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Caso internacional

Mulher processa irmãs para obter parte de herança de R$ 150 milhões após teste de DNA

Americana ficou sabendo de processo envolvendo a morte do pai e quer parte da indenização

Polícia | 02 de Dezembro de 2025 as 08h 32min
Fonte: Extra Globo

Logo após fazer um teste de DNA e descobrir que tinha duas irmãs, a americana Carmen Thomas, de 28 anos, está tentando agora embolsar uma fortuna. Ela abriu um processo contra as novas parentes de olho em um acordo judicial referente a um processo por negligência médica envolvendo o pai delas.

Em fevereiro de 2023, Carmen fez um teste de DNA da 23andMe, uma empresa de biotecnologia dos Estados Unidos que se tornou popular por oferecer testes rápidos de DNA. Ela descobriu que tinha duas irmãs biológicas, Kali e Abigail Brown, cujo pai, Joe, morreu em 2018 devido a um aneurisma da aorta não diagnosticado. Joe tinha 43 anos quando foi internado no Hospital Salem em janeiro daquele ano, após reclamar de dores que se espalhavam do abdômen superior para o peito e as costas, de acordo com documentos judiciais.

Após Joe passar quase um dia inteiro com dores e dificuldades para respirar, os médicos diagnosticaram um aneurisma. Mas já era tarde demais para salvá-lo, e ele morreu no dia seguinte.

Kali, Abigail e sua mãe, Kristin, processaram o hospital, alegando que a falha em diagnosticar Joe em tempo hábil custou horas preciosas que levaram à sua morte.

Um júri concordou e concedeu à família enlutada a quantia impressionante de US$ 28,8 milhões (cerca de R$ 150 milhões) em abril de 2023 — um mês depois de Thomas ter contatado Kali na esperança de se apresentar às suas meias-irmãs recém-descobertas.

Assim que Thomas soube do acordo, processou suas meias-irmãs, buscando uma indenização.

 

No processo movido por Thomas contra a família, ela enfatizou o que parecia ser um reencontro alegre entre todas um mês antes do acordo, incluindo fotos tiradas no encontro. Mas os Browns alegaram em sua contestação que Abigail e Kali estavam, na verdade, "muito chateadas e hesitantes" em se encontrar com Thomas, mas ignoraram seus instintos por gentileza.

As irmãs rapidamente se arrependeram de seu ato de bondade quando Thomas se tornou "muito assertiva e possessiva" em relação à família desde praticamente o início, de acordo com os documentos do processo.

O advogado da família Brown, Joseph Lipchitz, escreveu que Thomas "tentou se aproveitar da família financeira e emocionalmente, exigindo que eles pagassem por sua gasolina, comida e bebida alcoólica", alegando, de forma perturbadora, que ela chegou a ameaçar se machucar caso eles não respondessem às suas mensagens.

 

Assim que Thomas soube do acordo, tudo desmoronou rapidamente, disse ele.

"A manobra da autora de tentar obter uma liminar para congelar os bens de uma família enlutada não só é infundada, como também deve ser vista como uma afronta a este Tribunal", escreveu ele. Lipchitz disse que a família ficou atônita com o processo. "A morte do pai deles foi extremamente traumática, como vocês podem imaginar. Isso foi agravado pelo aparecimento repentino dessa suposta herdeira exigindo dinheiro", disse ele ao Wall Street Journal.

As irmãs decidiram interromper o contato com Thomas no início de abril, chegando a afirmar em um documento judicial que tinham motivos para duvidar da suposta ligação familiar, pois a mãe de Thomas nunca se apresentou para dizer que tinha um relacionamento com Joe Brown. Lipchitz disse que, no fim, o caso "foi resolvido favoravelmente" para suas clientes, em parte porque a alegação de Thomas surgiu muito tempo depois da morte de seu suposto pai.

A 23andMe, que já foi referência em testes de DNA caseiros, entrou com pedido de falência em março, gerando preocupações sobre como a empresa, outrora queridinha do Vale do Silício, protegeria os dados pessoais de seus 15 milhões de clientes.