Peixes mortos voltam aparecer abaixo do lago da usina

Equipe da Sema está averiguando a causa

Um pequeno registro de peixes mortos no Rio Teles Pires, na região abaixo da represa da Usina Hidrelétrica de Sinop, reascende a discussão sobre o impacto do empreendimento na fauna aquática da região. Embora seja um número pequeno de exemplares, esse é o quarto caso de aparecimento de peixes mortos a jusante da barragem. 

A Sinop Energia, empresa que detém a concessão e opera a usina, informou que tomou conhecimento da presença de peixes na superfície da água próximo ao empreendimento e então entrou em contato com a Sema (Secretaria de Meio Ambiente), relatando o ocorrido. Na segunda-feira (24), uma equipe da diretoria desconcentrada de Sinop foi a campo para averiguar denúncia. Durante inspeção a equipe encontrou 4 exemplares mortos, sendo 3 barbados e 1 cachorra. Os agentes fizeram a medição dos parâmetros da água para análise e vistoriou a vala séptica onde a Sinop Energia depositou os peixes encontrados mortos. As informações serão analisadas para a adoção das providências cabíveis. Nenhum relatório foi divulgado. 

Em nota, a empresa informou que segue monitorando a situação e colaborando integralmente com os órgãos ambientais competentes para apurar as causas do ocorrido.  

O primeiro grande registro de mortandade de peixes abaixo da barragem foi registrado em fevereiro de 2019, 24 horas após a primeira abertura das comportas do vertedouro e do fechamento das adufas. Ministério Público e Sema estimaram mais de 13 mil toneladas de peixes mortos na manobra equivocada. No trecho entre Sinop e Itaúba, o rio Teles Pires ficou tomado por peixes na superfície da água, de diferentes tamanhos e espécies.  

Em março de 2020, outro grande sinistro. Após um erro operacional durante manobra de acionamento de turbina, que não observou a presença de peixes no interior do conjunto de hidrogeração, mais de 6 toneladas de peixes acabaram mortos. 

O terceiro registro de mortandade de peixes a jusante da barragem foi em agosto de 2024. Não foi revelada a quantidade de animais mortos, mas vários exemplares se acumulavam nas margens do rio.