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Reprecificação

Ações do Banco do Brasil caem 7% com lucro menor e apreensão com risco de sanções dos EUA

Política | 01 de Agosto de 2025 as 15h 58min
Fonte: Valor Globo

As ações do Banco do Brasil operam em forte queda na reta final do pregão desta sexta-feira. A reprecificação ocorre após a piora em seu lucro líquido de maio e em meio ao risco de punições do governo americano contra bancos brasileiros, caso não sigam as sanções aplicadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por meio da Lei Magnitsky.

Por volta das 16h30, as ações ordinárias do Banco do Brasil cediam 7,21%, a R$ 18,28. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,57%, aos 132.316 pontos.

De acordo com interlocutores do deputado, os representantes de Departamento de Estado americano relataram que a sanção ao ministro envolveria a proibição de operações financeiras em qualquer moeda, tanto em dólares quanto em reais. Na prática, o ministro estaria inviabilizado de movimentar suas contas bancárias.

Sob condição de anonimato, um gestor ouvido disse que está mais receoso com os bancos, com medo de que as instituições fiquem em um “fogo cruzado” entre desrespeitar o STF ou o governo dos EUA. Na semana passada, a casa reduziu um pouco a alocação em ações do setor bancário.

O analista-chefe de renda variável da Mantaro Capital, Pedro Gonzaga, afirma que o fato de os bancos precisarem aplicar as sanções pode não ser um fator que necessariamente pese sobre as instituições, mas é uma medida que escala o nível de tensão entre os países. “Potencializa a aversão a risco que estamos vendo.”

Em relação ao lucro líquido do Banco do Brasil registrado em maio, Gonzaga diz que foi muito abaixo do normal, na ordem de R$ 500 milhões, após lucro de R$ 1,7 bilhão registado em abril. Durante teleconferência nesta semana, o Santander havia chamado atenção para o reforço de provisões em relação ao setor do agronegócio, sendo o BB o mais exposto a esse tipo de operação.

“O comentário do Santander sobre o agro ser um sinal ruim para o BB se mostrou verdadeiro”, comenta o estrategista. “A queda no lucro, somada ao resultado fraco do último trimestre, à recente demissão do vice-presidente de agro e ao comentário do Santander, parecem indicar que o problema do agro só está aumentando nesse fim de safra”, destaca Gonzaga.

O profissional da Mantaro lembra que o segundo trimestre concentra os vencimentos de empréstimos “bullet” (pagamento de juros e principal apenas no vencimento) do agronegócio. Nesse sentido, agora que o BB “estaria descobrindo o tamanho do problema de inadimplência”, pontua.