Investigação
PMs tentaram combinar depoimentos para atrapalhar investigações sobre confronto forjado
Política | 16 de Junho de 2025 as 07h 45min
Fonte: Repórter MT

Análises nos aparelhos celulares dos policiais militares do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, denunciados por envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá, demonstraram que eles tentaram combinar depoimentos para atrapalhar as investigações do caso.
Os quatro foram denunciados pelo MP por homicídio qualificado e tentativa de homicídio por terem forjado um confronto no Contorno Leste para ocultar a origem da arma utilizada para matar o advogado. No confronto simulado, um homem de 26 anos morreu e dois adolescentes de 16 ficaram feridos.
Um trecho do documento traz análises forenses de celulares comprovaram a coordenação para a falsificação de depoimentos através de um grupo de WhatsApp "Gol Branco", onde os PMs expressavam preocupação com divergências nas versões e o fato de seus depoimentos estarem sendo filmados.
"Há orientações explícitas sobre depoimentos: 'Sempre conforme o B.O., entendeu? O B.O. tá ali dá uma olhada de novo', demonstrando coordenação para manter versão uniforme baseada no Boletim de Ocorrência", diz trecho de documento.
"A preocupação com divergências é expressa na mensagem: 'Nada, eu acho que deve tá dando divergência em nosso depoimento'. [...] As conversas no grupo evidenciam clara obstrução da justiça", segue o documento.
Além disso, áudios de Wailson Ramos ainda revelam uma "naturalização da violência letal" e a crença de que confrontos devem resultar em mortes.
"Acabei de trocar tiro aqui nega! Cara tomou um disparo na porra do peito, transfixou, deu Hemotórax que é sangue né, drenaram o sangue dele, o filho da puta não morreu cara!", diz trecho de conversa.
"Mas tá bom, tá de boa, mas tem aquela coisa, todo confronto tem alguém morto, eu estou de boa, falei para os caras, pedi desculpa pela cagada de pau, mas acho que não foi cagada de pau não!".
Prisão e soltura
A prisão dos militares aconteceu em abril, durante a Operação office-Crime e Office-Crime O Elo, deflagradas pela Delegacia de Homicídios durante as investigações do assassinato.
Entretanto, no dia 29 de maio, o juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal da capital revogou a prisão preventiva deles, concedendo liberdade aos quatro, mediante aplicação de medidas cautelares como proibição de contato com vítimas e testemunhas, recolhimento domiciliar noturno das 20h às 6h e durante os dias de folga, além da apresentação trimestral de relatório das atividades laborais.
Em recurso contra a decisão, assinado pelo promotor promotor Henrique Pugliesi, foi citado que a permanência da liberdade dos investigados podem atrapalhar a colheita de provas, intimidar testemunhas, destruir evidências e articular versões que comprometam a busca pela verdade real.
"Especialmente considerando que há indícios de envolvimento de outros agentes nos fatos investigados, como evidenciado pela complexidade das ações praticadas e pela criação de um grupo de WhatsApp denominado 'Gol branco' logo após o homicídio", afirmou promotor.
Morte de advogado
O advogado Renato Nery foi morto a tiros no dia 5 de julho, em frente ao seu escritório, em Cuiabá.
A motivação do crime está atrelada a uma disputa de terras em mais de R$ 40 milhões. O casal mandante do crime, Cesar Sechi e Julinere Goulart está preso.
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