Acredita em equívoco
Suposto mandante da morte de Nery adotou tom debochado durante prisão
Geral | 13 de Maio de 2025 as 07h 41min
Fonte: Gazeta Digital

Suposto mandante do crime que vitimou o advogado Renato Nery, 72, no dia 5 de julho de 2024, adotou um tom irônico e debochado durante sua prisão, que ocorreu na última sexta-feira (8), em Primavera do Leste (231 km a leste de Cuiabá). Ele, que preferiu permanecer em silêncio durante seu depoimento, chegou sorrido na delegacia, quando foi transferido para Cuiabá.
Em coletiva de impressa realizada na manhã desta segunda-feira (12), o delegado Caio Albuquerque contou que durante a prisão de César Jorge Sechi, suposto mandante do crime, ele se demonstrou frio e adotou um tom irônico.
“Na ocasião em que foi colocada pela primeira vez a tornozeleira, ele estava bastante frio, de certa forma um pouco até irônico. Ele alega um completo equivoco e pelo que percebemos em seu comportamento, ele acredita que nada vai ficar comprovado até que ele consiga a liberdade”, explicou o delegado.
Porém, os policiais enfatizam que possui elementos suficientes para dizer que ele é um dos mandantes do crime.
Ao chegar na DHPP na última sexta-feira, Cesar se demonstrou bastante sorridente para as câmeras que aguardavam por sua chegada, com uma expressão bastante debochada do que estava acontecendo.
“Ele possui esse comportamento debochado, isso é dele, eu não estou aqui para polemizar isso. Só estou revelando algo que foi visto pelas câmeras dos jornalistas na sexta. O que nos importa é dizer que existem elementos com relação a ele, e eu creio que por questão de isonomia, assim como todos esses vários policiais militares, outras pessoas e a esposa dele que estão presos, por questões isonômicas de tratamento probatório, ele também permanecerá preso”, afirmou o delegado.
Investigação
No dia 5 de julho, após cometer o homicídio em frente ao escritório de advocacia, na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, o executor percorreu cerca de 30 quilômetros até chegar na chácara localizada no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.
Todo o trajeto da motocicleta foi registrado por diferentes câmeras instaladas nas vias públicas. No dia 8 de julho, a equipe da DHPP conseguiu acessar a última câmera, que captou imagens da moto a menos de 2 quilômetros da chácara.
Diante da descoberta, no dia 10 de julho, todo efetivo da DHPP foi empregado para realizar buscas na região do bairro Capão Grande, com objetivo de localizar a motocicleta, até então a principal pista da investigação.
O delegado Bruno Abreu, que presidiu o inquérito, explicou que essa movimentação intensa de policiais civis, nas proximidades da chácara, causou temor aos dois suspeitos quanto à localização da arma de fogo e alcance das autorias.
"As evidências indicam que o intuito era abandonar a arma empregada no homicídio, fazendo com que a situação de confronto se mostrasse real e, com isso, levasse à possível incriminação das pessoas abordadas na ocorrência do suposto confronto registrado no dia 11 de julho”, disse Bruno Abreu.
Com a conclusão desse inquérito e indiciamentos dos dois envolvidos, o caseiro e o militar seguem presos preventivamente à disposição da Justiça. Os autos foram encaminhados para o Judiciário e ao Ministério Público Estadual para oferecimento de denúncia.
Já entre o casal apontado como mandante, a mulher aceitou colaborar com a investigação e irá falar em depoimento, acompanhada de advogado. O homem segue negando o crime e permaneceu calado durante todo o depoimento. A conduta dos dois será apurada em inquérito complementar.
Sobre o confronto
Outros quatro militares foram indiciados em outro inquérito da DHPP que apurou o confronto entre criminosos e a Polícia Militar, ocasião em que foi encontrada a arma utilizada no assassinato do advogado.
A suposta ocorrência foi registrada sete dias depois do homicídio. Essa investigação tramitou de forma distinta e simultânea com o inquérito sobre o homicídio de Renato Nery.
Ao contrário da versão apresentada pelos militares, de que as pessoas abordadas na ocorrência faziam uso de arma de fogo, constatou-se que aquelas pessoas não estavam armadas na ocasião.
A investigação apurou, com base em exames periciais e outras provas, que as armas apresentadas pelos militares foram colocadas na cena do crime depois do suposto confronto.
Os quatro envolvidos foram inquiridos mais de uma vez sobre a ligação da arma com o homicídio do advogado, mas os militares reservaram-se no direito ao silêncio.
Vale lembrar que, até o momento, não há indícios de participação direta dos demais militares na execução do homicídio do advogado.
O inquérito sobre o confronto, concluído na semana passada, aponta o envolvimento dos quatro no sentido de ocultar a impunidade do crime anterior, pelo fato do grupo ter dispensado a arma de fogo usada no homicídio de Renato Nery.
Continuidade da investigação
A DHPP instaurou inquérito complementar para esclarecer outros fatos ocorridos após o homicídio do advogado.
Um dos pontos será o pagamento de valor feito ao militar e ao caseiro, bem como a pessoa que efetuou o pagamento, além de identificar por onde o armamento passou até aparecer na cena do suposto confronto e averiguar as condutas de outras pessoas que agiram como intermediárias do homicídio.
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