Imprensa não é povo

O governador Pedro Taques veio a Sinop com um discurso de que quer ouvir as pessoas. E de fato ouviu. Na audiência pública e em outros momentos da sua visita oficial, fez questão de dar voz para as pessoas que o acompanhavam. Ouviu produtores, políticos, médicos, enfim, várias pessoas. Foi atencioso, persuasivo em alguns momentos e descontraído em outros. Foi bom ver isso no líder maior do Estado. Pena que não é esse o mesmo tratamento para a imprensa.

E nem estamos falando da patada que Taques soltou no repórter da Centro América, chamando-o de atrasado (quem é que está em atraso mesmo governador dos 100 dias?). A queixa é quando a falta de atenção que o governador deu para imprensa. Toda vez que foi interpelado, Taques falou que daria maiores informações no evento seguinte. Na sua recepção, jogou para a rodovia. Não falou de saúde na MT-220 mas garantiu que falaria na audiência. Depois jogou para o dia seguinte e foi embora sem falar.

Aliás, sem responder. Taques falou, mas não se permitiu ser questionado. Após a inauguração das UTI do Regional, a imprensa foi “apartada”, separada dos demais e direcionada para uma sala vazia do Hospital. Lá esperou o governador por 30 minutos. Ele não veio. No seu lugar, o secretário de Saúde. Sim! O cerimonial do governador guardou os profissionais de imprensa de Sinop enquanto Taques foi ver uma escola estadual. Por isso não tem notícia do seu ultimo compromisso.

Mas a imprensa queria interrogar então, pelo menos, o secretário de Saúde. Marco Neves falou por 15 minutos, respondeu 5 perguntas e sua assessora já começou a puxá-lo pelo braço: “a gente precisa ir secretário. Chega imprensa... ultima pergunta”. Depois de 151 dias o governo enfim vem para Sinop. Todas as suas explicações para o povo são 5 perguntas.

Esse governo precisa aprender a dar satisfação.