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Boa noite, Segunda Feira 03 de Novembro de 2025

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Fronteira

Operação apreende R$ 160 milhões em mercadorias ilegais; ação teve reforço em MT

Com participação de servidores em todo o país, incluindo agentes de MT, a Receita Federal dobrou o valor de apreensões em relação ao ano passado e ampliou o foco para portos e aeroportos

Polícia | 03 de Novembro de 2025 as 15h 52min
Fonte: PNB Online

Foto: Divulgação

Após onze dias de fiscalização, a edição 2025 da Operação Fronteira, coordenada pela Receita Federal, retirou de circulação cerca de R$ 160 milhões em mercadorias ilegais em todo o país — mais que o dobro do valor registrado na operação do ano anterior, que havia somado R$ 78 milhões. A ação, que contou com mais de 400 servidores da Receita e centenas de agentes federais, estaduais e municipais, teve participação ativa de equipes de Mato Grosso, um dos principais estados da faixa de fronteira.

Além das apreensões, foram presas 27 pessoas e apreendidos 160 veículos usados no transporte de contrabando e descaminho. A operação também interceptou 3,5 toneladas de drogas, causando um prejuízo estimado de R$ 47 milhões ao crime organizado.

Segundo o superintendente da 1ª Região Fiscal, Daniel Belmiro, que abrange o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o planejamento começou em maio, com o mapeamento das rotas do tráfico. “Utilizamos drones, helicópteros e informações trocadas com outros órgãos, inclusive no exterior. Isso possibilitou interceptar dois comboios com 45 veículos que traziam duas toneladas de maconha do Paraguai”, afirmou.

De acordo com o secretário especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, o resultado expressivo é fruto da integração entre instituições. “A operação só foi possível com o apoio das Forças Armadas, da Polícia Federal, da PRF e de órgãos estaduais e municipais. É com essa cooperação federativa que iremos vencer o crime organizado”, disse.

Entre as ações mais simbólicas da operação está a interdição de um prédio de 20 andares em Belo Horizonte, que servia de depósito e centro de distribuição de mercadorias contrabandeadas. Estima-se que havia R$ 50 milhões em produtos no local. A Receita ainda analisará documentos apreendidos para identificar sonegação e lavagem de dinheiro.

Barreirinhas ressaltou que o rastreamento financeiro é tão importante quanto as apreensões físicas. “O caminho para combater o crime organizado é atacar seu pilar financeiro. Estamos avançando na regulamentação do uso de criptomoedas e na criação de uma delegacia especializada em fraudes estruturadas”, disse, lembrando que ações semelhantes já resultaram na Operação Carbono Oculto.

Nesta edição, a Receita ampliou o escopo da fiscalização. “Antes o foco estava na fronteira terrestre. Agora incluímos portos, aeroportos e recintos alfandegados do interior. Graças ao trabalho de inteligência, conseguimos prisões e apreensões recordes sem que um único tiro fosse disparado”, afirmou o subsecretário de Administração Aduaneira, Fabiano Coelho.

O coordenador-geral de Combate ao Contrabando e Descaminho, Raphael Eugênio de Souza, destacou que o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras, que envolve 18 órgãos, tem sido fundamental para articular as ações. “Cada instituição vê apenas parte do problema. Juntas, conseguimos montar o quebra-cabeça e enfrentar de forma mais eficaz as organizações criminosas”, disse.

Entre os itens apreendidos, também estão 215 mil litros de bebidas falsificadas e mais de mil pistolas trazidas ilegalmente ao país. Para Barreirinhas, esses resultados têm impacto direto na segurança pública. “Tão importante quanto tirar armas das mãos dos criminosos é impedir que elas cheguem até eles. Nesse ponto, o papel da Receita Federal é essencial”, afirmou.