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Eleições 2022

‘‘Agricultura familiar pode alavancar a economia de Mato Grosso’’, diz candidato

Para Silvano Amaral, Estado tem um potencial “dormente” que pode gerar muita riqueza para seu povo

Política | 11 de Agosto de 2022 as 20h 01min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Anderson Pinheiro

Mato Grosso é conhecido mundialmente pela sua produção agropecuária. É recordista na produção de grãos, de algodão e concentra o maior rebanho bovino do país. O agronegócio vai bem, obrigado. Mas o campo ainda pode produzir mais.

É o que defende o deputado estadual e candidato a reeleição, Silvano Amaral. Nesta quarta-feira (10), ele esteve na redação do GC Notícias onde falou sobre seus projetos e ambições para um eventual terceiro mandato. Silvano ingressou na Assembleia Legislativa em 2015, com pouco mais de 15 mil votos. No precário e endividado governo de Pedro Taques (PSDB), o deputado, que fazia parte do bloco de oposição, conseguiu emplacar alguns projetos importantes, voltados para a agricultura familiar – como a regularização fundiária e titulação de assentamentos rurais e o fomento da cadeia produtiva do café, com a distribuição de mudas clonadas que chegavam a triplicar a produtividade.

A atuação foi reconhecida e na eleição de 2018 Silvano fez 18 mil votos – sendo o 22º candidato mais votado. Mesmo assim, ficou como suplente por causa das regras da eleição proporcional. Embora tenha assumido o cargo em duas oportunidades (inclusive nesse momento), Silvano passou esses últimos 4 anos dentro do governo do Estado. Ele foi chamado pelo governador Mauro Mendes para assumir a SEAF (Secretaria de Agricultura Familiar) de Mato Grosso – uma pasta com orçamento minúsculo e um quadro de servidores encolhendo, caminhando para extinção. “No começo da gestão cogitou-se extinguir a secretaria”, conta Silvano.

Na SEAF Silvano tinha a oportunidade de dar continuidade ao trabalho que começou no seu primeiro mandato de deputado, mas agora com a caneta na mão. Ele montou projetos, apresentou para o governador e conseguiu dilatar o orçamento da secretaria em 10 vezes. “Agricultura Familiar era vista como um assunto da Assistência Social, como se fosse uma questão de assistencialismo, de caridade com os necessitados. Começamos a olhar para Agricultura Familiar como aquilo que é, um potencial econômico do Estado, gerador de renda, que precisa de fomento”, revela Silvano.

Para o candidato, pequenos investimentos do Poder Público na Agricultura Familiar mudam a realidade das pessoas do campo, que passam a produzir mais e aquecem a economia local, fechando um ciclo de prosperidade. “O pequeno produtor não compra uma carga de sal mineral na indústria. Ele pega na casa agropecuária da cidade. Ele não compra diesel no TRR, ele abastece no posto da cidade. O dinheiro da sua produção circula na vizinhança e cria um ambiente econômico mais saudável”, comenta.

Com a experiência à frente da SEAF e a bagagem de deputado, Silvano acabou conhecendo todos os municípios de Mato Grosso. O que todas as localidades tem em comum são os mesmos 3 gargalos da Agricultura Familiar: mecanização, tecnologia e regularização ambiental e fundiária. “Resolvendo esses fatores eu tenho certeza que vamos alavancar a economia de Mato Grosso pela Agricultura Familiar. O pouco que foi feito já está gerando resultados. Agora é preciso dar continuidade, manter os programas, continuar dando suporte ao pequeno produtor, para que os avanços nos sistemas de produção sejam multiplicados. Assim como o agronegócio cresce safra após safra, o mesmo tem que ocorrer na agricultura familiar”, defende Silvano.

Atualmente existem em Mato Grosso cerca de 130 mil propriedades rurais enquadradas como agricultura familiar. Cerca de 80% delas estão em projetos de assentamento – são mais de 700 no Estado. Se cada uma dessas propriedades gerasse apenas R$ 2 mil por mês, a agricultura familiar de Mato Grosso movimentaria R$ 3,1 bilhões.

 

Lidando com gargalos

Segundo Silvano, as questões que envolvem regularização ambiental e fundiária avançaram muito. A parte de mecanização do campo também recebeu um incremento. Nos últimos 3 anos e meio a SEAF investiu R$ 350 milhões. Uma parte significativa foi na compra de maquinários para agricultura familiar. “A pandemia acabou atrapalhando. Dos 201 tratores que compramos, 100 ainda serão entregues. Já foram licitados e pagos, mas a indústria que fabrica acabou atrasando a produção”, comenta Silvano.

Outra parte desses investimentos foi para levar tecnologia à produção das pequenas propriedades, como no caso das mudas “clones” de cacau. Nesse programa, em parceria com os municípios e cooperativas, produtores receberam a tecnologia para o cultivo e estão produzindo 3 toneladas da semente do chocolate por hectare. “O plantio de cacau é um dos potenciais do Estado para a agricultura familiar. O maracujá, o abacaxi, a mandioca, banana e mamão são outros exemplos. São culturas típicas da agricultura familiar, que são rentáveis e tem mercado. Cabe o Estado ajudar a organizar essa cadeia de produção”, defende o candidato.

Silvano também deu ênfase a produção de leite, uma atividade que gera um dinheiro “diário” para o pequeno produtor. Um programa de inseminação artificial foi mantido pela SEAF. A fim de melhorar a genética do rebanho dos pequenos produtores, 25 mil doses de sêmen foram distribuídas. Quando tentou dar um passo além, aplicando ainda mais tecnologia, a secretaria esbarrou no fator cultural. “Com a inseminação artificial leva 14 anos para você chegar a 90% da genética girolando [a melhor para produção de leite em MT]. Então pensamos em reduzir isso para 8 meses, levando para o produtor o embrião já fertilizado para colocar em suas vacas”, conta Silvano.

A ideia era usar o sistema de fertilização in-vitro para emprenhar as vacas dos sitiantes com um embrião com genética 100% Girolando. O projeto da SEAF era começar com mil embriões. “Foi difícil conseguir 400”, conta Silvano. Os pequenos produtores tinham uma certa resistência à “tecnologia” que o Estado prometia. Alguns inclusive pensavam que era apenas mais uma maracutaia política. “É por isso que os programas da Agricultura Familiar devem ser mantidos. Quando o produtor vê que aquela bezerra do embrião nasceu, cresceu e começou a produzir bastante leite, ele se convence e vem atrás para fazer na sua propriedade também”, explica o candidato.

 

Vai ser deputado ou secretário?

No último evento do seu partido, Silvano foi louvado como “o melhor secretário de Agricultura de Mato Grosso” – fala dita por varias lideranças, mas melhor embocada pela colega de assembleia, Janaina Riva. Mas agora Silvano está pedindo voto para ser deputado, não secretário.

O GC Notícias indagou o candidato sobre essa dualidade. Silvano respondeu que quer ser deputado, que é sua vontade pessoal. “Me sobra compromisso com a agricultura familiar. Eu conheço o setor, conheço o Estado e vou brigar para que as políticas públicas sejam mantidas e ampliadas. Esse é o meu compromisso, porque acredito verdadeiramente no potencial da Agricultura Familiar alavancar a economia de Mato Grosso”, reportou.

Como deputado, Silvano acredita que poderá aproveitar seu conhecimento de Mato Grosso para atuar em outros setores. “Andei bastante, conheço muito da infraestrutura de Mato Grosso, das estradas, dos pontos que precisam ser atendidos e também da questão aeroportuária. Tem muitos municípios desassistidos completamente da logística aérea. São pontos que pretendo trabalhar como deputado” frisou. “O que mais precisa ser compreendido é que o Estado não faz nada sozinho. Na SEAF ficou claro que o que faz as coisas acontecerem são as parcerias. Tudo acontece nos municípios”, finaliza Silvano, dizendo que esse será o seu “Norte” de trabalho na Assembleia, caso seja eleito.