Levantamento
Bets: 61% dos apostadores usam plataformas ilegais
Pesquisa revela que 78% dos apostadores não sabem distinguir que casa é legal ou ilegal
Política | 16 de Junho de 2025 as 15h 58min
Fonte: Isto é

O mercado de apostas avança no Brasil, mas o domínio segue fora das regras. Levantamento do Instituto Locomotiva e do IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável) aponta que, neste ano, 61% dos apostadores usaram plataformas ilegais. E 78% dos apostadores dizem não saber distinguir uma casa legalizada de uma ilegal.
Estima-se que essas operações nas plataformas ilegais movimentem entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões ao ano, com perdas de até R$ 10,8 bilhões em tributos. Não se trata apenas de evasão fiscal — mas de um ambiente onde a diferença entre legal e ilegal, para o usuário comum, é quase nula.
Em meio à CPI das Bets, que escancarou a presença de plataformas ilegais e o uso de influenciadores como canais de promoção, pesquisa revela que o cenário ainda é de desinformação.
Hoje, o mercado legal é dominado por players estrangeiros. Bet365 (Reino Unido), Betano (Grécia), Flutter Entertainment (Irlanda) e outras multinacionais lideram com folga. A exceção é o Grupo H2, com capital brasileiro, que opera a H2bet. No restante das licenças concedidas, o capital nacional quase não aparece.
Embora o capital das grandes casas de apostas legais seja, em sua maioria, estrangeiro, o mercado ilegal se estrutura de forma diferente. A presença brasileira aparece na operação, apoiando-se em influenciadores digitais e figuras públicas de grande visibilidade para promover as plataformas e atrair apostadores.
A influenciadora Virginia Fonseca confirmou, em depoimento à CPI das Bets, que mantém contratos com a Blaze, plataforma sem licença para operar no Brasil. Teve indiciamento sugerido por publicidade enganosa e estelionato, mas a proposta foi rejeitada. Rico Melquiades também foi ouvido após ser associado ao uso de “demo accounts” (contas promocionais usadas para divulgação).
Deolane Bezerra foi presa em setembro de 2024, na Operação Integration, sob acusação de envolvimento com jogos ilegais e lavagem de dinheiro vinculados ao chamado “jogo do tigrinho”.
Além disso, plataformas clandestinas também se apoiam em fintechs para fazer transações via Pix e contas digitais. A agilidade oferecida por bancos digitais descentralizados facilita a movimentação financeira, ainda que essas instituições não tenham envolvimento direto com as operações. Algumas já vêm adotado medidas para restringir o uso indevido e alinhar seus sistemas às exigências regulatórias.
Enquanto isso, as plataformas legais operam sob uma série de exigências: verificação de identidade por biometria, capital social mínimo, licença da SPA, canais de denúncia e regras de publicidade. O custo de conformidade é alto e, na prática, dificulta a competição com um mercado ilegal que atua no anonimato com odds agressivos (cotação de recompensa) e pagamentos de difícil rastreabilidade por meio do uso de criptomoedas.
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