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Bom dia, Quarta Feira 30 de Abril de 2025

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Superfederação

União Brasil e PP formalização a federação união progressista e se torna a principal força política nacional

Composição vai exigir bom senso dos líderes por causa de disputas regionais. Em Mato Grosso tendência de caminhar juntos coloca água no chopp na disputa ao governo do estado

Política | 29 de Abril de 2025 as 09h 30min
Fonte: Marcos Lemos

Foto: Divulgação

O União Progressista (UP) que nasce nesta terça-feira, 29 de Abril no Congresso Nacional com a formação da Federação Partidária entre o União Brasil (UB) e o Partido Progressista (PP), chega como a maior força política partidária do país e com maior volume de recursos a ser disponibilizado nas eleições de 2026, cerca de 1 bilhão de reais para dar as cartas quando estará em jogo a sucessão ou reeleição do presidente da República e seu vice; 27 governadores e seus vices; 54 ou 2/3 dos 81 senadores pois no ano que vem estarão em disputa duas vagas por Estado; 513 ou 527 deputados federais caso a Câmara dos Deputados aprove o aumento na representatividade, já que nenhum Estado deseja perder representação eleitoral e 1.094 ou 1.127 deputados estaduais já que parte das Assembleias Legislativas como a de Mato Grosso já aprovou o aumento de 24 para 27 deputados estaduais levando-se em conta o aumento na população constatada pelo Censo Demográfico de 2022/2023 e 2024 realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Semana passada o PP já avalizou a formação da Federação União Progressista (UP) e ontem, segunda-feira, 28 de abril foi a vez do União Brasil aprovar a mesma, que ainda necessitará ser aprovada em convenção partidária e formalizada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de olho nas disputas gerais de 2026. 

Em Mato Grosso, o União Progressista chega com força e representatividade, mas pode promover a ruptura de alguns acordos como do governador Mauro Mendes (UB) em apoiar seu vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicano), como candidato a sua sucessão, já que ele (Mendes) está na metade do seu segundo mandato. 

Apesar de ser um dos maiores líderes políticos do União Brasil, o acordo de Mauro Mendes aconteceu de forma pessoal, particular e não passou pelo partido o que tem gerado ruídos estrondosos que muitos preferem desconhecer, mas momentaneamente, o que tende a se tornar um dos primeiros embates para a Federação União Progressista e os problemas locais. 

Com duas forças políticas unidas, dificilmente a Federação União Progressista irá abrir mão em disputar o Governo de Mato Grosso, seja com um nome do União Brasil ou do próprio PP, lembrando que a chapa tem como candidatos majoritários, o cargo de governador, o de vice e duas vagas de senador da República, além de 9 vagas de deputado federal e 27 de deputado estadual. 

Nomes fortes nunca foram problemas para o União Brasil que, no entanto, sempre preferiu buscar coligações para evitar eventuais disputas que se tornam arriscadas e onerosas a sigla diante do tamanho territorial de Mato Grosso, do volume de prefeituras municipais, 142 no total e da ampliação de sua força partidária, dentro da Assembleia Legislativa, que hoje tem suas forças políticas divididas entre as principais lideranças na Casa de Leis. 

As principais lideranças no Legislativo Estadual são o presidente Max Russi hoje comandante do PSB, que flerta com o Podemos que deve ainda em 2025 se fundir com o PSDB; Janaina Riva (MDB) que desponta como favorita para conquistar uma das duas vagas para o Senado da República e vem reforçada pela Executiva Nacional do partido já que deve presidir o MDB em Mato Grosso após várias décadas sob o comando de Carlos Bezerra; Eduardo Botelho, líder do União Brasil que mesmo após ser derrotado nas eleições municipais do ano passado tem bagagem e capacidade de se recuperar e reaglutinar por ter o apoio do senador Jayme Campos que tanto pode disputar o Governo do Estado como a reeleição para o Senado e seu irmão o deputado estadual Júlio Campos um dos mais hábeis articuladores políticos de Mato Grosso; Dilmar Dal’Bosco ainda no União Brasil mas com a firme possibilidade de migrar para o PSD do senador e ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, outro forte nome na disputa ao Senado, mas que se vê em uma encruzilhada entre continuar aliado com o PT do presidente Lula em Mato Grosso que tem dado demonstrações de sobra dá preferência pela extrema direita liderada no Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Além do problema partidário, Fávaro é ligado ao agronegócio que também dá forte demonstração pró extrema direita. 

O PSD tem atualmente quatro deputados, mas com sinalizações de que deve perder um ou dois representantes e ganhar pelo menos um e o PT apesar de ter apenas dois deputados estaduais, Lúdio Cabral e Valdir Barranco, ambos com vários mandatos eletivos, tem densidade eleitoral como a expressiva votação de Lúdio Cabral que mesmo derrotado nas eleições municipais do ano passado galgou Lúdio Cabral (PT): 147.127 votos, 46,20% dos votos válidos no segundo turno que somados aos 114.533 eleitores que se abstiveram de comparecer ao pleito, mais aqueles que votaram em branco ou nulos que somados colocam uma frente considerável, de mais de 100 mil votos, em relação ao prefeito Abilio Brunini (PL) eleito com 171.324 votos ou 53,80% dos válidos. 

Não se pode desconhecer também que em 2022, nas eleições gerais, Rosa Neide, atual diretora da CONAB foi a candidata a deputada federal mais votada em Mato Grosso com quase 125 mil votos, mas que deixou de conquistar a vaga na Câmara Federal por não ter obtido quociente partidário. 

Existem outros líderes políticos na composição da Assembleia Legislativa, mas de importância secundária como o deputado Paulo Araújo (PP) que foi vereador por Cuiabá em dois mandatos e cumpre seu segundo mandato de deputado estadual, mas que lida com dificuldades como a falta de representatividade partidária e que deve ganhar força e musculatura com a Federação União Progressista. 

Também o Republicano do vice-governador Otaviano Pivetta tem representatividade diminuta no Parlamento Estadual, assim como o PSDB, o Cidadania e o próprio PL que tem apenas dois deputados estaduais. 

A formalização do União Progressista em nível nacional vai exigir dos futuros comandantes nacionais, argumentação para colocar todos os caciques, principalmente do União Brasil que tem mais candidatos a cargos majoritários e uma tendência a ruptura, pois enquanto o governador Mauro Mendes sinaliza poder disputar uma vaga de Senador da República, já que se encontra caminhando para o fim do seu mandato, o senador Jayme Campos pode se ver na condição de optar pela disputa do Governo do Estado diante do volume de candidatos as duas vagas de Senador da República. 

Saindo do Legislativo Estadual e partindo para a Câmara Federal, a situação emblemática é a mesma. O União Brasil herdou a primeira posição com a eleição de Fábio Garcia como o mais votado e por ter sido Rosa Neide (PT), preterida na definição de um mandato por causa do quociente partidário.  

O União Brasil também ficou com a última vaga da bancada federal de oito deputados elegendo o Coronel aposentado da Polícia Militar Jovânio Assis, que mesmo do União Brasil tem postura mais para a extrema direita e para Bolsonaro. 

O PL acabou formalizando o maior número de eleitos, com Abilio Brunini que deixou o mandato para ser prefeito de Cuiabá, José Medeiros (2010/2018) que chegou a ser condenado como senador da República pelo TSE por ter fraudado a Ata de Registro de candidatura como suplente do então senador eleito Pedro Taques que mais tarde deixaria o mandato para ser governador de Mato Grosso (2015/2018); a Coronel Fernanda que tem atuação apagada e com a então deputada e próxima do Clã Bolsonaro, Amalia Barros eleita na sobra de votos, mas que veio fatalmente a falecer por causa de problemas de saúde. 

A representatividade federal na Câmra dos Deputados é fundamental para qualquer partido, pois o número de eleitos é que norteia a distribuição de dois importantes eixos políticos e moedas de troca nas definições de apoios e coligações, como o tempo de rádio e televisão nas eleições e os fundos partidários e eleitoral.  

A formalização da Federação Partidária União Progressista hoje reúne os principais caciques eleitorais de ambos os partidos e mesmo demonstrando afinidades mútuas já existe uma disputa interna para saber quem comandará aquela que terá a maior bancada com 109 deputados federais, mais de 1.000 prefeituras e mais de R$ 1 bilhão entre Fundo Partidário e Fundo Eleitoral. 

Neste primeiro momento a Federação União Progressista terá dois presidentes, o senador Ciro Nogueira (PP) e o deputado federal e líder do União Brasil, Antônio Rueda e a partir de 2026, ano das eleições gerais o comando será decidido em comum acordo, mas sem deixar de lado nomes expressivos como o ex-presidente da Câmara Federal, Arthur Lyra que já se coloca como comandante do processo que pode pender para a reeleição do presidente Lula ou desembarcar do atual governo aonde detém dois ministérios, como deseja a ala mais radical do União Brasil capitaneada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto que após brilhante dois mandatos como prefeito da Capital da Bahia foi fragorosamente derrotado para o Governo do Estado que ficou nas mãos do PT. 

“Inicialmente vai existir uma copresidência até dezembro. O Rueda e o Ciro. A gente vai integrar os dois partidos nesse início e a partir de janeiro a gente terá uma presidência só”, afirmou Rueda ao final do encontro.   

A federação União Progressista, como deverá ser chamada, promete ser uma potência dentro do Congresso e nas eleições de 2026.  

A união reunirá:  

a maior bancada dentro da Câmara dos Deputados (109 parlamentares);  

o maior número de prefeitos do país (mais de 1 mil prefeituras);  

os maiores repasses de verba pública para custeio de campanhas e funcionamento das siglas.  

Federação Partidária  

Segundo dirigentes, após o anúncio, os partidos passarão a se debruçar sobre o estatuto do arranjo.  

O documento terá de ser aprovado internamente por cada sigla, em convenções partidárias.  

Nesta fase, deverá ficar mais clara a divisão de comando e as instâncias da aliança — pontos que registram as maiores divergências entre membros dos partidos.  

Também há uma disputa pelo comando nacional da União Progressista, que ocorrerá por rodízio.  

Um acordo inicial previa que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) daria início ao rodízio.  

Na última semana, Lira foi surpreendido por especulações de que o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, seria o primeiro comandante do arranjo.  

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que a ordem do rodízio e a duração dos mandatos ainda não está definida.  

Com o estatuto em mãos, a federação poderá dar entrada no registro da aliança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda não há data para que isso ocorra.  

As federações partidárias são um modelo de aliança que une duas ou mais siglas. Pelas regras, as legendas passam a atuar como uma só por, no mínimo, quatro anos.  

Também deve haver alinhamento nas campanhas — ou seja, a federação deve caminhar de forma unificada nas disputas, definindo conjuntamente as candidaturas.  

'Superfederação'  

As tratativas entre União Brasil e PP são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que tentam projetar o tamanho do impacto da aliança nas campanhas de 2026.  

A "superfederação", como tem sido chamada por lideranças de outros partidos, teria direito a receber a maior fatia, entre os 29 partidos registrados pelo TSE, do fundo público de financiamento de campanhas.  

Levando em conta os valores distribuídos em 2024, uma eventual federação entre PP e União faria jus a quase R$ 1 bilhão em recursos públicos.  

União Progressista em números  

109 deputados federais — maior bancada na Câmara dos Deputados  

13 senadores — terceira maior força dentro do Senado  

1.336 prefeitos em todo o país — maior número de prefeituras, superando o PSD (889)  

seis governadores — à frente de todos os outros partidos  

R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (números de 2024) — maior fatia da distribuição e R$ 67 milhões a mais do que o segundo colocado, o PL  

R$ 197,6 milhões em fundo partidário (números de 2024) — maior volume de recursos, superando o PL  

Participação no governo  

A federação une dois partidos que têm participação no governo e chefiam pastas na Esplanada.  

Questionado sobre eventual desembarque do União da Esplanada, Neto afirmou que isso ainda não está em discussão, mas defendeu que a federação seja um projeto alternativo ao governo Lula.  

“Então eu acho que o tempo vai mostrar e o transcorrer das coisas vai comprovar que essa federação nasce para ser sustentação de um projeto alternativo ao atual governo federal e ao próprio presidente Lula”. (com informações do site g1.com.br)