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Raiva

Homem morre após contrair raiva transmitida por órgão doado

Vítima recebeu um rim infectado

Geral | 08 de Dezembro de 2025 as 21h 42min
Fonte: Power Mix

Foto: Reprodução

A morte de um homem após receber um rim infectado pelo vírus da raiva reacendeu um importante alerta na comunidade médica internacional. Embora a doença seja quase sempre transmitida por mordidas de animais, especialistas lembram que, em situações extremamente raras, a infecção pode ocorrer entre humanos — especialmente por meio de transplantes de órgãos contaminados.

O caso mais recente, investigado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), confirmou que o vírus foi transmitido diretamente pelo rim recebido pelo paciente.

A raiva é uma infecção viral quase sempre fatal após o surgimento dos sintomas. O contágio geralmente ocorre pela saliva de animais infectados, como cães, morcegos e guaxinins. No entanto, estudos mostram que a transmissão por transplante, apesar de excepcional, já foi registrada diversas vezes. Uma revisão científica publicada em 2018 identificou ao menos 13 episódios entre 1978 e 2017.

No episódio atual, o homem recebeu o rim em dezembro de 2024. O doador havia morrido dias antes e, na triagem inicial, não apresentava sinais de infecção. Só mais tarde se descobriu que ele havia sido arranhado por um guaxinim — um detalhe ignorado como possível fator de risco.

Cinquenta e um dias após o transplante, o receptor começou a apresentar sintomas neurológicos severos e morreu. Exames confirmaram a presença do vírus da raiva no rim transplantado, provando a transmissão.

Outros três pacientes receberam tecidos do mesmo doador, no caso, córneas. Para evitar uma possível contaminação, os médicos removeram os enxertos e aplicaram profilaxia pós-exposição, tratamento usado em situações de risco. Nenhum deles desenvolveu a doença.

Esse é o quarto caso registrado nos EUA de transmissão de raiva por transplante desde 1978.

A raiva é tão incomum em humanos que o vírus não integra os exames de triagem padrão de doadores. Para complicar, seu período de incubação — que pode variar de dias a mais de um ano — dificulta ainda mais a detecção precoce.

Por isso, especialistas reforçam que detalhes simples, como contato recente com animais silvestres, arranhaduras ou sintomas neurológicos, devem ser investigados com rigor antes da liberação de órgãos para transplante.

Quando há suspeita de exposição ao vírus, a recomendação é agir rapidamente: remover enxertos quando possível, iniciar a profilaxia e ampliar a investigação epidemiológica. Serviços de saúde também devem redobrar o cuidado ao avaliar doadores.

O caso deixa um alerta claro: transplantes salvam vidas diariamente, mas dependem de protocolos minuciosos para garantir segurança. Embora raríssima, a transmissão de raiva por órgãos contaminados é real — e, diante de uma doença quase 100% fatal após o início dos sintomas, cada detalhe importa.