Caso Internacional
Faxineira morre baleada após tentar limpar casa errada nos EUA
As autoridades, que estão analisando se apresentarão acusações contra o proprietário da residência
Polícia | 11 de Novembro de 2025 as 15h 12min
Fonte: Redação G1

Como em todo dia, María Florinda Ríos Pérez saiu com seu marido antes do amanhecer para trabalhar como faxineira nos Estados Unidos. No entanto, uma confusão com o endereço a impediu de voltar para casa.
No dia 5 de novembro, a mulher, de 32 anos e natural da Guatemala, recebeu um tiro mortal na cabeça ao tentar abrir a porta de uma residência, em um bairro de Whitestown, um subúrbio de Indianápolis, que ela acreditava ser a casa que deveria limpar, mas que acabou sendo o endereço errado.
A polícia informou que encontrou Ríos Pérez sem vida nos braços do marido, Mauricio Velázquez, na varanda da casa na quarta-feira, pouco antes das 7 da manhã no horário local.
Autoridades judiciais investigam se apresentarão acusações contra o proprietário da residência.
De acordo com as autoridades, agentes haviam atendido a uma chamada sobre uma possível invasão de domicílio no subúrbio de Whitestown.
Mas em comunicado, a polícia afirmou que não parecia que o casal tivesse entrado na residência.
O caso foi encaminhado formalmente à promotoria do condado de Boone para revisão e para determinar se serão apresentadas acusações criminais.
A polícia não identificou as pessoas que estavam dentro da casa nem quem disparou, declarando na sexta-feira (7) que se trata de um caso "complexo, delicado e em andamento", e que divulgar essa informação seria "inapropriado e potencialmente perigoso".
Além disso, a polícia pediu paciência à população e alertou sobre a preocupante divulgação de informações incorretas sobre o caso na internet.
O relato da família da vítima
Mauricio Velázquez declarou à CBS News, parceira da BBC nos EUA, que espera justiça para sua esposa, que era mãe de quatro filhos.
Em entrevista à WTTV, também afiliada à CBS, Velázquez afirmou que a bala atravessou a porta da casa.
"Deveria ter chamado a polícia primeiro, em vez de atirar assim, sem motivo algum", disse por meio de um intérprete.
"Peço justiça porque a pessoa que fez isso, acredito, não está bem da cabeça", enfatizou o imigrante, entre lágrimas.
Rudy Ríos Pérez, irmão da vítima, explicou ao jornal The New York Times que o casal, que havia emigrado há três anos, ia limpar uma propriedade nova na qual nunca haviam estado.
Ao chegar ao endereço da casa que acreditavam que deveriam limpar, tentaram abrir sem sucesso a porta principal com as chaves fornecidas pelos clientes. Foi então que, conta Ríos, ocorreu o disparo que atravessou a porta e atingiu a mulher.
A família descobriu mais tarde que a casa para a qual deveriam ir ficava atrás da residência que tentaram abrir.
O governo guatemalteco afirmou que está acompanhando o caso e prestando apoio à família de Ríos Pérez.
"A guatemalteca, de 32 anos e natural de Quetzaltenango, faleceu em um ato violento quando se preparava para cumprir suas tarefas na cidade de Whitestown, no estado de Indiana, no dia 5 de novembro. Ela deixa seu esposo e quatro filhos", informou o Ministério das Relações Exteriores do país centro-americano em comunicado.
O órgão acrescentou que está "oferecendo assistência consular, jurídica e migratória, bem como serviços de documentação", por meio do consulado na cidade de Chicago.
Outros casos
O promotor do condado de Boone, Kent Eastwood, declarou ao jornal The Indianapolis Star que o caso é complexo devido à forma como o conceito de legítima defesa está redigido na legislação estadual.
As leis de legítima defesa ainda estão em vigor em muitos estados dos EUA, e a maioria permite que uma pessoa se proteja usando força razoável, inclusive letal, para prevenir morte, ferimentos graves ou repelir um intruso.
Incidentes semelhantes têm sido registrados em outras partes do país nos últimos anos.
Em 2023, Ralph Yarl, de 16 anos, levou dois tiros após tocar a campainha da casa errada em Missouri. Andrew Lester, de mais de 80 anos, se declarou culpado e faleceu enquanto aguardava sua sentença.
Em Nova York, Kaylin Gillis, de 20 anos, morreu após receber um tiro ao entrar por engano no estacionamento de uma casa. O proprietário da residência que atirou nela cumpre atualmente uma pena de 25 anos.
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