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Nós contra eles

Sindicato dos Produtores emite nota repudiando senador e deputado ''do agro''

Lideranças políticas que emergiram com o agronegócio são execradas por apoiar o PT

Política | 14 de Julho de 2022 as 21h 00min
Fonte: Jamerson Miléski

O Sindicato Rural de Sinop tem um lado político e a nota de repúdio emitida nesta quinta-feira (14), deixa claro a sua militância. Em documento disparado para imprensa, o Sindicato manifestou seu repúdio ao senador Carlos Fávaro (PSD) e ao deputado federal Neri Geller (PP). O repúdio deve-se ao fato de Fávaro e Geller terem declarado apoio ao PT, Partido dos Trabalhadores, nas eleições de 2022.

A nota assinada pelo presidente do Sindicato, Ilson Redivo, traz uma coleção de “mantras” comumente vistos nos perfis e grupos de redes sociais que reverberam propaganda bolsonarista. O texto diz que o PT apoia o MST (Movimento dos Sem Terra), e resume o movimento a uma “organização criminosa”, que atua pilhando o “trabalho e esforço de famílias honestas”. O tom catastrofista da nota segue com a afirmação de que o “ex-presidiário” candidato a presidente – referindo-se a Luis Inácio Lula da Silva – pretende implantar um regime socialista “como na Venezuela e em Cuba, tudo apoiado pelo Foro de São Paulo”.

A manifestação do sindicato também faz um ataque velado ao ex-senador e ex-ministro, Blairo Maggi, alterando a grafia da palavrar “imagina” para “iMaggina”. “O apoio nefasto de dois candidatos que se dizem do agro visa apenas a dar suporte a um só grupo econômico, que iMaggina monopolizar o transporte e o mercado de milho, soja e algodão, tendo um de seus representantes um ex-senador”, declara o sindicato em trecho da nota.

Geller e Favaro externaram sua posição política nas eleições de 2022 ontem, quarta-feira (13). Ao Jornal Estado de São Paulo, Favaro declarou que ele, Neri e seus partidos apoiariam em Mato Grosso a federação formada por PT, PV e PC do B, defendendo a candidatura a presidência de Lula e Geraldo Alckmin (PSB), como vice. “Os avanços foram muito maiores na administração do presidente Lula, por isso vamos apoiá-lo nessa nova candidatura”, afirmou o senador.

Favaro é do agronegócio, já foi presidente da Aprosoja e politicamente sempre se apresentou como “conservador”. Geller também veio do agro, foi ministro da Agricultura durante o governo Dilma Roussef, sendo o responsável pelo lançamento do Programa de Armazenagem e dos prêmios de indenização aos produtores, quando o milho estava com um preço baixo. Membros ativos da bancada ruralista, o senador e o deputado se tornam alvos do sindicato rural por divergir da posição política da entidade.

No cenário eleitoral, Geller busca viabilizar sua candidatura para o Senado, tendo como adversário na disputa o senador Wellington Fagundes (PL), que busca a reeleição e está no mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. Nessa cancha também está Antônio Galvan (PTB), ex-presidente do Sindicato Rural de Sinop e da Aprosoja, que anunciou sua pretensão de disputar a eleição para senador.

 

O que dizem os repudiados?

A assessoria de Favaro disse que não vai comentar o assunto, “cutucando” ao lembrar que na eleição passada, Redivo apoiou a candidatura de Nilson Leitão (PSDB), para o senado.

Geller foi mais enfático, afirmando que a nota foi vergonhosa e que atividades do agronegócio não deveriam ser usadas politicamente. “Nós Redivo, junto com a Aprosoja, resstruturamos o porto de Miritituba aqui em cima. A BR-163 foi 950 quilômetro no governo passado, 50 foram feitos nesse governo. Então eu tenho muita tranquilidade de falar que o debate ideológico, esse mesmo debate que pega dinheiro dos associados da Aprosoja, por exemplo, pra ir fazer protesto em Brasília pra invadir o Supremo Tribunal Federal eu sou contra. Nós precisamos se envolver, se elejam e exerçam a democracia”, declarou Geller, em entrevista ao programa Estúdio Ao Vivo, na TV Cidade Verde.

 “Essa nota de repúdio pra mim é uma vergonha. Não tenho nenhum medo, pode vir crítica. Absorvo as críticas com muita tranquilidade, corrijo tenho humildade de recuar, não tem problema nenhum. Agora vir com coisinha pesada para meu lado não vai funcionar. Com todo o respeito, reconheço no Redivo o bom trabalho que ele faz no sindicato. Me chamaram na Aprosoja semana passada pra me dar parabéns por ter aprovado a lei do defensivo agrícola. Você sabe Redivo quem fez isso. Então eu tenho moral pra falar e vou fazer o debate de alto nível”, rebateu Geller.

 

Confira a nota de repúdio do Sindicato na íntegra

NOTA DE REPÚDIO:

O Sindicato Rural de Sinop, a pedidos de seus associados, vem a público para comunicar seu repúdio com a atitude de apoio de Carlos Fávaro e Neri Gueller à eleição de candidatos dos partidos dos trabalhadores. Como é de conhecimento público, o Partido dos Trabalhadores atua em conjunto e apóia o M.S.T., organização criminosa que invade, depreda, incendeia propriedades adquiridas com trabalho e esforço de famílias honestas. Ademais, o ex-presidiário candidato a Presidente já acena para o controle da imprensa, propriedades e, conseqüentemente, pretende tirar a liberdade da população brasileira impondo regime socialista como na Venezuela e em Cuba, tudo apoiado pelo Foro de São Paulo, organização politicamente criminosa fundada pelo ex-presidiário e Fidel Castro. O apoio nefasto de dois candidatos que se dizem do agro visa apenas a dar suporte a um só grupo econômico, que iMaggina monopolizar o transporte e o mercado de milho, soja e algodão, tendo um de seus representantes um ex-senador. Esse apoio político de “Fávaro e Nerizão” revelam apenas que seus perfis não estão voltados ao Agro e à família brasileira, mas demonstra ação retrógrada e oportunista, que vem, de forma acintosa, desconstruir os avanços obtidos nos legítimos movimentos sociais do setor produtivo, envergonhando os produtores rurais que tanto trabalharam para esse Estado.