Transação de R$ 1,1 milhão
PF encontra mensagem sobre suposto repasse à filha de ministro
Investigação cita Andreson Gonçalves, Roberto Zampieri e empresário Haroldo Gonçalves, da Fource
Geral | 17 de Outubro de 2025 as 14h 16min
Fonte: Mídia News

Reportagem do blog da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, mostra indícios de um suposto repasse de R$ 1,1 milhão à advogada Catarina Buzzi, filha do ministro Marco Buzi, do STJ.
A informação consta na investigação da Polícia Federal sobre um esquema de venda de sentenças no Judiciário, que tem como pivôs o lobista Andreson Gonçalves e a Fource Consultoria, com sede em Cuiabá.
A PF cita trechos de conversas entre Andreson e Haroldo Filho, da Fource, suspeitos de participação no esquema.
"O documento afirma que o advogado Roberto Zampieri, executado em Cuiabá (MT) em dezembro de 2023 e cujo celular foi o estopim para as investigações, e o empresário Haroldo Augusto Filho eram próximos de Catarina. Haroldo é sócio da Fource, empresa de consultoria no setor do agronegócio sediada na capital do Mato Grosso que está na mira da PF por suspeita de compra de sentenças no STJ e no Tribunal de Justiça do MT", diz a reportagem, assinada pelo jornalista Johanns Eller.
Confira a íntegra:
A investigação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) encontrou indícios de um repasse de R$ 1,12 milhão à filha do ministro Marco Buzzi, a advogada Catarina Buzzi, no celular de Andreson de Oliveira Gonçalves, lobista pivô do inquérito que tem assombrado a Corte desde o ano passado.
A informação consta em um relatório parcial da PF que integra os autos do inquérito sigiloso em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin. O inquérito apura a atuação de uma rede de lobistas, advogados, empresários e ex-servidores de gabinetes dos ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi. Os magistrados, incluindo Buzzi, não são investigados.
O documento afirma que o advogado Roberto Zampieri, executado em Cuiabá em dezembro de 2023 e cujo celular foi o estopim para as investigações, e o empresário Haroldo Augusto Filho eram próximos de Catarina. Haroldo é sócio da Fource, empresa de consultoria no setor do agronegócio sediada na capital do Mato Grosso que está na mira da PF por suspeita de compra de sentenças no STJ e no Tribunal de Justiça do MT.
O material revela que a investigação da PF encontrou na galeria de imagens do celular de Andreson a foto de uma tela de celular que exibia mensagens de uma pessoa identificada como Carlos Chaves para alguém identificado como “Dra” (Doutora).
“Dra eu transferi para a sua conta e da KATARINA [sic] Buzzi R$ 1.120.000,00. No caso que estamos tratando. A promessa de trabalho era outra e posso provar . Nesse caso como não foi cumprido. Peço de imediato a restituição dos meus valores [sic]. Caso isso não aconteça irei buscar os meios legais da lei [sic] para rever e expor a minha situação. Esperava de vcs o cumprimento do que havíamos tratado . Fico no aguardo do meu ressarcimento imediato”, diz a mensagem reproduzida no relatório.
Na mesma tela de celular que estava arquivada no celular do lobista, a ameaça é acompanhada do print de uma transferência de R$ 500 mil identificada como “pagamento de honorários”.
Em nota enviada à equipe da coluna, o advogado de Catarina, João Pedro de Mello Souza, afirmou que sua cliente “não fez nenhuma transação, promessa ou serviço e nem recebeu qualquer valor dos personagens mencionados”.
“A advogada não se responsabiliza por conversas de terceiros em WhatsApp, sobretudo conversas sem relevância jurídica. É importante também deixar claro que a advogada não é alvo de nenhuma investigação supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal ou qualquer outra instância”, completou.
No último dia 10, o Estado de S. Paulo revelou que a PF solicitou ao ministro Cristino Zanin o aprofundamento das apurações sobre a filha de Marco Buzzi. O jornal também revelou que o escritório do qual a advogada é sócia funciona em salas comerciais que pertencem à Fource.
O relatório que embasa o inquérito já fazia referência a futuros desdobramentos, mas não detalha se o alegado pagamento a Catarina foi confirmado pelos investigadores e nem qual promessa teria sido descumprida.
“Tais elementos, contudo, por envolverem outras unidades jurisdicionais, serão tratados em procedimento próprio, de modo a evitar a dispersão do objeto e garantir a efetividade das investigações”, destaca o relatório.
"Amigo da mãe e da filha"
A descoberta da referência ao suposto depósito é destacada pela Polícia Federal no trecho em que a investigação aborda a proximidade entre Haroldo e gabinetes de ministros do STJ e o conluio entre o empresário, Andreson e Zampieri.
Ainda de acordo com o relatório, a foto da tela destacando o relato do depósito milionário foi tirada pelo lobista dias após Catarina Buzzi entrar em contato com Zampieri.
“Dr. Roberto! Tomei a liberdade de pedir seu número ao Haroldo. Agora está na agenda. Foi um prazer reencontrá-lo. Catarina Buzzi”, escreveu a advogada no fim da tarde de 7 de outubro de 2022.
“Boa tarde Catarina. O prazer é todo meu. Obrigado”, respondeu Zampieri um minuto depois.
Segundo a PF, o advogado havia mandado mensagem duas horas e meia antes para Haroldo Augusto Filho perguntando o nome “da filha do ministro”, ao que o dono da Fource respondeu: “Catarina”.
Cinco meses antes da troca de mensagens, Haroldo havia se gabado de suposta proximidade com Marco Buzzi e sua família ao discutir com Zampieri um possível jantar com o magistrado em Brasília.
“Sou amigo da mãe, da filha”, escreveu o empresário. A PF não especificou se o encontro de fato ocorreu.
Procurado através da assessoria de imprensa do STJ, o ministro Marco Buzzi declarou não acompanhar “as relações comerciais de sua filha ou de qualquer outro advogado”.
A Corte informou, ainda, que as pessoas e empresas citadas no relatório da PF “não integram nenhum processo que esteja sob a responsabilidade do ministro Marco Buzzi”.
Notícias dos Poderes
Raio provoca incêndio e destrói 400 fardos de algodão em fazenda de MT
Além dos bombeiros, cerca de 50 funcionários da fazenda ajudaram no controle das chamas usando maquinários agrícolas.
17 de Outubro de 2025 as 16h09Incêndio de grandes proporções atinge barracão e residência em Sinop
17 de Outubro de 2025 as 15h48ALMT entrega honrarias a personalidades e entidades de MT
17 de Outubro de 2025 as 14h10Como funcionava o esquema de venda de sentenças do STJ, segundo o próprio STJ
Um processo que tramitou sob relatoria da ministra Nancy Andrighi no período em que Márcio José Toledo Pinto era assessor do gabinete foi analisado em detalhes pela sindicância
17 de Outubro de 2025 as 14h00Prefeitura entrega 78 escrituras aos moradores da Comunidade Belo Ramo em Sinop
17 de Outubro de 2025 as 10h12Padre flagrado com fiel em MT é afastado; substituto tem 76 anos
Luciano Simplício foi surpreendido com uma jovem de 21 anos em um quarto da paróquia da cidade
17 de Outubro de 2025 as 09h44Secretário perde controle de carro e morre ao cair de ponte em MT
Mulher sobreviveu
17 de Outubro de 2025 as 08h37Trabalhador de 47 anos morre ao cair de telhado em MT
Vítima morreu no local
17 de Outubro de 2025 as 08h34