Logística
Presidente da Estação da Luz estará em Sinop falando da Ferrogrão
Guilherme Quintella é considerado um dos maiores artífices no projeto da ferrovias
Notícias dos Poderes | 22 de Julho de 2025 as 17h 30min
Fonte: Jamerson Miléski

Em 2024, Guilherme Quintella foi o destinatário de uma carta assinada por mais de 20 entidades – a maioria de representação indígena e ambiental. O manifesto exigia que o presidente da Estação da Luz Participações e naquele momento, vice-presidente do conselho diretor do Instituto Terra, abandonasse e denunciasse o problema da Ferrogrão. Cerca de um ano depois, Quintella está fazendo o justo oposto.
Quintella atuou na gênese do projeto da ferrovia que pretende conectar Sinop e todo o Norte de Mato Grosso ao Porto de Miritituba, no Pará. Nesta segunda-feira (21) ele esteve em Sorriso, onde palestrou sobre os avanços desse projeto ferroviário. Amanhã, quarta-feira (23), ele estará em Sinop, com o mesmo propósito. Sua palestra será as 17h, na Câmara de vereadores. O evento é aberto ao público.
Em Sorriso, Quintella compartilhou dados técnicos e logísticos da proposta, que prevê um investimento de R$ 20 bilhões, integralmente com capital privado. A ferrovia terá cerca de mil quilômetros de extensão e capacidade para escoar até 70 milhões de toneladas de grãos por ano. A previsão é de que as obras tenham início no próximo ano, com conclusão estimada em 5 anos.
Segundo Quintella, a Ferrogrão vai mudar o patamar da logística nacional. Ele avalia que a nova rota ferroviária permitirá que Mato Grosso tenha mais protagonismo na formação de preços da Bolsa de Chicago, referência internacional para o agronegócio. “A Ferrogrão não é uma obra. É um sistema de transportes”, destacou Quintella, que também é membro do board da União Internacional de Ferrovias (UIC) e defensor da retomada do transporte de passageiros por trilhos no país.
Para chegar na palestra informado
Tecnicamente chamada EF-170, a Ferrogrão é um projeto para formar o corredor ferroviário de exportação do Brasil pela Bacia Amazônica, na Região Norte do país. A ferrovia terá uma extensão de 933 km, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba na margem direita do rio Tapajós.
O projeto começou a ser concebido no ano de 2012, tendo o então senador Blairo Maggi como um dos seus idealizadores. Os primeiros estudos de viabilidade foram realizados pela Estação da Luz Participações, financiada pelas tradings ADM, Amaggi, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus. Nesse trabalho foram produzidas 630 plantas de engenharia, apresentados ao governo federal.
Em setembro de 2016, a Ferrogrão foi qualificada no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Os estudos por parte do governo ficaram a cargo da EPL (Empresa de Planejamento e Logística). O traçado previsto para a ferrovia atravessa o Parque Nacional do Jamanxim, que era uma Unidade de Conservação. Por meio da Medida Provisória nº 758/16, foi feita a desafetação da área alcançada pela faixa de domínio da ferrovia, aprovada pelo Congresso e sancionada como lei.
Em março de 2021, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido de liminar protocolado pelo PSOL e decidiu suspender o projeto. A alegação do PSOL foi de que um trecho da ferrovia atravessaria uma unidade de conservação federal, podendo provocar danos ao meio ambiente, o que não poderia ser feito originalmente por meio de uma medida provisória. Do lado do setor produtivo e dos defensores da Ferrogrão está a alegação de que o Parque Nacional do Jamanxim teria apenas 0,054% de sua área afetada pela ferrovia.
O STF pretendia avaliar a decisão de Moraes em junho de 2022, mas a sessão acabou sendo adiada. Em setembro de 2023, Moraes suspendeu por 6 meses a Ação Direta de Inconstitucionalidade 6553, que questionava a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim para o projeto do Ferrogrão. O ministro pediu novos estudos e atualizações sugeridas no processo de conciliação. Em maio de 2024, Moraes estendeu prazo para conclusão dos estudos e suspendeu por mais 90 dias a tramitação da ADI.
Desde então há um esforço por parte do Governo Federal em desatar os entraves jurídicos e avançar com o projeto. Em março de 2025 os novos estudos realizados foram rebatidos pelo Grupo de Trabalho Infraestrutura e Justiça Socioambiental (GT Infra), que apresentou um parecer técnico afirmando que existem falhas estruturais na atualização dos projetos da Ferrogrão. Em maio desse ano o PSOL voltou a pedir a suspensão dos projetos. A PGR (Procuradoria Geral da República), se manifestou contrária. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, declarou que está atuando junto ao STF para destravar o processo e viabilizar o leilão da concessão da Ferrogrão.
Maiores novidades devem ser apresentadas por Quintella na palestra dessa quarta-feira em Sinop.
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