Caso Oi
Juiz reconhece legalidade de acordo com a Oi e autoriza repasse de valores em MT
Empresa e Justiça do RJ atestam que foram informadas de negociação com Estado
Geral | 27 de Agosto de 2025 as 07h 51min
Fonte: FolhaMax

O juiz Yale Sabo Mendes, do Núcleo de Justiça Digital de Execuções Fiscais Estaduais, decidiu na noite desta terça-feira como totalmente legal um acordo feito entre o Governo de Mato Grosso e a empresa de telefonia Oi, que repassou um crédito milionário a um escritório de advocacia. Com isso, ele revogou o bloqueio judicial e autorizou a transferência de valores remanescentes que estavam em uma conta judicial.
O acordo havia sido alvo de questionamentos pela deputada estadual Janaína Riva (MDB) sobre a legalidade da operação, mas a própria operadora informou que o acordo que cedeu o montante a um escritório de advocacia, consta em seu relatório de recuperação judicial. A Justiça do Rio de Janeiro, onde a empresa move um processo bilionário de recuperação, atestou que a "eficácia do acordo" foi devidamente informada.
"A ciência confirmada pelo administrador judicial e a concordância expressa do Estado de Mato Grosso corroboram a plena eficácia do acordo. Assim, esgota-se, na esfera desta execução fiscal, a possibilidade de retenção dos valores com base na referida denúncia, ressalvando-se, por óbvio, que eventuais apurações nas esferas cível (improbidade), administrativa ou criminal possam e devam prosseguir nos foros competentes, de forma autônoma. Dessa forma, estando a execução fiscal devidamente extinta e havendo um título judicial (acórdão homologatório transitado em julgado) que determina a destinação do saldo remanescente, não há mais fundamento jurídico para a manutenção da constrição judicial. Ante o exposto, e por tudo mais que dos autos consta: revogo as determinações em contrário contidas nas decisões, no que tange à manutenção do bloqueio judicial”, diz a decisão obtida com exclusividade pelo FOLHAMAX.
VANTAGEM AO ESTADO
Conforme o processo, o Governo de Mato Grosso ingressou com uma ação contra a Oi, em 2009, cobrando um diferencial de alíquota de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Parte do dinheiro foi levantado em 2010, pelo próprio Estado, que na época tinha Silval Barbosa como governador, de acordo com a Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Porém, em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a cobrança desse diferencial de imposto e considerou que a OI recolheu tributos acima do devio. Dessa forma, a empresa Oi entrou com uma ação para cobrar o valor que o Estado havia arrecadado acima da companhia, cerca de R$ 700 milhões.
Durante a tramitação do processo, a Procuradoria Geral do Estado firmou um acordo com a operadora, em abril de 2024, prevendo a restituição de R$ 308.123.595,50. Ou seja, o Estado acabou economizando R$ 392 milhões cumprindo a decisão do STF, já que poderia sofrer um bloqueio integral do valor da dívida com a empresa.
A quantia não foi repassada diretamente à empresa, que cedeu os créditos financeiros ao escritório Ricardo Almeida Advogados Associados, que repassou o montante para os fundos de investimento Royal Capital FIDC e Lotte Word FIDC, geridos por sócios da Acura Capital. Neste ano, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) questionou o acordo, chegando a denunciar o caso ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que posteriormente, arquivou a investigação por não encontrar evidências de irregularidades na operação.
No entanto, o juiz Yale Sabo Mendes optou por bloquear os valores remanescentes de cerca de R$ 12 milhões e pediu informações ao administrador judicial da Oi, que se encontra em recuperação, para saber se a cessão foi aprovada pelos credores, determinando ainda uma série de providências a serem tomadas, como forma de garantir o interesse público. Após as determinações, o escritório Ricardo Almeida Advogados Associados juntou a íntegra da decisão que homologou o acordo e sua respectiva certidão de trânsito em julgado.
Segundo o magistrado, os documentos elucidaram a questão sob a ótica do direito privado, mas entendeu que deveria ser aguardado o cumprimento integral das diligências solicitadas e a manifestação do Ministério Público de Mato Grosso. Todas as determinações judiciais, no entanto, foram cumpridas, sendo que o Governo do Estado se manifestou de forma favorável ao pedido de liberação dos valores, reconhecendo a força do acordo homologado judicialmente, e os administradores judiciais da Oi informaram terem ciência da transação que, inclusive, foi citada no relatório de atividades apresentado ao juízo recuperacional.
Por fim, o Ministério Público de Mato Grosso não emitiu parecer, por entender não existir interesse público que justificasse sua intervenção. Em sua decisão, o magistrado entendeu que a validade do acordo é referendada autoridade da coisa julgada, não cabendo ao juízo de primeiro piso rediscutir os termos do que foi homologado em instância superior.
Por conta disso, o juiz determinou a liberação dos valores e a divisão do montante, com 50% ficando com o fundo Royal Capital FIDC e os outros 50% com o Lotte Word FIDC.
Notícias dos Poderes
Bravante investirá R$ 15 milhões em pavimentação e drenagem na Avenida Oscar Niemeyern em Sinop
27 de Agosto de 2025 as 13h54UNESIN segue comprometida na busca por uma solução na alteração no ISS da construção civil em Sinop
Reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento de Sinop, a UNESIN permanece empenhada em colaborar com uma solução equilibrada.
27 de Agosto de 2025 as 11h34Semana do cinema começa nesta quinta-feira (28) com ingressos a R$10 no Shopping Sinop
A iniciativa tem por objetivo democratizar o acesso ao cinema.
27 de Agosto de 2025 as 11h16Operação da PF mira em fraude de R$ 7,9 milhões em financiamento de imóveis em MT
27 de Agosto de 2025 as 10h19Mutirão em Sinop oferece 240 vagas para perícias médicas
Atendimentos de análise e revisão de benefícios serão realizados neste fim de semana
27 de Agosto de 2025 as 10h14Justiça confirma legalidade de acordo entre Governo de MT e empresa Oi
Juiz verificou que todos os requisitos foram atendidos
27 de Agosto de 2025 as 09h56TJ-MT avalia pagamento bilionário de adicional retroativo a 2,4 mil servidores
A medida segue autorização do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, publicada no último dia 22 de agosto
27 de Agosto de 2025 as 07h16MPF abre procedimento para acompanhar impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Colíder
Medida foi motivada pelo rebaixamento emergencial do reservatório da usina, iniciado em 15 de agosto.
27 de Agosto de 2025 as 07h27