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Boa tarde, Quinta Feira 28 de Agosto de 2025

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Investigado por fraude

Preso por esquema bilionário em SP tem fazenda de R$ 17 milhões em MT

Propriedade está em Chapada dos Guimarães

Geral | 28 de Agosto de 2025 as 15h 14min
Fonte: FolhaMax

Foto: Divulgação

Uma fazenda em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), avaliada em R$ 17 milhões, aparece na lista de bens do empresário Celso Eder Gonzaga Araújo, preso na Operação Ícaro, que investiga fraudes bilionárias em créditos de ICMS em São Paulo. A ação resultou ainda na prisão do fundador da rede Ultrafarma, Sidney Oliveira.

A informação foi revelada pelo portal Metrópoles, que teve acesso à declaração patrimonial do investigado, apontado como parceiro do auditor fiscal paulista Artur Gomes da Silva Neto, acusado pelo Ministério Público de receber mais de R$ 1 bilhão em propina. De acordo com os promotores, Celso Araújo é suspeito de atuar como operador financeiro do esquema de lavagem de dinheiro.

Além da propriedade em Mato Grosso, ele declarou um patrimônio total de R$ 180 milhões, que inclui R$ 47 milhões em rubis brutos, sacos com pedras preciosas como esmeraldas e quartzos, além de joias milionárias. Entre os itens listados estão um relógio Mont Blanc em ouro maciço e diamantes, avaliado em R$ 700 mil, e um conjunto de gargantilha e anel de brilhante, estimados em R$ 650 mil.

O empresário foi preso em Alphaville (SP), quando os investigadores apreenderam R$ 1,2 milhão em espécie, R$ 200 mil em criptomoedas, US$ 10,7 mil, 1.590 euros, além de relógios avaliados em R$ 8 milhões. Segundo o MP paulista, apesar do montante encontrado, os valores representam apenas uma fração da fortuna atribuída a ele.

ELO

Celso Araújo teria sido o ponto de partida para que o Ministério Público de São Paulo identificasse a fraude tributária. Ele já havia sido investigado em Mato Grosso do Sul por estelionato, o que levou à devassa sobre suas empresas.

Durante a apuração, os promotores descobriram que a Smart Tax Consultoria, ligada à mãe do auditor Artur Gomes, a professora aposentada Kimio Mizukami da Silva, movimentou R$ 16,7 milhões para Araújo e sua esposa em menos de dois anos. A Smart Tax, que chegou a declarar um patrimônio de apenas R$ 411 mil, teria saltado para R$ 2 bilhões entre 2023 e 2025. Parte das operações envolvia um suposto “banco” com capital declarado de R$ 3,4 bilhões, lastreado em documentos de origem duvidosa.

A defesa de Celso Araújo tenta reverter a prisão preventiva, alegando problemas de saúde, filhos menores e colaboração com as autoridades ao entregar notas fiscais e informar sobre os bens apreendidos. Advogados pedem tratamento semelhante ao dado a Sidney Oliveira, que também foi alvo da operação e conseguiu liberdade provisória.

Já o Ministério Público sustenta que Celso e sua esposa desempenham papel central na lavagem de dinheiro do grupo e que medidas alternativas, como prisão domiciliar ou monitoramento eletrônico, seriam ineficazes.

O auditor Artur Gomes da Silva Neto é acusado de manipular processos dentro da Secretaria da Fazenda de São Paulo para liberar créditos de ICMS-ST em troca de propina milionária. Entre as empresas que se beneficiaram estão a Ultrafarma, a Fast Shop e, posteriormente, redes como a Nos (Oxxo) e a Kalunga, que teriam adquirido créditos de forma indireta.

Na esteira do escândalo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) revogou nesta semana um decreto de 2023 que havia simplificado o ressarcimento de ICMS, medida que, segundo o MP, pode ter facilitado o avanço da fraude.