Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa noite, Sexta Feira 25 de Outubro de 2024

Menu

Alerta estudo

Requentar óleo de cozinha pode causar danos neurológicos

Pesquisa revela que ratos alimentados com óleo reutilizado desenvolveram degeneração neurológica, e o problema pode se estender até mesmo para os filhotes

Geral | 26 de Março de 2024 as 13h 47min
Fonte: Fonte(s): IFLScience / Discover BMB

Foto: Reprodução / Dari Poomipat / Shutterstock.

Um novo estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular (Discover BMB), realizada de 23 a 26 de março, em San Antonio, EUA, está alertando para os perigos de reutilizar óleo de cozinha.

A pesquisa alarmante revelou que o consumo de óleo de cozinha reutilizado pode levar a níveis mais altos de degeneração neurológica em ratos e em seus filhotes. Considerando que a prática de reaquecer o óleo para preparar várias refeições é comum em casas e restaurantes do mundo todo, os resultados do estudo podem ter implicações importantes para a saúde humana.

A fritura por imersão envolve submergir completamente o alimento em óleo quente e é uma técnica culinária popular usada para preparar de pastéis a uma infinidade de alimentos. Infelizmente, porém, as delícias que saem das frituras têm sido associadas a diversas doenças, incluindo câncer e diabetes.

Acredita-se que esses riscos aumentem quando o óleo é reutilizado, pois o aquecimento repetido destrói os antioxidantes e outros componentes saudáveis ​​presentes na gordura, além de formar compostos perigosos como gorduras trans e peróxidos.

No entanto, até agora, as consequências do consumo de óleo requentado não haviam sido investigadas adequadamente. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores alimentaram ratos fêmeas com ração padrão ou comida enriquecida com óleo comum ou requentado durante 30 dias.

Ao final do período, os animais que consumiram o óleo reutilizado apresentaram níveis elevados de enzimas hepáticas, indicando altos níveis de inflamação e estresse oxidativo no fígado.

“A fritura em alta temperatura está ligada a vários distúrbios metabólicos, mas não havia investigações de longo prazo sobre a influência do consumo de óleo de fritura e seus efeitos prejudiciais à saúde. Somos os primeiros a relatar que o uso prolongado de óleo requentado aumenta a degeneração neurológica na prole da primeira geração”, explicou o autor do estudo, Kathiresan Shanmugam, em um comunicado à imprensa.

“Como resultado, o metabolismo de lipídios do fígado foi significativamente alterado e o transporte do importante ácido graxo ômega-3 DHA para o cérebro diminuiu. Isso, por sua vez, resultou em degeneração do cérebro dos ratos que consumiram o óleo requentado, bem como em seus filhotes”, explica Shanmugam.

Esses resultados ilustram a importância da ligação fígado-intestino-cérebro e demonstram como a quebra dessa harmonia leva a danos no cérebro. Além disso, os ratos alimentados com óleo requentado apresentaram aumento do colesterol e níveis mais altos de marcadores inflamatórios, como a proteína C-Reativa de Alta Sensibilidade (hs-CRP), ligada a ataques cardíacos e derrames.

 

Riscos para a saúde humana

Embora o estudo tenha sido realizado em animais, os autores alertam que os resultados podem ser relevantes para a saúde humana. “A fritura em alta temperatura está ligada a vários distúrbios metabólicos. Este estudo é um alerta importante para os consumidores e para a indústria alimentícia”, afirma Shanmugam.

Para evitar os riscos à saúde, os especialistas recomendam evitar reutilizar o óleo de cozinha. Ao fritar alimentos, é importante usar óleo fresco e de boa qualidade, e descartá-lo após o uso. Além disso, é importante manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, como frutas, legumes e verduras, para proteger o cérebro e o sistema nervoso.

O estudo também levanta preocupações sobre a indústria alimentícia. Muitos restaurantes e empresas de fast-food reutilizam o óleo de cozinha por questões de economia. Os autores do estudo pedem que os órgãos regulatórios tomem medidas para garantir que o óleo usado na produção de alimentos seja seguro para o consumo humano.

Os pesquisadores também observaram danos celulares no cólon desses ratos, assim como a degeneração de células presentes no sistema nervoso central, chamadas de células da glia.

Em uma série de experimentos, os autores expuseram os ratos ao glutamato monossódico e descobriram que esse aditivo alimentar induziu maiores danos neurológicos nos ratos criados com óleo reutilizado.