainda que não é adequado que o debate sobre a higidez da Moratória da Soja prossiga no âmbito das instâncias ordinárias ou administrativas, ante “a grave possibilidade de que decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento desta Casa sejam prolatadas”.

O presidente do Cade, Gustavo Augusto, já havia afirmado ao Valor que o órgão antitruste iria cumprir a decisão mas que deve recorrer, quando intimado.