Só assessores
Audiência para discutir novas cores de Sinop tem participação pífia
Apenas funcionários da Câmara participaram da audiência, que durou 20 minutos
Política | 20 de Maio de 2022 as 15h 59min
Fonte: Jamerson Miléski

A população de Sinop não foi devidamente avisada ou não quis discutir a mudança no padrão de cores oficiais do município. Na audiência pública realizada às 14h, desta sexta-feira (20h), na Câmara de vereadores, apenas 7 funcionários do legislativo municipal e um veículo de comunicação (o GC Notícias), marcaram presença. Na transmissão da audiência pelo Youtube, apenas duas pessoas estavam conectadas durante as discussões.
O propósito da audiência pública era discutir o projeto de lei 1100/2009, que acrescenta o azul entre as cores oficiais de Sinop, que devem ser utilizadas na pintura de prédios, placas, veículos e demais bens públicos municipais. O projeto foi aprovado por unanimidade em primeira votação na sessão de segunda-feira (16). Hoje, sexta-feira, a Câmara tentou consultar a população sobre o assunto antes da segunda votação, que deve ocorrer na próxima sessão.
Quem abriu a audiência foi o autor do projeto, vereador Dilmair Callegaro (PSDB). O vereador Juventino Silva (PSB), também se fez presente. Dilmair explicou a premissa do projeto, frisando que a presença da cor azul deveria ter sido estabelecida em 2019, quando foi feita a última mudança na lei. Em 2019, Sinop estabeleceu como padrão as cores branco, verde e amarelo. Essa legislação, ainda em vigor, diz que o padrão deve ser seguido por todos os gestores e que, caso se cogite uma mudança, consulte a população através de uma audiência pública, “previamente divulgada nos meios de comunicação locais” – conforme trecho da lei. “Solicitamos a audiência com antecedência, mas talvez a Câmara deveria ter feito uma divulgação mais ampla. Infelizmente as últimas audiências tem registrado baixa presença da população”, comentou o vereador.
Dilmair encaminhou no dia 9 de maio o ofício 011/22, para secretaria legislativa da Câmara, solicitando o plenário para a realização da audiência. Apenas ontem, quinta-feira (19), a comunicação da Câmara publicou um texto com o aviso da audiência. Nenhuma publicidade foi feita pela casa de leis junto aos veículos de comunicação, afim de convocar a população para a discussão.
Sem divulgação, a audiência acabou sendo protocolar. As únicas duas perguntas feitas partiram de uma funcionária do legislativo municipal. Apesar do fracasso em colher a opinião popular sobre o tema, não há planos de realizar uma nova audiência pública. “Para o que determina a lei, essa audiência já tem validade. Eu gostaria que tivesse mais pessoas”, opinou Dilmair.
Uma vez aprovado em segunda e terceira votação, o projeto de lei vai para sanção do executivo municipal.
Guerra de tinta
A primeira legislação municipal a tentar determinar um padrão de cores é do ano 2000. O então prefeito Oswaldo de Paula, através da lei 604/00, determinou que os prédios públicos de Sinop deveriam ser pintados de azul, com as aberturas e detalhes em branco. Um ano depois, Nilson Leitão assumiu a prefeitura e definiu que as cores oficiais de Sinop seriam aquelas que estavam na bandeira da cidade – e que os prédios públicos seriam predominantemente brancos, com os detalhes nas demais cores presentes na bandeira: verde, amarelo e branco.
Leitão permaneceu 8 anos como prefeito, cobrindo de branco o azul deixado pelo antecessor e também pintando “suas” obras com suas cores.
Em 2009, Juarez Costa assumiu a prefeitura e uma nova lei da tinta passou na Câmara. Dessa vez, além das cores presentes na bandeira, a prefeitura também poderia usar as cores presentes no brasão de armas. O então prefeito já tinha um padrão vermelho, cinza e branco em mente e se apegou ao grãozinho de café no brasão para incluir o escarlate entre as cores de Sinop. Foram os 8 anos de caminhões vermelhos circulando pela cidade.
Quando Rosana Martinelli assumiu a prefeitura, em 2017, ela não precisava mudar a lei para implementar seu padrão de cores. A legislação deixada por Juarez permitia a nova gestora escolher qualquer cor do brasão de armas de Sinop. A paleta a disposição de Rosana incluía o verde, azul, amarelo, branco, cinza e vermelho. Bastava a gestora escolher 3 delas (exigência da lei).
Rosana apostou no branco, verde e amarelo – nessa ordem – padrão até hoje visto nos logradouros públicos do município. Afim de perpetuar sua escolha, a prefeita sancionou no ano de 2019 a lei 2733/19 – estabelecendo as cores obrigatórias e definindo que só seriam alteradas após consulta pública. O projeto passou apertado pela Câmara, com 8 vereadores votando a favor e 7 contra. Na época o então vereador Luciano Chitolina tentou incluir o azul na lista de cores oficiais, mas sua emenda foi rejeitada.
A justificativa para tal lei é de que ao adotar um padrão de cores, a prefeitura economizaria na compra de tinta para manutenção dos prédios públicos. Na prática, o padrão muda a cada novo gestor.
Por ano a prefeitura de Sinop gasta cerca de R$ 2,7 milhões com tinta e equipamentos de pintura, na manutenção dos prédios públicos.
Notícias dos Poderes
Disputa na OAB envolve articulação do Paiaguás ao TJMT
20 de Junho de 2025 as 08h42Bancada de MT derruba veto de Lula e apoia medida bilionária que pode aumentar a conta de luz
20 de Junho de 2025 as 09h40Bortolin aposta em federação pra manter deputado Juarez Costa no MDB
20 de Junho de 2025 as 07h29Candidatos a presidente do PT fazem debate em Sinop
Encontro colocará em confronto os dois nomes que disputam a presidência do PT em Mato Grosso
18 de Junho de 2025 as 11h12Ex-vereadora de Sinop assume vaga na Assembleia Legislativa
Suplente Graciele Santos ocupará a cadeira do deputado estadual Lúdio Cabral
18 de Junho de 2025 as 10h40TCE/MT defende que Estado promova REFIS e pague empréstimos
Sérgio Ricardo disse ainda que solicitou a todos os municípios de Mato Grosso informações sobre consignados para evitar problemas como os ocorridos com o Governo do Estado
18 de Junho de 2025 as 07h16Proposta que aumenta número de deputados federais pode gerar impacto de R$ 845 milhões
A expectativa é que o Senado acelere a análise do PLP para cumprir o prazo estabelecido pelo STF, embora o relator da matéria ainda não tenha sido definido
17 de Junho de 2025 as 15h12PF indicia Bolsonaro, Carlos e Ramagem no esquema de 'Abin paralela'
Polícia Federal conclui inquérito sobre suposto uso de estrutura paralela na Abin para espionagem ilegal.
17 de Junho de 2025 as 09h58