Mudança radical: Correios planejam fechar centenas de agências e cortar gastos

Sob pressão financeira, gigante da logística traça estratégia agressiva que impactará quadro de funcionários e mudará a forma de atendimento no país.

O movimento de enxugamento da máquina pública ocorre em resposta a um cenário de dificuldades orçamentárias que a empresa enfrenta desde 2022. Diante da pressão para modernizar a operação e recuperar a rentabilidade, a administração da estatal desenhou uma estratégia baseada na eficiência operacional e na redução de custos fixos.

O cronograma estabelecido pela presidência da empresa projeta o fechamento de 700 agências. A decisão não é aleatória: baseia-se em critérios técnicos rigorosos, analisando a rentabilidade de cada ponto, o fluxo de trabalho e a sobrecarga operacional. Para evitar o "apagão" postal em pequenas comunidades onde a manutenção de uma agência própria se tornou inviável, a solução será a capilaridade via terceiros. A estatal firmará parcerias com o comércio local para garantir a continuidade dos serviços essenciais.

Além da redução física, o capital humano também passará por um ajuste severo. A reestruturação inclui o lançamento de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), com a meta ambiciosa de desligar 10 mil empregados. A projeção é que essa redução na folha de pagamento gere uma economia anual de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Para mitigar o impacto social e aderir ao programa, a empresa aposta em um pacote de incentivos mais robusto do que em edições anteriores. A proposta inclui a extensão da seguridade de saúde e suporte especializado para a recolocação profissional dos demissionários.

Para além dos cortes, a nova diretriz busca dinheiro novo. A estratégia inclui a criação de um fundo imobiliário em parceria estratégica com a Caixa Econômica Federal. O objetivo é desinvestir: propriedades inativas e prédios subutilizados serão monetizados para injetar liquidez imediata no fluxo de caixa da empresa. A visão da atual gestão é clara: transformar ativos parados em recursos para modernização e minimizar as perdas acumuladas nos últimos exercícios.