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Eleições 2022

‘‘É a minha vez! Eu trabalhei para esse momento’’, diz candidato

Adenilson Rocha defende a renovação da Assembleia e “voto barrista”, para que região seja representada

Política | 12 de Agosto de 2022 as 18h 46min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: GC Notícias

Não foi uma candidatura daquelas de última hora, para fechar a chapa do partido. Também não será uma campanha no intervalo das eleições municipais para manter o nome em evidência. A única meta de Adenilson Rocha (PSDB) é ser deputado estadual. “Não tem plano B”, comentou o candidato.

Filho de uma família pioneira, empresário do setor de tecnologia e vereador de Sinop em seu segundo mandato, Adenilson esteve na redação do GC Notícias nessa quinta-feira (12), onde falou sobre sua candidatura a deputado estadual nas eleições de 2022. O candidato “de Rocha” – como é chamado pelos seus apoiadores nas redes sociais – disse que o projeto para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso começou em 2016. Naquela eleição municipal o PSDB apoiou a candidatura de Roberto Dorner (PRB) para prefeito de Sinop – que acabou sendo derrotado. Rocha chegou à Câmara de vereadores, como o 5º mais votado. No pleito anterior, em 2012, Rocha havia se candidatado pela primeira vez, fez uma quantidade significativa de votos e acabou como primeiro suplente.

Quatro anos depois, na eleição de 2020, a aliança Dorner e o PSDB foi reeditada, elegendo o atual prefeito. “Lá atrás eu havia declarado meu interesse em ser deputado estadual. Ficou estabelecido com o grupo político que, para isso eu deveria conseguir me reeleger como vereador e ser pelo menos o 3º mais votado”, conta o candidato.

Rocha foi o vereador mais votado na eleição de 2020. O apoio do eleitorado solidificou seu projeto, que começou a ganhar corpo no partido. Dorner manteve a palavra e, durante a convenção do PSDB de Sinop, referendou a candidatura de Rocha como sendo “o seu nome”. O vereador também cooptou o apoio do ex-deputado federal e ex-prefeito Nilson Leitão (PSDB), que embora esteja fora do pleito de 2022, ainda é uma importante figura política.

Com o aval dos caciques, Rocha começou a sua preparação para o cargo almejado. Ele conta que passou os últimos um ano e 8 meses construindo sua candidatura, visitando municípios, conversando com as pessoas e entendendo as demandas do eleitorado do Norte do Estado. Nesse treino de “pré-temporada”, Rocha passou por 31 municípios, construindo suas bases e medindo as necessidades de cada localidade. “Agora é a minha vez. Eu construí esse momento. Eu me preparei para ele e a nossa região precisa ser representada. Eu abriria mão da candidatura se ela não fosse viável ou se eu não estivesse pronto. Sou o nome à frente de um grupo, que é amplo e tem pessoas de diversos setores, buscando ter alguém que os represente na política do Estado”, argumentou Rocha.

A trajetória de vida de Adenilson talvez seja o seu maior “estofo” como candidato. Caçula de uma família humilde, Rocha chegou em Sinop com 3 meses de idade, no ano de 1973. No ano 2000 abriu sua primeira empresa. Além da experiência de dois mandatos na Câmara, Rocha também se graduou em Direito. “Eu conheço as necessidades das pessoas que vivem em Sinop, conheço as dificuldades dos pequenos empresários e, como vereador e formado em Direito, aprendi a lidar com as leis”, comenta Rocha, que aposta nessas experiências para ter um bom desempenho como deputado.

 

Renovação e voto bairrista

Para Rocha, Mato Grosso precisa retribuir à região Norte à altura. O discurso põe na balança o volume de contribuições que a região dá – em especial pelo setor agropecuário – versus o retorno que o Governo do Estado oferece, com seus serviços públicos e infraestrutura. Para Rocha, essa conta está desigual e para equalizá-la, o Norte precisa ter mais peso político. “O Estado tem 25 pessoas que ‘governam’, que gerenciam tudo. São 24 deputados e um governador. Quantos desses gerentes são comprometidos com a nossa região?”, provoca o candidato.

Rocha citou o fato que no Norte do Estado, em uma região formada por 31 municípios, existem 406 mil eleitores. Em uma eleição “bairrista” – na qual os eleitores votam apenas em candidatos da sua região – o “Nortão” aumentaria seus representantes. É o que Rocha defende – embora não explique o que aconteceria se outras regiões aplicassem o mesmo sistema. “Eu defendo que o deputado deve trabalhar por sua região, não para o Estado todo. O político da região conhece a realidade, sabe o que as pessoas dali precisam e está próximo da população. Um deputado para cuidar de toda a região é pouco. Nós precisamos eleger mais”, argumentou.

Para Rocha, a perda de representatividade que Sinop teve na Assembleia Legislativa – de 3 deputados reduziu para um na última eleição – é um sinal do eleitorado pedindo por novas opções na política. “Vamos passar a vida toda votando no mesmo candidato? O eleitorado não quer isso. As demandas mudam, novas habilidades e visão são necessárias na política a cada tempo”, defendeu.

Rocha citou como exemplo o fenômeno da eleição passada, quando a segurança pública era um dos gargalos do Estado. Naquele momento várias lideranças políticas ligadas ao setor, como delegados e policiais, foram muito bem votados, compondo uma fatia importante da Assembleia. “E isso fez com que nossa segurança pública se tornasse um modelo?”, indagou.

Para o vereador, a Assembleia precisa ter lideranças mais “plurais”, com habilidade de dialogar e atuam em diferentes frentes.

 

E o que a região precisa?

Desde seu primeiro mandato como vereador, Rocha tem se dedicado a atuar em questões que envolvem a saúde pública. A morte de sua irmã, após um atendimento questionável em uma unidade de saúde pública, gravou com sangue essa responsabilidade no político “de Rocha”.

Como deputado, Rocha disse que precisa trazer os hospitais regionais para o século 21. “Tem 5 hospitais regionais no Norte de Mato Grosso. Essas unidades não são sincronizadas. Não trabalham de forma organizada e conectadas entre si. Precisa organizar esse fluxo e transformar essas unidades em uma rede, com diferentes especialidades, para que nossa população não precise ser transportada 500km até a capital para ter atendimento”, aponta o candidato.

Na sua avaliação, a interconexão também é necessária em outros órgãos públicos. “Tudo é muito separado no Estado. Não está conectado”, comentou.

Rocha também pretende atuar para desburocratizar a máquina pública. Autor da lei municipal da liberdade econômica – que reprisa a lei de mesmo nome do governo federal, felixibilizando as normas para abertura de empresas – Rocha se autodefine como “liberal”. “Ninguém reclama que paga imposto na hora que está comendo um prato de comida, mas o imposto tá lá. As pessoas reclamam do imposto quando pegam uma estrada e ela está esburacada, quando vão no posto de saúde e não são atendidas ou são mal atendidas. A queixa não é sobre o imposto pago, é sobre o retorno que é ruim ou não existe”, argumentou.

Para Rocha o sistema tributário de Mato Grosso precisa ser revisto. Segundo ele, as últimas mudanças implementadas pelo Estado acabaram com a sonegação do ICMS. Com as perdas estancadas, está na hora de discutir a redução da alíquota. “Em alguns produtos chega a 40% do valor. Precisamos diminuir. Chegar perto de algo em torno de 12%”, defendeu.

Em que pese a BR-163 seja um assunto de domínio federal, para Rocha é crucial o Estado intervir para que a rodovia seja duplicada entre Sinop e Cuiabá. Ele propõe a formação de um consórcio intermunicipal, com as prefeituras assumindo a rodovia – algo que já está em curso. Outra de suas bandeiras é a ampliação das escolas militares – instituições de ensino conduzidas pela PM e pelo Corpo de Bombeiros. “Para muitas crianças esses personagens [militares] são um espelho, uma referência”, explicou.

Rocha também quer atuar junto ao MT Fomento para que os recursos financeiros e as informações cheguem até os empreendedores. “A Assembleia não é a casa cidadã? Então é trabalho do deputado fazer o Estado chegar até as pessoas”, finalizou.