Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa tarde, Terça Feira 27 de Maio de 2025

Menu

Sinop

Nova empresa assume coleta do lixo com contrato ‘enxugado’

Contrato emergencial tem valor menor, mas prevê menos lixo sendo coletado

Geral | 29 de Dezembro de 2021 as 11h 51min
Fonte: Jamerson Miléski

' Foto: Divulgação

Seis meses depois, a prefeitura de Sinop volta a trocar a empresa responsável pela coleta do lixo. Em junho de 2021, atendendo uma ordem judicial, a gestão municipal encerrou um contrato de 5 anos com a Sanetran. Em seu lugar assumiu a Beta Ambiental, que reduziu o preço da coleta em R$ 0,90 a tonelada.

Agora chegou a hora da Beta Ambiental recolher seus caminhões e voltar para São Paulo. Isso porque a prefeitura firmou um novo contrato emergencial, sem licitação, para a coleta do lixo. A partir de amanhã, quinta (30), quem executará o serviço é a empresa MB Engenharia e Meio Ambiente, também com sede em São Paulo.

O contrato já está em vigor desde o dia 21 de dezembro, mas a troca na coleta começa mesmo nessa quinta-feira. A MB Engenharia vai prestar o serviço até 19 de junho de 2022. Até lá, a nova licitação preparada pela prefeitura deve ser concluída.

Com a nova empresa a prefeitura conseguiu reduzir mais uma vez o custo da coleta. O contrato com a Beta Ambiental foi de R$ 4,2 milhões. Já o serviço com a MB Engenharia custará R$ 3.466.050,00 – uma redução na casa dos 20%.

O problema é que essa redução não está apenas no valor do serviço, mas também na quantidade de lixo a ser recolhido. A Beta Ambiental recebia R$ 168,00 pela tonelada de lixo coletado. Já a MB Engenharia vai cobrar R$ 165,05 por tonelada. Essa redução representa -1,75% no preço que a prefeitura já pagava.

O impacto de quase R$ 800 mil no valor final do contrato deve-se a uma redução na previsão de lixo a ser coletado. O contrato prevê 21 mil toneladas de lixo coletados ao longo de 180 dias – o que daria uma média de 116 toneladas/dia.

Esse “degrau” não é necessariamente algo negativo. No processo de dispensa de licitação realizado em junho de 2021, a prefeitura tomou como referência uma média de 120 toneladas de lixo. No entanto, os relatórios mais recentes da secretaria de Obras, que pesa o lixo coletado, apontavam que a média está em torno de 105 toneladas/dia.

O GC Notícias conversou com Maurício Sturlini Bisordi, proprietário da MB Engenharia. Ele frisou que a empresa já atua em 9 estados da federação com serviços referentes à limpeza urbana e que o contrato com Sinop representa a chegada da MB no Centro-Oeste. O empresário comentou a redução no valor da tonelada do lixo coletado apesar do aumento no preço do combustível – insumo essencial para o serviço. “É um contrato justo, apertado, em que reduzimos o nosso lucro para buscar abrir esse mercado e estar presente na região”, comentou. Bisordi disse que sua empresa disputará a licitação do lixo que já está em curso.

Para atender ao chamado emergencial da prefeitura de Sinop, informou Bisordi, a MB deslocou 10 caminhões de coleta vindos de Hortolândia – interior paulista e sede da empresa. Além disso, 50 pessoas, entre coletores, motoristas e apoio, já foram contratados. Segundo o empresário, parte da antiga equipe de coleta foi aproveitada. “Alguns caminhões que trouxemos são maiores, trucados. Serão uteis nesse primeiro momento em que identificamos vários bairros com a coleta de lixo pendente”, declarou Bisordi.

 

Próxima licitação

A prefeitura de Sinop chegou a preparar um processo de licitação para contratar a empresa responsável pela coleta, mas não conseguiu chegar perto de finalizar o processo.

O certame, concorrência pública 002/2021, foi lançado no dia 6 de dezembro e as propostas de preço só serão colhidas em 14 de janeiro de 2022. Esse processo prevê a contratação de uma empresa pelo período de 12 meses, pelo valor teto de R$ 8,1 milhões – tomando como referência um preço de R$ 194,00 a tonelada de lixo, conservando a média de 116 toneladas/dia, que está na dispensa de licitação atual.

Embora uma concorrência pública seja um processo mais amplo e democrático que uma dispensa de licitação, o modelo aplicado pela prefeitura ainda não respeita a determinação do judiciário. A ação, que resultou na suspensão de uma concorrência pública, a protelação do contrato com a Sanetran e os dois últimos contratos emergenciais determinou que o serviço de coleta dos resíduos fosse feito através de concessão pública – similar ao que o município já fez com seus serviços de água e esgoto.