Notícia dos poderes
Político de MT mas de coração mineiro
Notícias dos Poderes | 28 de Outubro de 2025 as 17h 27min
O complexo de vira-latas latiu alto nesta terça-feira (28), em Sinop. A herança colonialista fez um mato-grossense de “chapa e cruz” vibrar com a conquista de uma empresa de Minas Gerais. O senador da República, eleito por Mato Grosso mas capaz de representar outros domicílios, Jayme Campos, comemorou a portaria do MEC que autoriza a implantação de um curso de Medicina, particular, em Sinop. O ex-prefeito de Sinop e ex-deputado federal, Nilson Leitão, também soltou seus confetes.
Os dois líderes políticos de Mato Grosso vibram pela conquista da empresa de Minas Gerais porque fizeram parte dela. Nilson, nas suas redes sociais, se anunciou como “líder” do projeto de implantação do curso. Foi o ex-prefeito de Sinop que apresentou o diretor da faculdade para Jayme. Lá em abril, o senador da República atuando por Mato Grosso conseguiu para o diretor da faculdade uma reunião com o ministro da Saúde. Treze dias atrás, outra com o Ministério da Educação. Tudo registrado e propagado para imprensa como se fosse um bom exemplo de trabalho de um senador da República. Despachante da União ou acompanhante federal?
Leitão tem álibi. Já não ocupa nenhum cargo político. Jayme até pode até invocar o argumento de que a abertura de um novo curso em Sinop, ainda que privado, é bom para região – mergulhando naquele pensamento de que o Norte de Mato Grosso continua na selva e que qualquer pessoa que venha aqui explorar está fazendo um favor. Ele é um político experiente, de cabelos brancos e algumas ideias também.
A questão é que no mesmo Governo Federal modorra há mais de 3 anos um processo, também para a implantação de um curso de Medicina em Sinop, igualmente de iniciativa privada. A diferença é que esse projeto foi desenvolvido por uma instituição de ensino superior genuinamente mato-grossense. Melhor! Sinopense.
A Fasipe, que nasceu em Sinop quando ninguém queria vir para o Norte abrir faculdade, tenta desde 2022 viabilizar um curso de Medicina, que coroaria seu complexo de saúde que já conta com outras graduações na mesma área. Mas a empresa de Mato Grosso não conseguiu receber a atenção dos líderes políticos de Mato Grosso em Brasília. Talvez se ela fosse de Minas Gerais teria mais sorte.