Opinião
Ser um ‘morto-vivo’ no trabalho ou colocar limites saudáveis
Colunista do GC Notícias explica o conceito de Quiet Quitting
Geral | 21 de Outubro de 2022 as 14h 42min
Fonte: Beatriz Coningham - Colunista

Os Estados Unidos publicam um grande número de estudos e artigos relacionados a Liderança, Carreira e Recursos Humanos, influenciando a linguagem e as práticas de Recursos Humanos no mundo inteiro. Hoje eu quero traduzir e comentar sobre um termo que tem sido bastante debatido aqui nos EUA nas últimas semanas.
Estou me referindo ao chamado Quiet Quitting.
Quiet Quitting é um fenômeno mais velho do que andar para trás - embora alguns pareçam crer que é algo novo, consequência da pandemia. Para entendê-lo, é bom começar analisando cada uma das palavras separadamente.
Quiet: substantivo: silêncio; adjetivo: silencioso/a; verbo: calar.
Quit/Quitting: verbo: desistir, abandonar, deixar. Quando o verbo está relacionado a um emprego, por exemplo em “I quit my job”, significa “Eu saí do meu emprego”. “Quit” é geralmente usado para indicar também que a saída foi voluntária, intencional, e decisão da pessoa que está falando, não da empresa empregadora. Lê-se: Eu saí do meu emprego (porque eu quis).
Agora combinando, Quiet Quitting: opção que uma pessoa faz de - disfarçadamente - deixar o seu emprego. A pessoa não se demite, mas passa a fazer somente o mínimo necessário para exercer a sua função. Seu corpo vem ao trabalho, mas mentalmente e emocionalmente já se desligou da empresa. Não faz esforço extra, não dedica energia a mais do que o essencial, não toma iniciativa, não inova, não faz sugestões para melhorias. Quiet Quitting me faz pensar na conhecida expressão brasileira “para inglês ver”, que descreve algo feito somente para aparentar aquilo que é esperado pelo outro, mas que na realidade não existe.
Alguns estão interpretando o termo Quiet Quitting como a coloção de limites saudáveis para o trabalho. Eu não concordo com essa interpretação. Colocar limites saudáveis, ou seja, não se deixar escravizar por um emprego, não tem nada a ver com “quitting”. Pelo contrário. É uma forma de estar presente e de previnir o desastroso Burnout, (pronuncia-se “bãrn aut” e significa a extinção das chamas depois que o fogo já consumiu tudo que podia consumir). O Burnout costuma ser um resultado de períodos prolongados de estresse combinados com uma carga excessiva de trabalho. Acho mais provável que uma pessoa adote o Quiet Quitting quando já entrou em Burnout, não como prevenção. Mas a perda de interesse pelo trabalho pode ter várias causas, e nem sempre está relacionada ao Burnout.
Vale a pena para uma pessoa ficar em um emprego quando não se sente mais motivada e comprometida com o trabalho?
Não julgo a pessoa que utiliza desse recurso. Há muitas razões pelas quais alguém possa estar desengajado. Mas ficar em um emprego dia após dia sem motivação é uma verdadeira tortura-não só para a pessoa, mas também para quem trabalha com ela e percebe o seu desinteresse. Além disso, se praticado prolongadamente, esse comportamento pode prejudicar a carreira de uma pessoa se ela estiver trabalhando em uma empresa onde a produtividade é avaliada e levada em consideração em decisões sobre promoções e salário.
Vale a pena combater o Quiet Quitting?
Não. Quiet Quitting é um sintoma, um mecanismo de defesa que a pessoa adota para manejar uma situação incômoda. O que vale a pena combater são as causas do sintoma. Por que há pessoas nas empresas que estão funcionando como verdadeiras mortas-vivas do trabalho, potencialmente correndo o risco de prejudicar a sua prória carreira, os resultados da sua equipe e sua empresa? Com certeza não é devido a influências de extra terrestres! Também não devemos culpar indivíduos ou gerações (aliás-detesto os estereótipos geracionais, mas vou deixar o tópico para um futuro artigo). Há algo errado aí que precisa ser identificado e modificado, e embora o fenômeno possa ter causas ligadas ao indivíduo, é também provável que haja processos e dinâmicas organizacionais que estão causando ou contribuindo para o Quiet Quitting.
*Beatriz Coningham é doutora em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela George Washington University em Washington DC.
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