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Boa tarde, Quarta Feira 30 de Abril de 2025

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Impacto local

UFMT de Sinop já formou mais de 300 médicos

Cerca de 60% dos médicos formados pela instituição acabam atuando no município

Geral | 30 de Abril de 2025 as 11h 24min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Divulgação

Em 11 anos de existência, o curso de Medicina da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), campus de Sinop, já formou um número de médicos que equivale a mais da metade dos profissionais que estão em atividade no município. Os dados do curso evidenciam a função “doméstica” da graduação, formando quadros para reforçar a saúde regional – que foi uma das premissas da sua criação.

Os registros do CRM (Conselho Regional de Medicina), apontam 606 médicos em atividade em Sinop. Em paralelo, o curso de medicina local já formou 323 médicos.

Os dados referentes ao desempenho do campus são trazidos por Urandi Rodrigues Junior, administrador do curso de Medicina da UFMT Sinop. Segundo ele, ao longo da existência do curso, apenas 38 alunos que ingressaram acabaram desistindo. Com esse retrospecto, 86% dos alunos que iniciaram o curso se formaram médicos. “Nosso levantamento mostra que 80% dos acadêmicos formados estão fazendo residência ou já concluíram essa especialização”, explica Urandi.

De acordo com o administrador, a taxa de retenção desses profissionais é alta. Cerca de 64% dos médicos formados pela UFMT Sinop ficam atuando no município. Urandi citou como exemplo os 18 profissionais graduados no campus local que agora atuam no Hospital Regional de Sinop. “Temos ex-acadêmicos da UFMT Sinop que agora atuam como médicos junto a equipe de Bombeiros, fazendo resgate, no Hospital Santo Antônio e em outras unidades de saúde local. Uma parte importante dos quadros que formamos na UFMT acaba ficando em Sinop, até por uma questão econômica”, revela o administrador.

Enquanto a média salarial nacional de um médico recém formado é de R$ 21 mil, no interior de Mato Grosso esses profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho conseguem rendimentos na faixa de R$ 60 mil. 

Além de contribuir com a formação dos médicos que acabarão atuando em Sinop, a UFMT também tem um papel de “retenção” dos estudantes no município, que podem cursar medicina sem deixar seus domicílios. Segundo Urandi, na Turma número 11, que ingressou em 2024, 50% dos alunos são de Sinop. A composição é atípica se comparada com as turmas anteriores, fruto de uma mecânica específica aplicada no último SISU (Sistema de Seleção Unificada), que gerava um bônus de 15% na nota para alunos residentes no mesmo domicílio da instituição. Ainda assim é comum que um percentual alto dos acadêmicos de Medicina sejam “sinopenses”. De forma geral, metade dos alunos aspirantes a médicos são de fora do Mato Grosso. 

Atualmente a Medicina da UFMT Sinop conta com 307 acadêmicos matriculados. A turma de número 6 será formada em junho de 2025. Na sequência ingressam no curso os alunos da 12.a Turma. 

 

Rigor na formação

Segundo Urandi, a UFMT tem conseguido imprimir um alto nível de qualidade nos profissionais que ajuda a formar. Os médicos recém egressos da instituição conseguem espaço no mercado de trabalho por já estarem “prontos” para lidar com o dia a dia do serviço de saúde local. “Logo que iniciam o curso eles já começam ter contato com a profissão, indo para dentro das unidades de saúde (posto de saúde da rede pública). Depois fazem seus estágios na UPA 24h, na Policlínica do Menino Jesus e com a equipe de Bombeiros Socorristas. Eles vivem todo o cotidiano da Saúde de Sinop, com o ritmo e demanda que sabemos como é. Essa vivência acaba preparando esses profissionais em um nível acima”, argumenta Urandi. 

Além disso a instituição integra os acadêmicos em projetos que desenvolvem a ciência, ao passo que prestam serviço para comunidade local. É o caso do ambulatório de telemedicina, em fase de desenvolvimento, que vai estabelecer protocolos para o atendimento de pacientes de forma remota. Ou então o projeto que atende pacientes neurodivergentes. No ano passado os acadêmicos ajudaram 25 famílias a ter acesso ao diagnóstico de seus filhos, detectando problemas como TDAH e autismo. Na iniciativa privada, cada laudo chega a custar R$ 3 mil. Através dos acadêmicos foi de graça. “No ambulatório da UFMT atendemos uma média de 200 pacientes por mês”, acrescenta Urandi. 

No último Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), o curso de Medicina da UFMT de Sinop alcançou a nota 4 – sendo 5 a nota máxima. O resultado reflete a prova feira por 42 alunos, que integravam a Turma 5, em novembro de 2024. “Apenas 11% das instituições de ensino do país alcançaram a nota 5 no conceito. Todas elas são cursos antigos, de grande tradição. A Medicina da UFMT de Sinop está entre os 24% dos cursos que ficaram com nota 4, que indica qualidade superior e até mesmo excelência”, explica o administrador do Curso.

A média nacional dos cursos de Medicina no Enade é de 3,65. No Mato Grosso essa média cai para 3,14. A nota conceito da UFMT Sinop é de 3,433, que pela métrica estabelecida se arredonda para Nota 4. Até o momento o curso passou por duas avaliações do Enade apenas, ambas com Nota 4. “Com o tempo e a evolução da percepção dos alunos da importância da prova do Enade, temos certeza que essa nota vai subir ainda mais”, apontou Urandi.