Mulher relembra ataque de girafa que a deixou paraplégica e matou filha de 1 ano

Animal estava tentando proteger o seu filhote em parque na África do Sul

À época com 25 anos, Nicole passava uma manhã normal com os filhos Kaia, de 1 ano, e Kayden, de 4. Ela tinha um compromisso à tarde, então deixaria as crianças com os pais, que moravam a poucos metros dela.

"Saímos de casa para caminhar a curta distância até a casa dos meus pais. Passamos pelo matagal e depois por um descampado de areia, onde as crianças adoravam brincar", contou ela ao jornal.

O caminho era usado diariamente por familiares e funcionários, mas, desta vez, ela encontrou um casal de girafas que tinham tido um filhote recentemente.

"Como guia qualificada, ela seguiu todos os protocolos normais para encontros com animais. Manteve uma distância segura e já havia passado pela girafa quando a fêmea, de forma inesperada, virou, avançou e os ataco"”, diz um texto na campanha organizada pela família Panos.

Ao "Sun”, Nicole explicou que a girafa provavelmente tentava proteger seu filhote. Com instinto materno, a sul-africana segurou Kaia nos braços e gritou para que Kayden corresse.

"Meu último pensamento antes de ela avançar contra nós foi de preocupação: Onde está o filhote dela? Mas ela levou o meu embora", recordou.

Nicole lembra que a girafa veio correndo com a cabeça abaixada:

"Eu senti um impacto nas minhas costas e desmaiei. Não me lembro de ter sido chutado por ela."

Ela foi derrubada e perdeu a consciência. Ao acordar, viu o filho tentando se proteger no chão. Logo depois, desmaiou novamente. Seu irmão conseguiu espantar o animal com um disparo para o chão.

Kaia, porém, não resistiu aos ferimentos.

"Perguntei para eles: ‘E a Kaia?’... Eu simplesmente soube, naquele momento, que ela tinha partido", contou.

Nicole passou 23 dias internada, 16 deles na UTI, com fraturas múltiplas e lesões internas, além da paralisia da cintura para baixo. O marido, Jason, estava trabalhando nos EUA quando o trágico incidente aconteceu.

A família decidiu criar um memorial no parque: Kaia’s Forest (floresta da Kaia, em inglês).

"Ela deve ser lembrada como era em vida… Ela parecia, e ainda parece, um raio de sol. Ela irradiava felicidade", emocionou-se a mãe.

Apesar da dor, Nicole tenta seguir o exemplo da filha:

"Há dias em que sinto que a dor é tão pesada que mal consigo passar por eles. A memória de Kayden e Kaia é o que me mantém de pé."