Mudanças climáticas
Maior iceberg do mundo está se desfazendo muito rápido, dizem cientistas
Mudanças climáticas, como o aquecimento da água do oceano, estão provocando modificações alarmantes nas massas de gelo da Antártida
Geral | 03 de Setembro de 2025 as 20h 05min
Fonte: CNN Brasil

O maior iceberg do mundo está se "desintegrando rapidamente" em vários "pedaços muito grandes", disseram cientistas do BAS (British Antarctic Survey).
Anteriormente pesando quase 1,1 trilhão de toneladas e abrangendo uma área de 3.672 quilômetros quadrados — um pouco maior que o estado de Rhode Island — o iceberg A23a tem sido monitorado de perto por cientistas desde que se desprendeu da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártida, em 1986.
O A23a já deteve o título de "maior iceberg atual" diversas vezes desde a década de 1980, sendo ocasionalmente superado por icebergs maiores, mas de vida mais curta, incluindo o A68 em 2017 e o A76 em 2021.
Andrew Meijers, oceanógrafo da BAS, disse à CNN nesta quarta-feira (3): "O iceberg está se fragmentando rapidamente e desprendendo pedaços muito grandes, que são chamados de grandes icebergs pelo centro nacional de gelo dos EUA, que os rastreia."
O “megaberg”, como ficou conhecido, agora encolheu para cerca de 1.700 quilômetros quadrados de acordo com Meijers, o que equivale aproximadamente ao tamanho da Grande Londres.

Trajeto do iceberg A23
O A23a permaneceu encalhado no fundo do Mar de Weddell, na Antártida, por mais de 30 anos, provavelmente até encolher o suficiente para afrouxar sua aderência ao fundo do mar.
Então, em 2020, foi levado pelas correntes oceânicas antes de ficar preso novamente em uma coluna de Taylor — nome dado a um vórtice giratório de água causado por correntes oceânicas que atingem uma montanha subaquática — até que foi relatado que estava em movimento novamente em dezembro do ano passado.
Em março deste ano, ele encalhou em uma plataforma continental antes de se soltar novamente em maio, apenas três meses depois. Andrew Meijers explicou as circunstâncias que levaram à fragmentação do iceberg.
"Ele tem seguido o forte jato de corrente conhecido como FACCS (Frente de Corrente Circumpolar Antártica Meridional) no sentido anti-horário ao redor da Geórgia do Sul desde que se soltou em maio, após ter encalhado na plataforma continental por alguns meses em março", disse Meijers.
"É provável que esse jato leve o iceberg e seus pedaços para o nordeste — ainda como parte do corredor de icebergs", acrescentou o oceanógrafo.
Ele também disse que o A23a está "seguindo um destino semelhante" a outros megabergs, como o A68 em 2021 e o A76 em 2023, que também se desintegraram ao redor da Geórgia do Sul, um Território Ultramarino Britânico no sul do Oceano Atlântico, embora tenha permanecido intacto por mais tempo do que qualquer um deles.
A desintegração significa que a coroa de maior iceberg do mundo agora pertence ao D15a, que mede cerca de 3.000 quilômetros quadrados e, de acordo com Meijers, está "praticamente estático na costa antártica, perto da base australiana de Davis".
Mudanças climáticas que afetam o "megaberg”
O A23a ainda detém o título de segundo maior iceberg do mundo, mas Meijers disse que isso provavelmente "mudará rapidamente", à medida que ele continua a se "fragmentar nas próximas semanas".
A temperatura mais alta da água e o início da primavera no hemisfério sul significam que ele provavelmente se fragmentará em "icebergs pequenos demais para serem rastreados posteriormente", afirmou o oceanógrafo.
O desprendimento de icebergs é um processo natural e não houve megabergs suficientes para que os cientistas soubessem se eles estão aumentando com o aquecimento global, disse Meijers.
O que está claro, no entanto, é que as plataformas de gelo perderam trilhões de toneladas de gelo devido ao aumento da formação e do derretimento de icebergs nas últimas décadas, em grande parte devido ao aquecimento da água do oceano e às mudanças nas correntes oceânicas, acrescentou.
As mudanças climáticas causadas pelo homem estão provocando modificações alarmantes na Antártida, o que pode levar a uma elevação catastrófica do nível do mar.
Cientistas a bordo do navio de pesquisa polar da BAS, o RRS Sir David Attenborough, visitaram o A23a enquanto ele estava encalhado na plataforma da Geórgia do Sul. Amostras coletadas retornaram recentemente ao Reino Unido para análise, disse um porta-voz da BAS à CNN.
“O encalhe e a enorme liberação de água doce fria provavelmente tiveram um grande impacto nos organismos do fundo do mar e nas águas circundantes”, disse o porta-voz, acrescentando: “É importante entender esses impactos, pois grandes icebergs podem se tornar uma característica mais comum na Geórgia do Sul como resultado do aquecimento global.”
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