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Do buraco da memória
2018: vídeo para beneficiar bolsonarista xingou os cuiabanos de preguiçosos
Notícias dos Poderes | 04 de Dezembro de 2025 as 11h 17min
Fonte: PNB Online

A eleição de 2018 marcou a ascensão da extrema direita bolsonarista no Brasil. Essa onda radical impulsionou, em Mato Grosso, a eleição para o Senado da Juíza Selma, eleita em primeiro lugar com 24,65% dos votos válidos, que depois veio a ser cassada pela Justiça Eleitoral. Selma foi a representante do bolsonarismo no estado naquela eleição. O seu mote principal, seguindo o discurso de Jair Bolsonaro, era o de crítica à “Velha Política”. Uma forma de ataque aos adversários, a expressão “Velha Política” foi repetida pela Juíza Selma ao longo da sua campanha.
O jogo sujo da campanha bolsonarista apelou até para um sentimento de ódio e repulsa aos cuiabanos. É fato: durante as eleições de 2018, um vídeo apócrifo (de autoria desconhecida) com conteúdo preconceituoso e discriminatório contra a população da Baixada Cuiabana circulou nas redes sociais. Chamava os cuiabanos, os várzea-grandenses, os cacerenses e os poconeanos de preguiçosos, e clamava para que o eleitor não votasse em candidatos ao Senado que fossem representantes da Baixada Cuiabana.
A estrutura do vídeo é de uma esperteza de malandro otário. Em óbvio, foi feito para impulsionar a candidatura da Juíza Selma. Entre os candidatos chamados de “preguiçosos”, a peça de propaganda buscava atingir o cuiabano Procurador Mauro, então com boa popularidade na Baixada Cuiabana e, suprema vigarice, mostrava como “opções”, contra os cuiabanos preguiçosos, os candidatos Carlos Fávaro, Adilton Sachetti e Nilson Leitão, outros três candidatos atingidos.
Ou seja, na lógica eleitoreira de agressão, o vídeo queimava os três, Fávaro, Sachetti e Leitão, entre os eleitores da Baixada, que certamente repudiariam os nomes de candidatos preconceituosos apresentados como “opções” contra candidatos cuiabanos. O vídeo encerra com a impressão digital da autoria da peça abjeta: dizia para o eleitor ter cuidado com a “Velha Política”.
Sem aparecer no vídeo, a Juíza Selma foi, sem dúvida, a maior beneficiada com o discurso de ódio e preconceito contra os cuiabanos. A propaganda queimava a imagem dos seus adversários diretos: o Procurador Mauro, junto aos eleitores do interior de Mato Grosso, e Fávaro, Sachetti e Leitão, junto aos eleitores da Baixada Cuiabana.
Carlos Fávaro e o Procurador Mauro acionaram a Polícia Federal para investigar a autoria do “vídeo apócrifo”. Não há, até hoje, informações públicas conclusivas sobre a identificação dos autores do vídeo nos resultados de busca.
Associar a identidade de ser cuiabano à “preguiça” e criticar a população local foi a maior baixaria da eleição ao Senado em 2018. Não se sabe quem fez, mas sabe-se, com certeza, quem foi a maior beneficiada. De forma abjeta, o bolsonarismo usou o ódio e preconceito contra os cuiabanos como alavanca para conquistar o voto dos eleitores de origem sulista no interior do estado.
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