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DInheiro é do povo

Janaina cobra emendas e desafia Mendes a vir para a arena da disputa eleitoral

Deputada frisa que ostentação se tornou prioridade da atual gestão e condena gastos de R$ 2 bilhões com obras do Parque Novo Mato Grosso

Política | 07 de Maio de 2025 as 21h 05min
Fonte: Marcos Lemos

Janaina Riva fala durante sessão ordinária desta semana na Assembleia Legislativa e cobra postura Foto: Luiz Alves - ALMT

“O dinheiro é público, o dinheiro é do Estado e é do povo. Aqui, eu quero dizer, aos que me acompanham nesta sessão legislativa, os vereadores de Nova Monte Verde e a população de Mato Grosso, como uma deputada independente que sou, ninguém manda em mim. Ninguém”, disse a deputada Janaína Riva (MDB), retomando a série de críticas contra o Governo Mauro Mendes e ao secretário chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, que durante a inauguração de um complexo educacional, no Pedra 90, na última segunda-feira, 5 de maio, voltaram acusar a parlamentar de ser desproporcional em suas falas.

Veja no link a seguir o post da fala da deputada Janaina Riva (MDB): https://www.instagram.com/reel/DJW-cz0u-A-/?igsh=MTM5d2tncHAyODZqcQ== 

Entre as ponderações do governador Mauro Mendes e o tom jocoso e ácido do secretário da Casa Civil que apontou ser José Riva (pai de Janaina) o maior corrupto da história de Mato Grosso, o jogo de empurra-empurra, mede o termômetro de uma eventual disputa eleitoral em 2026, quando Mauro Mendes completa seu segundo mandato a frente do Governo de Mato Grosso e pode disputar umas das duas vagas para o Senado da República,  Fábio Garcia, hoje deputado federal licenciado, e mesmo assim apresentando emendas parlamentares ao Orçamento da União e candidato a reeleição, e a própria Janaina Riva que se coloca desde sua reeleição em 2022, com mais de 82 mil votos, também na disputa por uma das duas vagas a que Mato Grosso tem em disputa para senador.

Toda a celeuma se iniciou no dia 30 de abril, véspera do feriado prolongado do Dia do Trabalhador, 1º de maio, quando a deputada estadual relatou da tribuna da Assembleia Legislativa uma conversa de diversas autoridades no Palácio Paiaguás a um questionamento de um prefeito quanto a emendas da deputada Janaina, na qual Fábio Garcia teria dito que, “emenda desta aí não será paga”, frisou a parlamentar.

Entre os dias 30 de Abril, 1º de maio e 5 deste mês as cobranças políticas perderam o sentido e se tornaram ataques pessoais. O campo democrático deu lugar ao denuncismo que nada constrói, tanto que a parlamentar chegou a fazer uma postagem no dia 1º ao responder a postagem de Fábio Garcia veiculado no dia 30 através do Instagram, porque pelas mídias sociais não existe a possibilidade de questionamentos quanto as posições adotadas por ambos os agentes políticos, tanto a deputada Janaina Riva, como o deputado federal e secretário Fábio Garcia e até mesmo o governador Mauro Mendes e a primeira-dama, Virgínia Mendes que utilizam de forma indiscriminada e sem parâmetros as mídias sociais contra seus detratores e a favor de si mesmos.

Na inauguração das obras do Governo do Estado, tanto o governador Mauro Mendes como o secretário Fábio Garcia, já chegaram com o discurso afiado e na ponta da língua, pois sabiam que seriam instados a responderem as eventuais e verídicas críticas de Janaina Riva, que inicialmente chegaram a ser desmentidas, mas depois sem argumentos, acabaram por se confirmar que a postura da deputada estaria colocando a mesma como opositora ao atual governo e, portanto, iria ser tratada como tal.

O pano de fundo do toma lá da cá, é todo ele político, ou seja, desde 2022 quando se reelegeu para o terceiro e atual mandato, Janaina Riva se coloca como candidata a vaga de senadora, mesmo cargo que nos bastidores o governador Mauro Mendes (UB), também pleiteia.

Como a antecipação do processo eleitoral e com pesquisas que tentam, mas com certa dificuldade, mensurar eventuais resultados eleitorais, que só irão ser conhecidos daqui 17 meses, mais precisamente a 521 dias, os pretensos candidatos mexem suas peças no tabuleiro do xadrez utilizando suas armas da melhor maneira possível.

 Janaina Riva utiliza de sua palavra da Tribuna do Parlamento Estadual para pontuar, cobrar e ameaça, se necessário ir à Justiça pelo direito de ter suas emendas parlamentares liberadas, assim como de todos os demais deputados, mesmo sabendo que a regra de não  atender os deputados com a liberação de emendas, está restrito a ela e aos deputados Lúdio Cabral e Valdir Barranco, ambos do PT,  enquanto Mauro Mendes, usa da máquina pública de forma conveniente para se colocar viável aos olhos do eleitorado, já que se for disputar um novo mandato, terá que ser, por força de lei, fora da função de chefe do Poder Executivo, o que, dependendo do cenário eleitoral de 2026, pode significar um verdadeiro abismo ou uma estrada pavimentada.  

Mauro Mendes e seu grupo político ainda carregam um estigma. O mesmo que derrotou o primeiro governador de Mato Grosso, reeleito, Dante de Oliveira que após quase oito anos de gestão deixou o mandato para disputar uma vaga de Senador da República com mais de 70% de aprovação e acabou derrotado nas urnas.

Voltando a fala da deputada na sessão desta quarta-feira, 7 de maio, bem menos afoita, mais tranquila e medindo as palavras, até porque a sessão era assistida por vereadores e plateia, entre eles alunos da Rede Pública, Janaina Riva disse: “Eu sou oposição a essas ideias. Eu jamais serei oposição ao meu Estado de Mato Grosso. Posso ser independente, mas eu jamais serei contra nenhum tipo de benefício ao meu Estado”, disse.

Mais adiante ela lembrou que: “Nesses últimos dias eu fiz aqui uma cobrança ao secretário da Casa Civil sobre o pagamento das emendas dos deputados. A imprensa toda noticiou.  O secretário reagiu! O governador também reagiu. A primeira-dama também reagiu. Comissionados do Estado foram obrigados a entrar nos sites para poder reagir também às notícias, especialmente nas mídias sociais. Mas, o que me chama mais atenção nisso tudo é que tanto o governador, quanto o secretário, admitem que não vão pagar as emendas de forma igualitária. O governador disse em alto e bom som que ele só paga a emenda de quem não o contradiz, que é uma posição extremamente autoritária”, disparou Janaina Riva.

Ela foi mais longe ao ponderar que: “Quem se posiciona contra fica de fora. E mais do que isso, tem que aguentar as consequências, porque esse é do jogo político. Essas foram as palavras do governador do estado, por conta da legislação que garante serem as emendas um direito de todos”.

Janaina Riva asseverou que nenhum deputado pode criticar o governador ou o governo, pois se ele fizer isto será tolhido em seu direito. Ela ainda fez uma observação, pois quando o governador e o secretário se justificam, dizem que isso é normal, isso é o que o presidente Lula faz lá em Brasília, inclusive com as emendas de Fábio Garcia que mesmo sem exercer o mandato, assume a vaga por dias ou até mesmo horas para apresentar emendas que deveria ser apresentada pela deputada Gisela Simona (UB) que se encontra no exercício do mandato de deputada federal.

“Eles admitem fazer igual o presidente Lula, igual o governo federal faz e deveria ser o oposto, até porque se diz ser de uma visão oposta ao atual presidente, então deveria pagar e não protelar”, explicou Janaina Riva.

“Esse termo demonstra que para o governo, o interesse político, está acima do interesse do povo. Por que eu digo isso aqui? E os vereadores passam muito por isso, às vezes, com os prefeitos também dentro do município. Quando nós trazemos uma demanda que é do interior do Estado, que é de um vereador, de uma liderança, essa demanda não é minha, essa demanda é deles, do povo. Quando nós fazemos aqui qualquer posição que contraria o anseio do governador, não é porque nós somos oposição, é porque por obrigação nós temos que fiscalizar e legislar. É a parte principal da nossa função como deputado. As emendas, são secundárias”, frisou a parlamentar.

Para ela, o principal papel do legislador é fiscalizar e legislar. A emenda é um complemento do trabalho. “Eu digo a vocês, e quero dizer para o governador e não para o menino de recado dele (fazendo menção a Fábio Garcia), que eu não falo com menino de recado. O fato de eu criticar o governo, o fato de me posicionar em temas que o governo diverge, não tem absolutamente nada a ver com a minha atuação em ser oposição ou ser base. Isso é inerente ao meu cargo, a minha função de parlamentar que ocupo aqui na Assembleia. E ele usa esse pretexto de dizer que eu sou oposição para amenizar a postura autoritária que ele quer ter com o dinheiro que não é dele”.

“Volto a repetir. O dinheiro é público O dinheiro é do Estado. É do povo. Aqui, eu quero dizer para os que nos acompanham que sou uma deputada independente, ninguém manda em mim. Ninguém”, disse ela, frisando que a todo momento eles querem dizer que alguém está por trás de mim, o que é um preconceito pelo fato de eu ser mulher. “Ainda não aprenderam a conviver com mulheres em ambiente de poder. E que mulheres com poder fazem, assim como os homens, aquilo que entendem ser melhor para o seu trabalho”, explicou.

Janaina citou que para os 142 municípios de Mato Grosso, ela destinou 90% de suas minhas emendas, todas para a saúde. “Quando eu destino uma ambulância para Rondonópolis, não é para mim. Eu não vou usar essa ambulância, pelo menos desejo que nunca use. Mas é para o povo, mais humilde. É um pedido do vereador que está preocupado com o cidadão que está sendo maltratado pela falta de recurso público hoje no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando vai 350 mil para Sorriso, para comprar ambulância, é a mesma coisa. Quando vai para o custeio de Barra do Bugres, é a mesma coisa. Não é para mim, é para o cidadão que vive na sua cidade”, sinalizou.

Janaina citou também que esses recursos nem sempre vão resolver o problema, mas vão dar sua parcela de contribuição para comprar mais remédio ou para fazer mais exames.

“São emendas para todos os municípios de Mato Grosso, para ajudar a enfrentar o caos que está na saúde pública. Quero aqui dizer a vocês, pela primeira vez, nós perdemos 4 pacientes que estavam esperando leitos de UTI. O vereador pede para gente que a Dona Maria vai morrer, está esperando, a gente busca à justiça, a gente faz de tudo para salvar a vida da Dona Maria. Essa semana morreram 4 sem leito de UTI. Agora veja bem.  O princípio de um governo é a impessoalidade. Então quando o governo quer punir a mim, e eles não disseram, mas quase disseram, menina, está achando que vai fazer o que quer? Aqui quem manda no dinheiro público somos nós”, relatou a deputada do MDB.

Janaina disse ainda que eles (Governo Mauro Mendes) esquecem do princípio da impessoalidade, que é o princípio básico de qualquer governo, básico. Se eu vou fazer uma ação para saúde, eu não posso determinar quem será atendido, porque o dinheiro não é meu, o dinheiro é do imposto do povo, que infelizmente aprendeu a ficar toda hora implorando pelo dinheiro que ele paga, e agradecendo, e às vezes idolatrando o que a gente faz, sem lembrar que isso é só nossa obrigação. Não é mais do que a nossa obrigação devolver para o povo o dinheiro que ele paga em impostos.

“Até o dia 30 de abril, foram pagas só 5% das emendas dos deputados estaduais. No ano passado foram pagas 21%. Por quê? Por que era ano eleitoral? Eu não sabia que o povo em ano eleitoral precisa mais ou menos de dinheiro”, reclamou ela. “Agora, também digo a vocês, lembro aqui quando nós tínhamos como secretário da Casa Civil, Mauro Carvalho, um gentleman, atendia todo mundo com respeito, respondia, dava retorno, nunca criou esse tipo de atrito com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, sempre tratou todos os deputados com respeito. E o que a gente vê agora, é uma mediocridade sem tamanho. E eu fiz questão de anotar aqui, o que a gente vê em Mato Grosso é um desfile de ego, de vaidade e tudo isso andando em jato do governo que é pago com dinheiro público”.

Para Janaina é sempre bom lembrar que enquanto o povo sai de casa e vai para uma reunião política, pagando seu combustível, tirando dinheiro de sua casa, os políticos gastam dinheiro público e no governo não é diferente. “Está lá, de jato com dinheiro público, desfilando todo esse luxo, ostentação, que ninguém aguenta mais ver, especialmente nas redes sociais. É tanta luxúria, tanta ostentação, tanta joia, tanta coisa, que você se engasga, quando você vê que Estado de Mato Grosso tem mais pessoas no Programa do Governo Federal  que distribui renda aos mais pobres através do Bolsa Família, do que o Estado de Santa Catarina, que tem o dobro de população, o dobro. E aí a gente fica assistindo a isso achando que isso é normal”.

A emedebista aumenta ainda mais o tom das críticas quando frisa que muitos se dizem voluntários, mas usam mais policiais militares para fazer a sua segurança do que um município inteiro, andando de batedor de carro de polícia, como se fosse uma super celebridade.  Aí é que se percebe a inversão de valores, pois todos deveriam estar olhando para aqueles que estão morrendo por falta de saúde, para os que estão padecendo de falta de alimento dentro de sua casa.

“Estamos em um Estado muito rico, mas não é rico para todos. É rico para poucos. E o que eu tenho sentido quando eu ando pelo Estado é que a população está cansada dessa desigualdade. De município que vive com pires na mão. Prefeitos que ficam sendo humilhados, tomando chá de cadeira de quatro, cinco horas para ser atendido, para ele dizer, meu hospital regional precisa de socorro. Tem mãe morrendo aí porque não tem um parto adequado para sua situação física e de saúde. Enquanto se constrói um parque para os ricos, de dois bilhões de reais, pago com o dinheiro de vocês, para o povo ficar andando de kart fazendo show, não se aplica o dinheiro nas creches.  Tem mais de 10 mil crianças aguardando vagas nas creches, fora aquelas que não declararam e que estão entre zero e três anos e que deveriam estar nas creches e não estão. Estão sob risco de vulnerabilidade”, ponderou Janaina lembrando que: “Enquanto alguns padecem, a família dos bilionários está desfilando de kart num parque que foi pago com o dinheiro de vocês. Vocês pagaram esse parque e estão pagando. Já gastou quase um bilhão e vai chegar a dois bilhões”.

Janaina disse ainda que Saúde é urgente e não parque, por isso, decidiu apresentar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) estabelecendo a obrigatoriedade de o Estado pagar 50% das emendas impositivas da área de Saúde nos seis primeiros meses do ano e o restante até o final do ano.

“Esses gastos com ostentação não são necessidade do Estado, são necessidades pessoais. E lembro que nós estamos no mês de maio e não teve um centavo pago de emendas para a saúde pública. Nenhum. Pagou eventos, que deixo claro, não sou contra, mas nesse quesito são menos prioritários que a saúde pública. Esse papel de fiscalizar, legislar, que eu tenho, incomoda o governo. E vou citar aqui, quando as coisas mudaram de rumo foi quando eu revelei que o Estado de Mato Grosso estava pedindo expropriação de terra em Brasília. Foi aí que tudo começou. Estava pedindo para tomar a terra dos outros. E ficou bravo porque eu denunciei nas minhas redes sociais”.

Ela sinaliza que pensando em Mato Grosso daqui alguns anos adotou postura mais independente, o que desencadeou a crise e os apontamentos de que ela seria oposição, inimiga de governo. “Não. Eu sou oposição a essas ideias contrárias ao povo. Eu jamais seria oposição ao Estado. Posso ser independente, mas eu não vou ser oposição a nada que beneficie Mato Grosso. Quem pensa desse jeito está enganado”.

“Mais do que isso, quem perde por esperar o jogo político é o cidadão. Jogo político deveria ser banido do vocabulário da nova política. Não combina jogo político com nova política. E mais, algo que eu noto é que desde quando começaram a sair pesquisas para governo e para o senado, eu virei o alvo. Eu virei o alvo. O fato de aparecer em primeiro em pesquisas, aparecer em primeiro ou segundo lugar, está gerando um desconforto descomunal. Pena que tudo ainda se pauta nas eleições do ano que vem que estão muito distantes de acontecer. E ainda tentam insinuar que eu que estou provocando tudo isso. Se teve alguém que foi respeitoso até agora fui eu. Aguentar tudo que eu aguentei, as falácias que eu aguentei, sem pessoalizar as discussões”, afiançou Janaina Riva

Ela insinua ainda que: “A Capivara (lista de crimes) para falar desse povo aí é o que não falta. O que eu recebo de dossiê e de denúncia quase encheu minha casa. Eu poderia baixar o nível, mas eu não vou fazer isso. Eu vou guardar tudo isso, porque a hora certa vai chegar e mostrar para Mato Grosso quem são esses honestos, santos homens que só se preocupam com o bem-estar do povo, mas na prática fazem tudo ao contrário”, disse.

“Finalizo lembrando que faltam 332 dias para o meu calvário terminar com esse governo (fazendo menção ao fim do mandato do atual governador Mauro Mendes, caso ele seja candidato em 2026, o que pela legislação, determina sua desincompatibilização até 4 de abril do ano da disputa. Se Mauro Mendes terminar seu segundo mandato, então serão 603 dias para concluir o mesmo). 332 dias passam rápido. Já aguentei muita coisa pior aqui. Todo dia lá na minha casa eu pego o calendário e vou tirando página por página. Falta pouco, falta pouco. O que eu torço mesmo é para que o governador renuncie no ano que vem. Tem que renunciar para sentir um pouco como é conquistar voto fora do poder. É fácil pegar voto no poder. Quando você usa como barganha o dinheiro público, o dinheiro do Estado.  Venha para a arena junto com a gente. Eu estou disposta a fazer esse debate. Estou disposta a fazer esse debate na TV, onde quiser. Inclusive aqueles que querem só ficar falando por rede social, que tem as influencers do governo do Estado. Estou pronta. Me chama, vamos para um debate ao vivo com a TV, com a população. Ou só precisa fazer aquilo que está combinado no TP (Teleprompter onde a pessoa lê o texto) e lendo aquilo que a SECOM escreve. Eu estou pronta para fazer isso de forma espontânea. Ainda deixo sentar-se com o assessor ao lado, que é para dizer que a briga não foi desigual. Estou disposta a fazer isso” sinalizou.

Janaina apontou ainda querer olhar e ver o que precisa ser feito. Porque depois não adianta vir discutir aqui como um bom gestor. Que bom gestor fez um bom trabalho. Mas e as facções? E a segurança pública do Estado de Mato Grosso? Você que está me assistindo aí da sua casa, você está seguro na sua casa? Está morrendo alguém no seu bairro? Está tendo venda de droga no seu bairro? Eu duvido e desafio aqui alguém dizer que tem um único bairro de Cuiabá que não tem a facção. Não só de Cuiabá, até as cidades pequenas, que nunca tinham convivido com a criminalidade, hoje tem facção.

Tem líderes faccionados. A saúde pública é do mesmo jeito. Precisa de dinheiro na saúde, mas precisa focar no interior. Todo lugar aonde se vai, querem uma ambulância, uma van, que é para tirar o cidadão da cidade para ter uma saúde digna. A saúde está uma porcaria. Vai trazer o Einstein? O Einstein vai ser portas abertas? Não vai, então o que adianta? Se o cidadão não vai poder entrar lá na hora que ele precisar! Vai fechar a Santa Casa, que tem pronto atendimento de pediatria, que tem tratamento oncológico, vai sobrecarregar o hospital do câncer. Tem que investir mais em pessoas. Temos que pensar mais nos seres humanos. A infraestrutura é extremamente relevante, mas o mais relevante são os seres humanos. É o indivíduo, e é para ele que a gente precisa governar. As pessoas não são números, elas são vidas. Esses quatro que morreram vão virar estatística?” questionou ela.

Janaina sinalizou ainda que fez um requerimento de informação sobre quantos estão morrendo na fila de regulação do SUS de Mato Grosso? Deve ser um dos maiores índices do Brasil. “Quando a gente fez uma pesquisa no passado, enquanto Maceió demorava dias para se ter uma consulta, em Cuiabá demorava quase um ano para conseguir uma consulta. Imagina isso, o que não é para o trabalhador? E pagar ou não, as emendas, como eu disse, não muda nada para mim. Vai pagar? Vai ter que pagar. Porque eu vou na justiça, vou exigir meus direitos, eu vou atormentar, porque é isso que nós temos que fazer, cobrar o que é nosso de direito. Vai pagar, mas não vai mudar a minha vida, mas muda a do povo. Eu tenho certeza disso”.

Para ela a mãe que precisa de um ultrassom para o seu filho. A mãe que está para ter um parto e não tem um médico para fazer o parto dela, o bebê nasce morto, muda a vida dessas pessoas. O paciente oncológico que está na Santa Casa de Rondonópolis, sem fazer quimioterapia, isso muda a vida das pessoas.

“Temos que fazer guerra com dinheiro público? Não! Está errado. A gente precisa mudar isso. Isso era a prática do passado.  Passado, que dizem tanto condenar. Se condenam o que foi feito no passado, precisam fazer diferente no futuro. Eu emendo aqui, dizendo que caiu a máscara desse governo. Caiu a máscara. Mas eu tenho certeza de que muita gente que está aí hoje dando tapinha nas costas, está exatamente igual eu e outros aqui, deputados, que talvez não queiram falar porque têm medo de perseguição. Mas nós já estamos contando. Hoje faltam 332 dias, amanhã 331. E é nessa que nós vamos, porque nós temos certeza de que isso vai passar e que nós vamos construir um projeto por Mato Grosso onde o pobre, o cidadão humilde seja tratado com mais respeito”, concluiu.