268 anos
Sedes do Governo ajudam a contar a história de Mato Grosso
Geral | 09 de Maio de 2016 as 15h 20min
Fonte: Gustavo Nascimento - Gcom-MT

Em 268 anos, o Estado de Mato Grosso teve apenas três prédios oficiais que abrigaram o Poder Executivo estadual. Os locais, onde estiveram capitães generais, presidentes de província e governadores, concentram uma parte rica da história mato-grossense.
A capitania de Mato Grosso foi fundada em 9 de maio de 1748, em meio a uma disputa de terra entre as coroas espanholas e portuguesas. Neste período, a região ainda era comandada diretamente do sudeste. Foi somente com a fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade, no ano de 1752, que o Estado passou a ter uma sede oficial e um capitão general com residência em Mato Grosso, conforme conta o escritor, pesquisador e historiador, João Carlos Vicente Ferreira.
“Rolim de Moura foi o primeiro capitão a realmente morar em Mato Grosso, antes dele teve Gomes Freire de Andrade, porém, este comandava a região de São Paulo”.
O Palácio dos Capitães Generais em Vila Bela era ao mesmo tempo belo e prático. Ele foi fruto de um projeto feito pelo Conselho Ultramarino para abrigar a máquina administrativa que interligava os Palácios Reais portugueses no Império Colonial, que se estendia por regiões da América, África e Ásia.
De acordo com o historiador, o Palácio era bastante suntuoso para os padrões coloniais, foi instalado em um largo central de frente para a igreja matriz e abrigou a sede do governo durante 68 anos. O Palácio também chegou a abrigar o Museu Histórico e Arqueológico e a Secretaria Municipal de Cultura. Em 2016 foi reaberto após passar mais de quatro anos fechado.
Feito inicialmente em taipa de pilão, o monumento conta com um painel emoldurado que mostra seu sistema construtivo. Toda a estrutura original, bem como a arquitetura e as cores foram preservadas.
Segundo o historiador, em 1818 a vila foi elevada à categoria de cidade com o nome de Mato Grosso e serviu de sede para o Estado até 1835, quando a capital foi transferida definitivamente para Cuiabá. “Na realidade, desde 1807 os capitães generais já praticamente não ficavam em Vila Bela. Na época eles moravam em casas alugadas”.
Palácio Alencastro
Passando cada vez mais tempo em Cuiabá do que em Vila Bela, o brigadeiro Jerônimo Joaquim Nunes e o capitão-general Francisco de Paula Magessi Tavares adquiriram em 1819 um prédio na região central da cidade. O local, que contava com uma arquitetura barroca, passou por várias reformas, sendo duas delas por representantes da família Alencastro. A primeira em 1857 por José Pedro Alencastro e outra em 1882 pelo coronel José Maria Alencastro. Porém, o prédio só passou a se chamar Palácio Alencastro em 1940, após um decreto de Júlio Strübing Müller.
De acordo com João Carlos, o prédio chamava a atenção pela beleza e arquitetura e também contava com um suntuoso jardim. Em 1903 uma nova praça foi construída no local do jardim e a região se tornou ponto de encontro da sociedade cuiabana. Já na década de 20, a praça passou a abrigar shows musicais e o coreto importado da Alemanha no final do século XIX era palco de apresentações culturais. Após outra reforma da praça, iniciada pelo governo de Mário Corrêa durante a década de 30, o coreto foi transportado para a praça Ipiranga, onde se encontra atualmente.
Contudo, juntamente com o fim do império uma onda modernista atingiu a cidade e diversos monumentos foram derrubados para a construção de obras neoclássicas e góticas. Em 1959, no governo de João Ponce de Arruda, um novo palácio começou a ser erguido. “Existem algumas fotografias que mostram os dois prédios, um do lado do outro, até que o antigo fosse finalmente derrubado”.
A nova sede passou a abrigar o gabinete do governador, a Casa Civil e Militar, quatro secretarias de estado, o Tribunal de Contas, a Diretoria de Expediente do Governo e o Departamento de Serviço Público. O local contava também com um andar reservado ao salão nobre e acomodações para hóspedes oficiais, além de uma sobreloja para a exposição de produtos artesanais.
Cuiabá foi crescendo cada vez mais e o fluxo na região central ficando mais intenso, com a chegada de diversos estabelecimentos comerciais, as instalações do governo acabaram ficando pequenas e defasadas. Foi então que o governador José Fragelli decidiu construir um Centro Político Administrativo (CPA) com uma nova sede de governo. A obra só foi entregue no final de 1975 com a posse do governador José Garcia Neto.
O prédio foi completamente desocupado somente em 1982, quando foi doado ao município, que também sofria com a sua sede administrativa. A prefeitura foi transferida para o edifício, que manteve o nome Palácio Alencastro.
Palácio Paiaguás
O Palácio Paiaguás foi projetado pelo renomado arquiteto cuiabano Moacyr de Freitas, em um trabalho conjunto com o arquiteto Satiro Phol de Castilho. Localizado a aproximadamente quatro quilômetros do centro da Capital, em uma área de 2,200 hectares e em um terreno doado pela Prefeitura, o edifício foi o primeiro órgão público da região.
O Palácio foi batizado em homenagem à nação indígena de canoeiros, Paiaguá, que habitaram o baixo rio Paraguai. Conforme João Vicente, a construção do Palácio acabou fazendo com que a cidade começasse a crescer em direção à região, com a construção de núcleos habitacionais, inicialmente, para servidores públicos.
A nova sede do governo passou a abrigar a governadoria, secretarias e órgãos afins, como as Secretarias de Comunicação Social (hoje Gabinete de Comunicação), de Planejamento, de Administração, Casa Civil e Casa Militar. Com o passar dos anos, foram sendo construídos os demais prédios para abrigar outras secretarias e reunir em um mesmo espaço a maioria dos órgãos do Estado.
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