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Investigação

Maníaco que estuprou e matou mãe e filhas pede para ser julgado em Cuiabá

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) já se manifestou contra o pedido de desaforamento, mas este ainda está sob análise do Judiciário

Política | 18 de Julho de 2025 as 07h 40min
Fonte: Unica News

Foto: Divulgação

Prestes as ser julgado, Gilberto Rodrigues dos Anjos, que estuprou e matou Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as três filhas dela, pediu por meio de sua defesa a transferência de Júri da Comarca de Sorriso, onde cometeu o crime, para Cuiabá. O crime que chocou Mato Grosso e todo o país aconteceu em novembro de 2023 e o júri popular está marcado para o dia 7 de agosto, a partir das 8h30 da manhã.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) já se manifestou contra o pedido de desaforamento, mas este ainda está sob análise do Judiciário.

O crime foi descoberto no dia 27 de novembro de 2023, uma segunda-feira, após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Além de Cleci, foram vítimas do crime brutal suas filhas Miliani, de 19 anos, Manuela, de 13, e Melissa Calvi Cardoso, 10. Dentre as quatro, apenas a mais nova não foi sexualmente violentada. Gilberto responderá pelos três estupros e quatro feminicídios.

Ao entrar com pedido de desaforamento, a defesa de Gilberto alegou haver dúvida sobre a imparcialidade dos jurados para julgar o seu caso, impactados pela repercussão que este obteve, além de que, a sua segurança pessoal estaria em risco. Para fundamentar a alegação, destacou a transferência do criminoso da unidade prisional local para a Penitenciária Central do estado (PCE), em Cuiabá.

O procurador de Justiça João Augusto Veras Gadelha, porém, descartou que a transferência de Gilberto para a PCE tenha se dado em virtude da segurança do homicida, destacando que a unidade recebe criminosos de alta periculosidade. No parecer, destaca-se ainda o fato de que a exigência da defesa, com base na alegação de que o caso ganhou notoriedade é insuficiente, visto o Código de Processo Penal trata o desaforamento como medida “excepcionalíssima”.

Conforme artigo 427 do CPP, a medida é admissível apenas quando o interesse da ordem pública o reclamar, houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou risco à segurança pessoal do acusado.

Ao que o promotor argumenta no parecer: “Não se desconhece que o caso em tela alcançou significativa repercussão, inclusive em âmbito nacional. No entanto, é entendimento consolidado dos tribunais superiores que a mera notoriedade dos fatos, por si só, não é suficiente para justificar o desaforamento”.

Destaca-se que, conforme o promotor, não há elementos suficientes para comprovar que os jurados da comarca de Sorriso estejam contaminados por juízo prévio de valor ou que não possam julgar com base exclusivamente nas provas dos autos.

Histórico de brutalidade

Gilberto já foi condenado por crimes em Lucas do Rio Verde e no município de Mineiros, cidade no sudoeste de Goiás. Na cidade mato-grossense, o criminoso estuprou uma vizinha e tentou degolá-la, depois, fugiu numa bicicleta, deixando a mulher em estado de choque e com cortes no pescoço. Pelo crime, Gilberto foi condenado em março deste ano a 22 anos e sete meses de prisão.

Já em GO, ele foi condenado a 17 anos, 3 meses me 29 dias de cadeia pelo homicídio triplamente qualificado do jornalista Osni Mendes. Gilberto aceitou o convite e os dois entraram no carro de Osni. Durante o trajeto, o jornalista parou o carro para urinar e disse a Gilberto que também descesse do veículo para esticar as pernas. Quando os dois estavam fora do carro, o jornalista tentou beijar o criminoso à força, momento em que o pedreiro reagiu com empurrões e socos e o enforcou até a morte.

O crime

Cleci e as filhas ficaram dois dias sem contatar ou responder a Regivaldo Batista Cardoso, seu marido e pai das meninas. Depois desse período, ele contatou a polícia e pediu que fossem até sua casa, mas tudo parecia bem: o carro estava no local, os cachorros também e até o ar-condicionado estava ligado. Apenas em uma segunda visita das autoridades, quando tudo permanecia inalterado, foi que as vítimas foram encontradas mortas, caídas dentro da casa onde moravam. O caminhoneiro ainda não havia voltado para casa quando foi informado que sua família foi vítima do crime que ficou conhecido como “Chacina de Sorriso”.

O crime foi descoberto no dia 27 de novembro de 2023, uma segunda-feira, após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Cleci e a filha Miliani, de 19 anos, foram encontradas caídas no corredor da casa. Já os corpos de Manuela e Melissa, de 13 e 10 anos, estavam no quarto. Segundo a perícia, três delas estavam sem roupas.

Gilberto trabalhava como pedreiro em uma obra ao lado da casa das vítimas e ficou sondando a rotina delas por semanas até cometer o crime. A Polícia Civil chegou ao criminoso após receber denúncias. Ele continuava trabalhando normalmente na obra ao lado da cena do crime, como se nada tivesse acontecido. Com ele, foram apreendidas as roupas íntimas que as vítimas usavam no dia do crime, as quais ele levou como “troféus” do crime.