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Agricultores pioneiros revelam como MT virou o maior produtor de soja no Brasil

Hoje a china é o país que mais compra a soja brasileira, adquirindo mais de 70% da produção destinada ao mercado externo, são mais de 100 milhões de toneladas por safra.

Rural | 01 de Outubro de 2025 as 08h 30min
Fonte: Redação G1-MT

Foto: Reprodução

Mato Grosso é hoje o maior produtor de soja do Brasil, responsável por mais de 30% da safra nacional. Mas nem sempre foi assim. A trajetória que levou o estado ao topo do agronegócio brasileiro começou com pioneiros que enfrentaram desafios, apostaram em tecnologia e acreditaram no potencial da terra.

O agricultor Ignácio Shevenski contou que chegou no estado em 1976, vindo de Santa Isabel do Oeste, no Paraná. Na época, o cultivo de soja era praticamente inexistente no Centro-Oeste. Em 1981, Ignácio plantou sua primeira lavoura com a variedade Cristalina, colhendo 25 sacas por hectare. Segundo ele, um marco para a época.

"Soja aqui não dava, porque não tinha nenhuma pesquisa de variedade que produzissem aqui. Foi a partir dos estudos da Embrapa que variedades adaptadas começaram a surgir" disse.

Outro pioneiro é o agricultor Marino José Franz, que contou que era filho de pequenos agricultores e que se mudou para Sinop em 1980 para buscar mais oportunidades, após se formar como técnico em agropecuária.

“Fui empregado da Embrapa, desenvolvendo os primeiros trabalhos com soja e arroz. Em 1987, fundei uma das primeiras revendas agrícolas em Lucas do Rio Verde. Hoje, a minha empresa possui mais de 30 filiais", contou.

Segundo Marino José, a virada veio com a chegada de novas tecnologias e empresas, que no final dos anos 1990 introduziram a safrinha, que transformou o cenário do estado.

Para o agricultor Marino, a expansão da internet também revolucionou o setor, já que nos anos 80 tinha que pegar o preço do mercado com rádio amador. Hoje, qualquer pessoa com celular tem acesso às cotações de Chicago e do dólar em tempo real.

Atualmente, a China é a maior compradora do grão brasileiro com uma importação de mais de 70% da produção destinada ao mercado externo — cerca de 100 milhões de toneladas por safra. Só em 2024, mais de 77 milhões de toneladas foram embarcadas para o país asiático.

Em entrevista ao Mais Agro, o diretor de vendas internacionais, Xiong Bang, disse que o Brasil é a principal fonte de matéria-prima para a China. E que a relação entre Brasil e China está em uma fase muito boa.

Ren Jianbo, diretor de produção de ração, informou que a qualidade do grão brasileiro, no caso da soja, apresenta um teor de gordura um pouco mais elevado em comparação à dos Estados Unidos.

O diretor comercial Fabrício Vieira explicou que a tecnologia é um dos fatores que mais ajudam na tomada de decisão para venda da soja.

“Monitoramos os preços do mercado em tempo real. Em uma tela que mostra indicações que orienta nossas decisões em termos de dólar e bolsa de Chicago, ajudando a fechar receitas e negociar com compradores”, disse.

Para que a soja chegue com qualidade e segurança ao maior porto do mundo, em Xangai, é preciso uma cadeia eficiente que começa nos campos do Centro-Oeste. Tecnologia, sustentabilidade e, principalmente, pessoas conectam o Brasil à China por meio desse grão.

Hoje, Mato Grosso colhe os frutos de décadas de trabalho, pesquisa e coragem de quem acreditou no potencial da terra. E segue como protagonista na produção de soja, conectando o campo brasileiro ao mercado global.