Entrevista
‘O céu é o limite para Sinop’, diz Miranda
Secretário de Desenvolvimento Econômico de MT avalia momento da cidade e aponta futuros investimentos
Geral | 20 de Abril de 2022 as 18h 12min
Fonte: Jamerson Miléski

“Sinop tem tudo para assumir a condição de indutor do desenvolvimento de toda região”. Esse é o resumo da análise feita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, sobre o presente e o futuro próximo da maior cidade no Norte do Estado. Nesta quarta-feira (20), Miranda esteve na redação do GC Notícias, onde concedeu uma entrevista ampla, falando de incentivos fiscais, desempenho, gargalos e oportunidades da economia local.
Segundo Miranda, nos últimos dois anos, Mato Grosso foi o segundo Estado que mais gerou empregos formais no país – ficando atrás apenas de Santa Catarina. “E em 2022 provavelmente será o primeiro no ranking”, acrescentou. O secretário ressalta a participação de Sinop nesses resultados. Na cidade que tem sua economia alicerçada na prestação de serviços, empresas exibem com frequência em suas fachadas e vitrines cartazes com a escrita: “Estamos contratando”. Para Miranda, o avanço da tecnologia que tende a reduzir a mão de obra necessária nas indústrias e no campo, fará com que cada vez mais a prestação de serviço tecnificado seja o grande gerador de empregos. “Daqui para frente precisaremos de menos braços e mais cérebro”, comenta o secretário, fazendo uma referência ao fato de Sinop ser um polo de educação técnica e superior.
E formar é uma questão de urgência. Miranda afirmou na entrevista que Mato Grosso está prestes a enfrentar um “apagão” de mão de obra. O crescimento da geração de riquezas experimentado pelo agronegócio tem criado oportunidades de investimento em outros setores, ao passo que há uma necessidade de sanar a carência por infraestrutura – e dinheiro para fazê-la. “Seja com o investimento público, que tem sido constante e crescente, ou pela iniciativa privada, essas obras de infraestrutura vão acontecer para dar suporte e vazão ao crescimento econômico da região Norte. E com essas obras, maior será a demanda por mão de obra. Temos que preparar processos para formar essas pessoas, urgentemente”, argumentou.
A infraestrutura é outra pendência no desenvolvimento de Sinop que deve ser resolvida em breve. Miranda listou a defasagem da BR-163, tanto no seu contrato de concessão não cumprido ao Sul (para duplicação), como na terceirização para o Norte. “Uma concessão apenas para manutenção? Deveriam ter previsto duplicação”, opinou o secretário. Miranda também citou a Ferrogrão – também emperrada há 4 anos – mas lembrou do projeto de concessão ferroviária iniciado pelo Estado, ligando Lucas do Rio Verde ao terminal de Rondonópolis. “Quando que o Estado se meteu a fazer ferrovias? São os novos tempos”, acrescentou.
Para Miranda a Ferrogrão vai acontecer e com ela uma estrada de negócios se abre. O secretário acredita que Sinop deve se adiantar e iniciar um projeto para a criação de um porto seco, ou um entreposto alfandegado, ou uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação)... ou os três. Miranda lembrou da eficiência e rentabilidade do porto seco de Cuiabá, o único do Estado. “Sinop é a capital do Nortão. Cabe um porto seco aqui”, pontuou. Sobre o entreposto alfandegado, o secretário acredita ser viável Sinop ser um ponto de desembaraço aduaneiro para as mercadorias destinadas a exportação e também àquelas que virão no caminho de volta do trem. “Além disso a mudança na legislação referente as ZPE’s revigora esse tipo de unidade, facilitando sua implantação e operação. Mato Grosso tem uma ZPE, em Cáceres, que começou a ser implantada há 30 anos e agora começa a sair do papel. Talvez não caiba uma segunda ZPE em Sinop?”, questionou o secretário.
Miranda explica que seja qual for o modelo de “porto” que for viabilizado em Sinop, ele precisa partir da iniciativa privada. “O Estado entra como regulador e modelador, mas precisa ser da forma correta. A política que estamos implantando em Mato Grosso é para que o Estado seja parceiro do empreendedor. Quem deve dar as regras não é o Estado, é o mercado. A lei precisa acompanhar o que o mercado quer”, declarou.
Afirmar que esses investimentos devem partir da iniciativa privada e o Estado deve acompanhar à distância, não significa “lavar as mãos”. A parte que cabe a Mato Grosso no fomento da economia é “incentivar”.
Política de incentivos fiscais
Ao falar da parte que cabe ao Estado, Miranda beirou a arrogância: “os melhores incentivos fiscais programáticos do Brasil estão em Mato Grosso”, disse o secretário. Nossa reportagem alertou Miranda do peso dessa fala, mas ele retrucou: “vou explicar”.
Miranda começou lembrando da lei 631/2019, que cortou uma série de incentivos. Nessa “limpa” foram encerrados as benesses “pessoalistas”, dadas à esta ou aquela pessoa jurídica. Em um segundo momento, o modelo de incentivo foi revisado. “Passamos a incentivar por segmento econômico e por adesão. Então definimos qual será o percentual de incentivo para um determinado setor, conforme o interesse estratégico do Estado. Por exemplo, somos um grande produtor de algodão, mas a fibra quase não é industrializada em Mato Grosso. Então, para indústrias têxteis, o incentivo será maior. E não será para ‘uma’ indústria têxtil. Qualquer indústria do mesmo segmento terá o mesmo percentual de incentivo. É tabelado, não exige aprovação prévia, basta o empresário fazer a adesão ao programa de incentivo”, explicou Miranda.
E quem define qual segmento será mais ou menos incentivado é um conselho amplo, multidisciplinar e multissetorial, composto por entidades de classe, organizações e órgãos públicos. “Tornamos os incentivos fiscais transparentes e isonômicos, não mais uma ferramenta de concorrência desleal”, garante.
E o volume de empresas que conseguiram acessar os incentivos é crescente. No Prodeic (um dos principais programas de MT), de 227 empresas incentivas em 2021 saltou para 696 em 2022. O Mesmo fenômeno é visto no Proder: de 1.130 incentivos concedidos em 2021 para 2.780 em 2022. No Proalmat (algodão), o crescimento foi de 1.474 incentivos em 2021 para 2.029 no ano seguinte. “Com o FCO chegamos a uma cota de investimento de R$ 2,5 bilhões ao ano com novos projetos. Também nesse programa de incentivos mudamos o regulamento, para que o crédito chegue aos setores de interesse estratégico do Estado. Esse fomento não pode ser para financiar colheitadeira. Para isso tem outras fontes. O FCO deve ser investido no desenvolvimento”, acompanhou Miranda.
E nesse cenário, o que podemos projetar para Sinop? – perguntou o GC Notícias.
Miranda respondeu: “O céu é o limite para Sinop”.
Notícias dos Poderes
Primeira parceria de negócios da MT CONSTRUIR em Sinop é firmada logo na abertura da feira
18 de Setembro de 2025 as 07h41Homem morre após levar descarga elétrica em Sinop
17 de Setembro de 2025 as 22h07Cervejas brasileiras ficam entre as melhores do mundo em competição internacional; veja quais
O European Beer Star, sediado na Alemanha, é considerado um dos concursos cervejeiros mais prestigiados do mundo
18 de Setembro de 2025 as 07h14SES e TCE reúnem gestores e profissionais de saúde em encontro para debater prevenção ao suicídio
Evento foi realizado nesta quarta-feira (17), com o objetivo de debater melhorias e soluções para a área da saúde mental em Mato Grosso
17 de Setembro de 2025 as 17h22Vice-prefeito articula com ministro novas UBSs para fortalecer rede da atenção primária de Sinop
17 de Setembro de 2025 as 15h47Bolsonaro está com câncer de pele, diz médico
17 de Setembro de 2025 as 15h27Prefeito sanciona lei que proíbe atletas trans em competições esportivas femininas em Cuiabá
17 de Setembro de 2025 as 15h09Aluno de 12 anos de escola militar morre após parada cardíaca
Ele passou mal e foi levado ao Hospital Regional, mas não resistiu e morreu em Alta Floresta
17 de Setembro de 2025 as 12h36