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Tráfico de mulheres

Mato-grossenses eram iludidas com promessa de 'vida perfeita' na Europa e depois obrigadas a se prostituir

A delega de Polícia Federal, Iana Carla Silva Alves, explicou que as vítimas eram enganadas e iam à Europa com a promessa de que teriam bons empregos e uma vida melhor

Geral | 21 de Agosto de 2024 as 10h 09min
Fonte: Unica News

Foto: Reprodução

Durante as investigações que apuram o tráfico de mulheres do Brasil para a Europa, a Polícia Federal descobriu que mato-grossenses eram levadas ao continente com a promessa de "vida perfeita", mas quando chegavam ao local, descobriam uma suposta dívida e eram obrigadas a se prostituir.

As investigações tiveram início em Cuiabá e, durante a operação deflagrada nesta terça-feira (20), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um de prisão em Uberlândia, um mandado de busca e apreensão em Várzea Grande e um mandado de prisão no Rio de Janeiro, todos expedidos pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

A delega de Polícia Federal, Iana Carla Silva Alves, explicou que as vítimas eram enganadas e iam à Europa com a promessa de que teriam bons empregos e uma vida melhor, mas assim que chegavam ao continente, eram levadas para um apartamento, onde descobriam sobre as dívidas que tinham com os criminosos e eram obrigadas a permanecer amontoadas com outras mulheres.

"Levavam essas mulheres até a Europa, oferecendo melhores condições de vida, melhores condições de trabalho, mas quando desembarcavam no exterior, essas mulheres se deparavam com uma condição totalmente insalubre e que tinham que pagar dívidas exorbitantes para um dos investigados", explicou a delegada.

"Nos relatos apresentados, há inclusive a menção de que as mulheres tinha que passar parte dos valores que foram obtidos com os seus trabalhos a um dos investigados, [de maneira] que não sobrava dinheiro nem para alimentação, nem para seu sustento", completou.

Os documentos das vítimas eram retidos e elas eram forçadas a se prostituir, enquanto os criminosos lucravam com 60% das comissões geradas pelos programas. Os criminosos também cobravam das mulheres as despesas, como alimentação, que se tornavam impagáveis.

As vítimas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, eram atraídas com essas propostas de emprego, mas, sob o domínio dos criminosos, eram anunciadas as vítimas em sites de prostituição europeus, garantindo a exposição necessária para manter a operação lucrativa.

A polícia alerta às pessoas que tenham recebido uma oferta de salário para realizar o mesmo trabalho em outro lugar, que podem estar sendo vítimas de tráfico para fins de exploração sexual.

"A Polícia Federal aproveita a deflagração da Operação Perfídia para criar justamente um alerta porque cada vez existe um maior número de relatos em que há oportunidade de melhores condições de vida fora do país, de oportunidade emprego e quando as pessoas chegam, percebem que essa não era a situação apresentada", concluiu a delegada.