O levantamento também mostra um aumento expressivo do número de pessoas nascidas em outros países da América Latina e uma redução daqueles vindos da Europa.
A população de estrangeiros e naturalizados nascidos em países latino-americanos subiu de 183.448 em 2010 para 646.015 em 2022. Entre os nascidos na Europa, houve recuo: de 263.393 para 203.284 no mesmo intervalo.
Segundo o IBGE, o Censo permite analisar tanto o estoque — com base no local de nascimento e nacionalidade — quanto os fluxos migratórios, considerando a data de chegada ao Brasil.
Além da nacionalidade e do local de nascimento, o Censo 2022 também investigou o ano em que os imigrantes fixaram residência no Brasil, permitindo identificar os diferentes momentos da migração internacional no país a partir de meados do século 20.
A redução do total de estrangeiros e naturalizados brasileiros até o Censo de 2010 está associada aos efeitos da mortalidade dos estrangeiros de idade mais avançada que chegaram ao Brasil no passado, que não foi compensada pela chegada de novos imigrantes no período.
Entre as décadas de 1960 e 1990, vieram ao país contingentes menores de imigrantes em comparação aos fluxos anteriores. Uma parcela importante da população nascida no exterior ainda vem desses movimentos migratórios do passado, o que pode estar relacionado a idades mais avançadas dessas pessoas.
Por outro lado, houve uma pequena retomada da imigração internacional a partir do início dos anos 2000, seguida de forte crescimento em anos mais recentes. Mais da metade dos naturais de país estrangeiro que residiam no Brasil em 2022 fixou residência no país nos dez anos anteriores ao Censo.
Apesar desse aumento, o grupo de estrangeiros representava apenas 0,5% da população total, proporção inferior às observadas em décadas anteriores, como 2,3% em 1950 e 2% em 1960.
O crescimento recente da imigração está associado principalmente à entrada de venezuelanos, que buscam refúgio no Brasil. O número de pessoas nascidas na Venezuela vivendo no Brasil passou de 1.892 em 2010 para 199.067 em 2022. O país vizinho tornou-se, assim, a principal origem de imigrantes no país. Também houve aumento expressivo no número de haitianos, que passou de 112 para 23.507 no mesmo período. O fluxo vindo do país é devido à conflagração armada vivida por lá.