Barbárie
Pai e madrasta são presos suspeitos de matar, esquartejar e enterrar menina de 4 anos dentro de casa em Guarulhos
Polícia | 01 de Dezembro de 2025 as 22h 39min
Fonte: Redação G1

O corpo de uma menina de 4 anos foi encontrado enterrado na varanda interna da casa onde morava com o pai e a madrasta, na Avenida Marginal Norte Direita, no Parque Jandaia, em Guarulhos. O casal foi preso na noite da última quinta-feira (27).
A Polícia Militar foi acionada pelo Conselho Tutelar após a mãe de Emanuelly Lourenço Silva Souza buscar ajuda, relatando que desconhecia o paradeiro dos filhos e que já havia suspeitas de agressões cometidas pelo pai.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe contou ao Conselho Tutelar que seus três filhos estavam sob os cuidados do pai, Lucas Silva Souza, de 29 anos, havia cerca de dois anos, enquanto ela realizava tratamento médico.
Ela afirmou que um dos filhos já havia sofrido agressões de Lucas e que temia que os outros dois, Emanuelly, de 4 anos, e um menino de 6 anos, estivessem na mesma situação.
Ao chegar à casa, o Conselho Tutelar encontrou Manoela Cristina César, de 34 anos, madrasta da criança, que deu informações contraditórias sobre onde Emanuelly estava. A equipe retornou mais tarde e encontrou Lucas, que também apresentou versões inconsistentes.
Ainda segundo o BO, Lucas acabou relatando informalmente ao Conselho Tutelar que, em 15 de setembro, saiu para trabalhar e deixou Emanuelly sob os cuidados de Manoela. Ele afirmou que, ao retornar, encontrou a filha já sem vida no sofá.
De acordo com o que disse à equipe, Manoela contou que “a menina fez xixi na cama” e que ela mesma “matou a criança”.
Lucas disse ainda que tentou ligar para o Samu, mas Manoela teria impedido. Ele afirmou que o casal colocou o corpo na cama e, depois, enterrou a criança na lavanderia da casa. Também declarou que Manoela teria feito o esquartejamento e que ele “auxiliou” (veja mais sobre os depoimentos abaixo).
PM encontra piso quebrado e odor de decomposição
Após ser acionada, a Polícia Militar foi ao endereço. De acordo com o boletim, Lucas levou os policiais ao local onde o corpo estava. Ele mesmo quebrou parte do piso utilizando ferramentas, e os PMs relataram odor pútrido e a presença de tecido e fios semelhantes a cabelo.
A área foi isolada, e as equipes de perícia e Corpo de Bombeiros foram chamadas para iniciar a escavação. O documento aponta que pode haver partes do corpo em outros pontos da casa, o que exigiria nova ação pericial.
Até a tarde desta segunda-feira (1º), os restos mortais da menina estavam no IML. Ainda não tem data para o enterro.
Depoimento do pai à Polícia Civil
No interrogatório formal, Lucas confirmou que encontrou a filha morta ao retornar do trabalho. Sabia que Manoela agredia a criança, mas nunca acionou autoridades por medo de perder a guarda.
Lucas afirmou também que ajudou a ocultar o cadáver, mas disse que Manoela foi quem fez o esquartejamento. O pai ainda afirmou que não levou a menina ao hospital porque “já estava feito”.
O boletim também registra que Lucas possui passagens anteriores por maus-tratos contra outro filho, além de lesão corporal, ameaça e injúria contra a mãe das crianças.
O que a madrasta disse à polícia
No depoimento formal prestado no 4º DP de Guarulhos, Manoela contou que Emanuelly passou a tarde “quietinha, parecendo estar passando mal” e que ela não prestou socorro.
Afirmou que, ao chegar em casa, Lucas verificou a criança e disse que ela estava morta. Admitiu que ajudou a ocultar o corpo, mas negou participação na morte e no esquartejamento.
Disse ainda que mentiu ao Conselho Tutelar sobre a localização da menina. E ao ser questionada se havia agredido Emanuelly, respondeu: “Não vou falar porque a gente já vai pegar cadeia mesmo.”
Crimes
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Civil enquadrou o caso como homicídio qualificado, destruição, subtração ou ocultação de cadáver.
A prisão foi realizada em flagrante pelo crime permanente de ocultação de cadáver. O homicídio, por ter ocorrido em setembro, resultou em indiciamento, mas não permitiu flagrante.
O que diz a defesa da mãe da criança
"Nenhuma palavra é suficiente diante de uma violência tão cruel, mas o silêncio não é uma opção quando uma criança é arrancada da vida. Na condição de advogado da família da Emanuelly, assumo este caso com o mesmo compromisso, firmeza e senso de responsabilidade com que atuamos no caso Henry Borel.
Quem acompanhou aquela caminhada sabe: não medimos esforços, não recuamos diante de pressão alguma e seguimos até que a verdade fosse reconhecida e a Justiça, feita.
Estarei ao lado da família da Emanuelly em cada passo, buscando a apuração completa dos fatos, o enquadramento jurídico adequado e a responsabilização de todos os envolvidos, dentro do devido processo legal. Nosso trabalho será incansável — porque a dor dessa família precisa encontrar acolhimento no Direito e resposta na Justiça.
E que este caso também sirva de alerta: criança não pode ser invisível. Sinais de violência não podem ser normalizados. A proteção da infância é dever de todos nós", afirmou o advogado Cristiano Medida da Rocha.
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