Justiça
Família que matou e concretou mulher em BH por causa do 'jogo do tigrinho' vira ré
Decisão do 2º Tribunal do Júri da capital mineira foi publicada na última semana; crime aconteceu em agosto deste ano na casa do pai da vítima, em Venda Nova
Polícia | 25 de Novembro de 2024 as 11h 33min
Fonte: O tempo
A Justiça aceitou a denúncia e tornou réus as três mulheres e um homem da mesma família que são acusados de matar e concretar o corpo de Magna Laurinda Ferreira Pimentel, de 42 anos, em agosto deste ano, na casa do pai dela, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O crime aconteceu após a vítima cobrá-los depois deles pegarem um empréstimo de R$ 40 mil em nome do idoso e perderem R$ 9 mil apostando no chamado "jogo do tigrinho". O recebimento da denúncia da Polícia Civil, pelo 2º Tribunal do Júri da capital mineira, foi proferido na última quinta-feira (21 de novembro).
O TEMPO teve acesso à decisão, assinada pelo juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, que afirmou ter recebido a denúncia que tinha todos os "requisitos formais processuais básicos". "Do contexto investigatório que serviu de base à mesma denúncia, emergem fundamentos de justa causa para a ação penal ora proposta, não se vislumbrando, ab initio, causas que alicercem ilegitimidade ad causam passiva ou ativa", escreveu o magistrado.
Entre os denunciados que se tornaram réus estão a madrasta da vítima, uma mulher de 54 anos, e três de seus filhos, sendo um homem de 35 e duas mulheres, de 19 e 25 anos. Um quarto filho da mulher, de 26 anos, obteve um habeas corpus em setembro e não se tornou réu na decisão da Justiça.
Conforme o magistrado, os denunicados terão dez dias para serem citados e notificados para responderem por escrito à acusação dentro de 10 dias.
O crime
Magna Laurinda Ferreira Pimentel, de 42 anos, foi assassinada e teve o corpo jogado em uma cisterna. Ela foi atraída para uma emboscada. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nessa quarta-feira (28), um dia após o corpo da vítima ser encontrado na propriedade de seu pai, no bairro Candelária, região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A madrasta da vítima e quatro filhos da mulher foram presos como suspeitos do crime.
Conforme a Polícia Civil, a morte de Magna foi encomendada pela madrasta, uma mulher de 54 anos. O crime teria motivações financeiras. Na sexta-feira (23), a vítima foi convidada por um dos familiares a ir à casa do pai para tratar do ressarcimento de um empréstimo de R$ 40 mil, feito em nome do idoso e gasto em apenas seis meses, segundo o delegado Alexandre da Fonseca, responsável pela investigação.
"O senhor idoso tem demência, e os suspeitos [madrasta e filhos dela] infelizmente se aproveitaram dessa condição para realizar um empréstimo de R$ 40 mil, além de fazer com que ele assinasse um termo de doação da residência em que mora para a madrasta da vítima", contou o delegado. Segundo ele, a madrasta da vítima era cuidadora do idoso e se casou com ele em 2015. "A partir daí, a mulher levou os quatro filhos dela para morar no terreno. Provavelmente, foi a partir daí que as explorações financeiras começaram", afirmou.
Conforme a Polícia Civil, Magna foi até o imóvel do pai, de 74 anos, que tem demência, atraída por um dos familiares. Na ocasião, seria tratado o ressarcimento de um empréstimo no valor de R$ 40 mil, feito em nome do idoso. Contudo, o convite era uma emboscada arquitetada pela madrasta da vítima, de 54 anos, para matá-la. Na casa, também estavam os filhos da madrasta da vítima — de 19, 25, 26 e 35 anos — que auxiliaram no assassinato.
Cronologia do crime
Conforme a Polícia Civil, após uma discussão calorosa, o filho mais velho da mulher golpeou Magna no pescoço com diversas facadas. A vítima também recebeu golpes nas costas, feitos provavelmente com o uso de uma machadinha. Em seguida, o corpo da vítima foi desovado em uma cisterna, localizada nos fundos do imóvel. Com o corpo da mulher no interior da cisterna, o espaço foi selado com argamassa.
"Quando ela chegou à residência, o filho mais velho já estava à espreita para realizar a execução", disse Alexandre da Fonseca.
Rastros digitais
Com as informações repassadas pela família da vítima a respeito do desaparecimento, rotina e convivência familiar que Magna mantinha, a Polícia Civil conseguiu reunir provas digitais que indicavam o paradeiro da mulher. Foi apurada a última localização do celular da vítima. A verificação apontou que Magna usou o serviço de um motorista de aplicativo para chegar até a casa do pai. Depois disso, o aparelho foi desligado.
As imagens das câmeras de vigilância da região também mostraram que a vítima entrou no imóvel e não saiu mais de lá.
"Em um primeiro momento, a família disse não saber do paradeiro da mulher. Contudo, após a polícia encontrar o corpo da mulher na cisterna, houve um silêncio terrível entre eles. Nesse momento, um dos filhos teria questionado a mãe sobre no que ela os havia metido. Depois disso, a madrasta revelou o crime e seu desenrolar. A faca possivelmente usada no crime foi indicada pela mandante do assassinato. A arma estava guardada entre outros utensílios domésticos", narrou o delegado.
Churrasco
Ainda conforme a Polícia Civil, dois dias após o desaparecimento de Magna, os familiares dela, envolvidos no crime, fizeram um churrasco no imóvel.
"Eles, de fato, estavam celebrando a morte dela. Porém, esse episódio chamou a atenção dos vizinhos, afinal, a família celebrava enquanto um ente estava desaparecido. A churrasqueira, que estava próxima à cisterna, foi colocada na frente da casa, e isso também despertou a estranheza da vizinhança", destacou o delegado Alexandre da Fonseca.
Prisões
A madrasta, considerada a mandante do crime, e os três filhos — o executor, de 35 anos, e as duas participantes da emboscada, de 19 e 25 anos — foram encaminhados ao Sistema Prisional. Eles podem responder pelos crimes de homicídio qualificado consumado, por motivo torpe.
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